A voz de Christian cortou o ar como uma lâmina. Ele estava na entrada do pequeno labirinto de arbustos, e jamais havia visto tal expressão em seu rosto. Não era apenas raiva – era uma fúria primitiva, uma promessa de violência contida apenas por um fio de autocontrole.
— Christian. — Antônio recuperou a compostura rapidamente, ajustando o paletó. — Apenas uma conversa amigável com sua... esposa.
— Afaste-se dela. Agora. — Christian avançou alguns passos, cada músculo visivelmente tenso.
— Ela não parecia ter objeções até alguns segundos atrás. — Antônio olhou para mim, um brilho malicioso em seus olhos.
— Ele tentou me agarrar — disse eu, minha voz tremendo ligeiramente com a adrenalina. — Ele sabe sobre...
— Sobre o interessante acordo que vocês têm? — completou Antônio, um sorriso cruel formando-se em seus lábios. — Fascinante arranjo, devo dizer. Muito prático.
Foi como assistir a um acidente em câmera lenta. Vi o exato momento em que o controle de Christian se rompeu. Foi sutil – apenas um pequeno músculo contraindo-se em sua mandíbula, um ligeiro estreitamento dos olhos. Então, com a velocidade e precisão de alguém que claramente já havia estado em confrontos físicos antes, ele atravessou a distância entre eles e agarrou Antônio pela lapela do paletó.
— Você não fala com ela. — A voz de Christian estava perigosamente baixa. — Não olha para ela. Não respira perto dela. Entendeu?
Antônio não pareceu intimidado. Pelo contrário, seu sorriso apenas se alargou.
— Tocou num ponto sensível, primo? — Ele olhou por cima do ombro de Christian para mim. — O que será que você está escondendo com tanto afinco?
O primeiro golpe veio tão rapidamente que mal registrei o movimento. O punho de Christian conectou-se com o maxilar de Antônio, enviando-o cambaleando para trás.
— Christian! — gritei, chocada com a explosão de violência.
Antônio recuperou o equilíbrio, passando a mão pelo canto da boca agora sangrando. Por um instante, pareceu genuinamente surpreso. Então, com um rosnado, lançou-se contra Christian.
Os dois homens colidiram com força, derrubando um vaso decorativo que se estilhaçou ao atingir o chão. Vi com horror Christian ser empurrado contra uma das estátuas, mas ele se recuperou rapidamente, desviando-se do próximo golpe de Antônio e contra-atacando com um soco no abdômen que fez o primo dobrar-se.
— Parem! — Tentei me aproximar, mas o olhar que Christian me lançou me manteve à distância.
— Fique longe, Zoey!
A luta se intensificou, décadas de rivalidade e ressentimento explodindo em violência pura. O terno caro de Antônio estava rasgado no ombro, enquanto a camisa branca de Christian agora exibia manchas de sangue – dele ou do primo, impossível dizer.
Um soco particularmente forte de Christian acertou o nariz de Antônio, produzindo um som nauseante de cartilagem se rompendo. Sangue jorrou imediatamente, mas mesmo assim Antônio conseguiu acertar Christian na têmpora, fazendo-o cambalear para o lado.
— Vocês vão se matar! — gritei, desesperada, olhando ao redor em busca de ajuda. Mas estávamos isolados neste canto do jardim, longe da casa principal.
Por um momento, os dois se separaram, circulando um ao outro como predadores, ofegantes e feridos.
— Sempre o protetor, não é, Christian? — Antônio cuspiu sangue nas pedras do caminho. — Tão nobre. Tão honorável. E no entanto, aqui está você, com um casamento de fachada.
Christian avançou novamente, mas desta vez Antônio estava preparado. Ele se esquivou e conseguiu acertar um golpe nas costelas de Christian, que soltou um grunhido de dor.
A luta continuou, brutal e sem finesse, dois homens sofisticados reduzidos a uma violência primitiva. Vasos e estatuetas decorativas se quebravam enquanto eles se chocavam contra os móveis do jardim.
Então, em um movimento rápido, Christian conseguiu imobilizar Antônio contra o muro de pedra, seu antebraço pressionado contra a garganta do primo.
— Nunca mais... — ofegou Christian, o rosto a centímetros do de Antônio — ...toque nela. Nunca mais fale com ela. Se você se aproximar de Zoey novamente, juro por Deus que você vai desejar que eu tivesse apenas quebrado seu nariz.
Para meu espanto, mesmo naquela posição vulnerável, com sangue escorrendo de seu nariz e lábio, Antônio começou a rir. Uma risada rouca, difícil pela pressão na garganta, mas inegavelmente uma risada.
— Você... está blefando... — conseguiu dizer entre arquejos. — Muito... a perder...
Christian aumentou a pressão, seus olhos frios como gelo.
— Teste-me.
— Eu deveria ter chegado antes. — Sua voz era quase um sussurro. — Eu deveria ter estado aqui.
— Você estava. — Coloquei minha mão sobre a dele. — Você chegou.
Ficamos ali por um momento, o silêncio do jardim interrompido apenas por nossa respiração ainda ofegante e o distante canto dos pássaros anunciando o crepúsculo.
— O que ele quis dizer? — perguntei finalmente. — Sobre nosso acordo?
Christian fechou os olhos por um instante, uma expressão de pura exaustão cruzando seu rosto.
— Ele está blefando. Jogando conosco.
— Você acha que ele realmente sabe? Sobre nosso contrato?
— Não. — A resposta foi rápida demais para ser completamente convincente. — Ele não poderia saber. Ninguém sabe.
Mas havia algo em seu olhar, uma incerteza que não combinava com sua habitual confiança.
— Christian... — Toquei seu rosto, onde um hematoma começava a se formar na maçã do rosto. — Se ele souber, isso muda tudo.
— Eu sei. — Ele pegou minha mão, segurando-a com força. — Vou cuidar disso. Ele vai embora amanhã, e então...
— E então o quê? — interrompi. — Ele claramente tem algo contra você. Contra nós. Isso não vai simplesmente desaparecer quando ele voltar para Europa.
Christian suspirou, passando a mão pelos cabelos bagunçados pela briga.
— Uma coisa de cada vez. — Ele entrelaçou seus dedos nos meus. — Primeiro, precisamos tratar esses hematomas. Depois, lidaremos com Antônio.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário
Os capitolos acabam no 312 , mas o livro nao acaba , e agora faz o que ?...
Já estou no capítulo 279 e o 280 não abre de jeito nenhum, já estou desanimada...
Como faço para comprar e ler o capítulo inteiro...
Não abre mais capítulos nem pagando deprimente...
Quem comprou,todos os capítulos custam 3 moedas ou vai aumentando o valor?...
Eu comprei mas agora dá erro pra acessar alguns capítulos. Desconta as moedas do saldo e mesmo assim não mostra. Não adiantou nada. Só gastei à toa....
Onde compro os capítulos bloqueados??...
Decepcionada, tem pagar pra continuar a ler....
Agora tem que pagar eita...
Sério que tem que pegar??...