Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário romance Capítulo 137

~CHRISTIAN~

Sentado no banco traseiro do carro de Marco, ajustei o pequeno receptor no ouvido pela terceira vez nos últimos cinco minutos. O som estava claro - eu podia ouvir perfeitamente a conversa entre Zoey e Alex através do gravador que ela carregava na bolsa. Mas isso não estava fazendo nada para diminuir minha ansiedade.

— Relaxa, cara — Marco murmurou do banco do motorista, me observando pelo retrovisor. — Você está parecendo um stalker neurótico.

— Cala a boca, Marco — respondi entre dentes, mantendo os olhos fixos na janela do café onde conseguia ver as silhuetas de Zoey e Alex.

— Ele tem razão — Anne se virou no banco do passageiro, um sorriso divertido no rosto. — Você está praticamente roendo as unhas. É quase fofo.

A voz de Alex ecoou clara no receptor, carregada de um tom irritante que me fazia querer socá-lo.

"Zoey, você está linda. Sempre soube como me enlouquecer, não é?"

Cerrei os punhos involuntariamente.

— Uau — Anne assobiou baixinho. — Ele não está perdendo tempo, não é?

— Anne — Marco a repreendeu, mas havia diversão em sua voz também.

— O quê? Estou só observando — ela respondeu com um dar de ombros. — É interessante ver como homens diferentes abordam a mesma mulher. Alex é todo meloso e nostálgico...

— Enquanto Christian aqui é mais do tipo 'você é minha e ponto final' — Marco completou, ganhando um olhar assassino meu.

— Vocês dois podem se concentrar no trabalho? — murmurei, tentando ignorar como a conversa casual entre Zoey e Alex estava me incomodando mais do que deveria.

"Lembra quando vínhamos aqui nos fins de semana?" a voz de Alex continuou. "Você sempre pedia aquele cappuccino com canela extra."

E, para minha irritação, ouvi Zoey rir.

"Lembro sim. Você sempre reclamava que era doce demais."

— Eu é quem vou ter diabetes daqui a pouco — Anne comentou, claramente se divertindo com minha expressão cada vez mais sombria. — Não fique assim. É natural que tenham conexões do passado e Zoey vai usar isso. Não significa nada.

Mas eu sabia que significava alguma coisa. Não romanticamente — eu confiava em Zoey completamente. Era o fato de que Alex a conhecia de uma forma que eu ainda estava aprendendo a cada dia. Ele sabia que ela gostava de cappuccino com canela. Eu nem sabia disso.

A conversa no café fluiu para tópicos mais banais — trabalho, vida, como as coisas haviam mudado. Alex estava sendo charmoso, atencioso, exatamente o tipo de comportamento que costumava me irritar quando direcionado à minha esposa.

Então o tom mudou.

"E como andam as coisas com a Elise? "

Anne e Marco se endireitaram nos bancos, toda a brincadeira anterior esquecida. Agora era sério.

"Estou pedindo a separação de Elise."

— Interessante — murmurou Marco. — Timing suspeito.

"Ela não é quem eu pensava que era. Está sempre focada em crescer a Elite RP, em fazer as conexões certas, conhecer as pessoas importantes. Especialmente depois que começou a trabalhar com aquela italiana esnobe."

Anne e eu trocamos olhares. Marco ajustou o retrovisor para ter uma visão melhor do café.

— Italiana esnobe — Anne repetiu pensativamente. — Aposto que é...

— Francesca — completei, sentindo um nó no estômago.

"Ela é meio obsessiva com isso. Fala constantemente sobre expandir para mercados internacionais, sobre como essa italiana tem conexões que poderiam abrir portas para ela na Europa."

— Francesca está trabalhando com Elise — Marco disse, sua voz baixa e concentrada. — Isso explica muita coisa.

Continuei ouvindo, esperando que Zoey pressionasse por mais detalhes sobre Francesca, mas para minha frustração, ela mudou de assunto. Era inteligente não parecer muito interessada, mas eu queria desesperadamente saber mais sobre essa conexão.

Eu podia imaginar a mente de Zoey trabalhando rapidamente, processando essa informação e decidindo o quanto poderia pressionar sem despertar suspeitas.

"Nossa, foi perda total?"

"Não, graças a Deus. Não foi um estrago tão grande, vai ter conserto. Mas vai demorar algumas semanas."

— Ela está sendo perfeita — Anne murmurou, admirada. — Pressionando na medida certa.

"E a Elise ficou bem? Não se machucou?"

"Nem se machucou. Nem um arranhão."

"Pelo menos isso. Espero que o seguro cubra tudo."

"Sinceramente, Zoey, tenho estado tão estressado com tudo que está acontecendo entre nós que essa foi uma das últimas coisas com que me preocupei em ir atrás. Mas acho que vai ficar tudo certo."

Havia algo na voz de Alex - uma exaustão genuína que até eu conseguia detectar através do receptor.

"Olha, Alex, obrigada pelo café e pela conversa. Acho que vou deixar o shopping para outro dia."

"Claro, sem problema. Foi... foi bom te ver, Zoey. A gente... pode fazer isso de novo?"

"A gente se fala."

Através da janela, vi Zoey se despedir de Alex com um aceno respeitoso mas distante. Ela esperou até ele entrar no Uber antes de começar a caminhar em nossa direção, seus passos medidos e controlados.

Quando ela abriu a porta traseira e deslizou para dentro do carro, não consegui me conter. Puxei-a para meus braços imediatamente, enterrando o rosto em seu cabelo.

— Você foi incrível — murmurei contra sua orelha. — Absolutamente incrível.