Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário romance Capítulo 97

A tarde caía lentamente sobre a propriedade Bellucci, tingindo os vinhedos com tons dourados e alaranjados. Depois do dia todo de repouso forçado — com Christian supervisionando pessoalmente minha ingestão de líquidos e medicamentos com uma intensidade quase cômica — finalmente me sentia forte o suficiente para sair do quarto.

Caminhava pelos jardins, respirando profundamente o ar fresco que tanto me faltara. A virose havia cedido, deixando apenas um cansaço residual e uma fome que finalmente começava a retornar após a dieta líquida.

Christian havia insistido em me acompanhar, mas uma ligação urgente de Marco sobre os investidores japoneses exigiu sua atenção. "Dez minutos," prometeu ele, beijando minha testa antes de voltar à casa. "Não se afaste muito."

O jardim da propriedade era um labirinto sofisticado de arbustos meticulosamente aparados e estátuas clássicas. Giuseppe havia mencionado que era uma réplica de um jardim na Toscana, projetado por seu próprio pai quando a mansão foi construída.

Encontrei um banco de pedra parcialmente oculto por uma sebe alta, um local perfeito para descansar enquanto apreciava o pôr do sol. Sentei-me, fechando os olhos e deixando o calor do final do dia aquecer meu rosto.

O som de passos no cascalho me alertou da presença de alguém, mas mantive os olhos fechados, imaginando que fosse Christian retornando de sua ligação.

— Uma visão para contemplar, sem dúvida.

Meus olhos se abriram de imediato, tensão percorrendo meu corpo ao reconhecer a voz. Antônio Bellucci estava parado a poucos metros, me observando com uma intensidade que me fez instintivamente endireitar a postura.

— Antônio. — Mantive minha voz neutra enquanto me levantava. — Christian estará aqui em instantes.

— Duvido. — Ele sorriu, avançando alguns passos. — Marco acabou de envolvê-lo em uma videoconferência com os japoneses. Algo sobre discrepâncias nos contratos que exigirão, no mínimo, meia hora de sua atenção.

A satisfação em sua voz deixou claro que o "problema" havia sido orquestrado. Dei um passo para o lado, buscando manter distância.

— Bem, nesse caso, preciso voltar para a casa.

Antônio se moveu com surpreendente agilidade, bloqueando meu caminho. Sem o pretexto social da festa, sem outras pessoas ao redor, algo em sua postura havia mudado. O charme forçado deu lugar a algo mais predatório, mais cru.

— Você realmente é notável, Zoey. — Seus olhos percorreram meu corpo sem qualquer tentativa de disfarçar o escrutínio. — Consigo entender o que Christian viu em você. Esse ar de inocência, misturado com fogo... muito atraente.

— Com licença. — Tentei contorná-lo, mas ele se moveu novamente, bloqueando minha passagem.

— O que me intriga é o que você viu nele. — Ele deu outro passo à frente, forçando-me a recuar. — O dinheiro é óbvio, claro. Mas deve haver mais. Christian sempre foi tão... contido. Tão previsível.

As insinuações eram impossíveis de ignorar, mas decidi não alimentar o confronto.

— Não tenho interesse nesta conversa. — Minha voz saiu mais firme do que me sentia. — Saia do meu caminho, Antônio.

Em vez de recuar, ele avançou novamente, eliminando quase completamente o espaço entre nós.

— Sabe, o que quer que ele esteja pagando, posso oferecer mais. — Seus olhos se fixaram nos meus, uma mistura de desejo e calculismo. — Sem as complicações emocionais que Christian traz consigo.

— Me solte. — Puxei meu braço, mas seu aperto apenas se intensificou.

— Pense nisso como uma negociação. — Sua outra mão deslizou para minha cintura, me prendendo contra ele. — Uma parceria mais... lucrativa.

— Eu disse para me soltar! — Empurrei seu peito com minha mão livre, mas a virose havia drenado mais minhas forças do que eu imaginava.

Seu rosto estava perigosamente próximo agora, seus lábios quase tocando minha orelha.

— Você não precisaria fingir comigo, Zoey. Eu entendo transações. Eu valorizo... honestidade.

Sua mão na minha cintura começou a subir, e o pânico disparou em meu peito. Com força nascida do puro desespero, pisei com força em seu pé e simultaneamente empurrei seu peito. O movimento o pegou desprevenido, fazendo-o cambalear para trás.

— Sua vadia! — rosnou ele, recuperando o equilíbrio. Seu rosto perdeu qualquer traço do charme calculado, revelando algo feio e cru por baixo. — Acha que pode...

— Tire suas mãos dela.

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