Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário romance Capítulo 138

Dois dias depois da revelação sobre Elise e o carro de Alex, eu ainda estava processando tudo que descobríramos. Christian havia passado a manhã ao telefone com Marco, discutindo os próximos passos da investigação, enquanto eu tentava manter uma rotina normal — ou pelo menos o que restava de normalidade em nossas vidas.

Observei-o da porta do quarto, notando como ele se movia com mais fluidez, sem a rigidez dos primeiros dias após o acidente. Os hematomas no rosto estavam quase imperceptíveis agora, e ele parecia ter recuperado muito da energia que eu havia temido que perdesse para sempre.

Quando terminou a ligação, encostei-me no batente da porta com um sorriso que tentava esconder minha ansiedade.

— Já que você está se sentindo bem o suficiente para se enfiar em um carro durante uma investigação — comecei, cruzando os braços —, achei que talvez gostasse de me acompanhar em outro tipo de compromisso hoje.

Christian levantou uma sobrancelha, fechando o notebook.

— Que tipo de compromisso?

— A primeira ultrassom do nosso filho.

Vi o exato momento em que suas palavras o atingiram. Seus olhos se arregalaram ligeiramente, e ele se endireitou na cadeira como se tivesse levado um choque.

— Hoje? — perguntou, a voz saindo um pouco rouca.

— Hoje — confirmei, sentindo meu coração acelerar. — Sei que está um pouco tarde para a primeira. Normalmente seria feita há algumas semanas, mas com tudo que aconteceu... o acidente, as investigações, o stress todo... — Fiz uma pausa, colocando uma mão protetora sobre minha barriga ainda discreta. — Pelo menos agora vamos poder ouvir o som do coração. Eu espero.

Christian se levantou da cadeira tão rapidamente que quase a derrubou. Em dois passos largos, estava na minha frente, suas mãos curvando-se ao redor do meu rosto.

— Claro que vou com você — disse, seus olhos azuis intensos procurando os meus. — Não perderia isso por nada no mundo.

Uma hora depois, estávamos na sala de espera da clínica, minha mão entrelaçada na dele. Christian estava visivelmente nervoso, passando a mão livre pelos cabelos repetidamente.

— Está tudo bem — murmurei, apertando sua mão. — É só um exame de rotina.

Quando meu nome foi chamado, senti um friozinho na barriga. Christian segurou minha mão com mais força enquanto caminhávamos pelo corredor até a sala do ultrassom.

A médica, Dra. Sandra, era uma mulher na casa dos cinquenta com um sorriso tranquilizador e maneiras gentis. Ela me ajudou a me acomodar na maca enquanto Christian puxou uma cadeira para ficar bem ao meu lado.

— Então, vocês estão ansiosos para conhecer o bebê? — ela perguntou enquanto preparava o equipamento.

— Muito — respondi, levantando a blusa para expor minha barriga. — Está um pouco tarde para a primeira ultrassom, né?

— Um pouquinho, mas nada preocupante — ela me tranquilizou, aplicando o gel frio na minha pele. — Pelos seus cálculos, você deve estar com cerca de treze semanas. Vamos ver se o bebê concorda com essa estimativa.

Senti Christian se inclinar para frente quando ela posicionou o transdutor na minha barriga. A tela permaneceu uma massa confusa de cinza e preto por alguns segundos, até que ela ajustou o aparelho.

— Aí está — disse ela, apontando para a tela. — Vejam só.

— Nosso filho — repeti, minha própria voz quebrada de emoção.

— Está tudo perfeito — anunciou Dra. Sandra, claramente acostumada com casais emocionados. — Tamanho compatível com treze semanas e dois dias, coração forte, boa movimentação. Vocês têm um bebê muito saudável aí.

Ficamos em silêncio por mais alguns minutos, apenas ouvindo aquele som hipnótico e observando nosso filho se mexer na tela. Christian não soltou minha mão nem por um segundo, seu polegar traçando círculos suaves nas minhas costas.

Quando finalmente saímos da clínica — com várias fotos impressas do ultrassom nas mãos —, andamos até o carro em silêncio. Foi só quando Christian ligou o motor que quebrei o silêncio.

— Dá para acreditar que fomos nós que fizemos isso? — perguntei, olhando para as fotos nas minhas mãos, ainda em choque com tudo que havíamos acabado de presenciar.

Christian riu baixinho, aquele sorriso genuíno que eu amava tanto.

— Você é sempre excepcional em tudo que faz — disse, sua voz carregada de admiração, amor e um pitada de malícia que não passou despercebida.

— Você também — respondi, sentindo lágrimas de felicidade ameaçando voltar. — Então essa criança vai ser uma mistura perfeita de nós dois.

Christian pegou uma das fotos das minhas mãos, estudando-a com reverência, como se fosse o maior tesouro do mundo.

— Mal posso esperar para conhecê-lo — murmurou, e havia uma emoção tão profunda em sua voz que me fez perceber que ele estava tão transformado por esse momento quanto eu.

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