Quando minha respiração finalmente se estabilizou e o aperto no peito diminuiu, me senti como uma completa idiota. Anne estava certa – eu havia criado uma versão distorcida de Christian em minha mente, uma versão fria e calculista que simplesmente não correspondia ao homem por quem me apaixonei.
Christian não era o CEO implacável que minha insegurança tentava me fazer acreditar que ele era. Ele era o homem que me trouxe chocolate quente quando me encontrou chorando na cozinha durante nossa primeira semana de casamento. O homem que segurou meu cabelo quando passei mal e permaneceu ao meu lado a noite inteira, verificando minha temperatura de hora em hora. O homem que me levou para caminhar pelos vinhedos sob as estrelas e me contou histórias sobre sua infância na Itália. O homem que nomeou um vinhedo em minha homenagem – uma tradição reservada apenas para esposas verdadeiras da família Bellucci.
Como pude duvidar, mesmo por um segundo, de que ele ficaria feliz com nosso bebê?
— Está se sentindo melhor? — Anne perguntou, observando-me com cuidado enquanto eu enxugava os últimos vestígios de lágrimas.
— Me sentindo como uma idiota completa. — Balancei a cabeça, quase rindo de minha crise anterior. — Você estava certa. Eu estava sendo ridícula.
— Não ridícula — Anne corrigiu gentilmente. — Assustada. É diferente. Mas agora que você voltou ao mundo dos seres racionais...
Ela apontou para meu celular, que estava sobre a mesinha de cabeceira, me encarando como um desafio silencioso.
Peguei o aparelho, sentindo-o pesado em minhas mãos. As palavras que eu precisava dizer para Christian corriam pela minha mente: "Estou grávida", "Vamos ter um bebê", "Você vai ser pai". Todas pareciam inadequadas, pequenas demais para a magnitude da notícia.
— Liga logo — Anne me incentivou, sentando-se ao meu lado na cama. — Quanto mais você esperar, mais nervosa vai ficar.
Meus dedos tremeram ligeiramente enquanto procurava o contato de Christian. Ele provavelmente já estava no escritório, talvez em alguma reunião sobre o projeto orgânico ou lidando com as repercussões da mudança de controle acionário.
Respirei fundo e apertei o botão de chamada.
O telefone tocou duas vezes antes que sua voz familiar preenchesse meu ouvido.
— Bom dia, amore mio. — Mesmo através do telefone, podia ouvir o sorriso em sua voz. — Que surpresa boa. Não esperava sua ligação tão cedo.
— Oi — respondi, minha voz saindo mais fraca do que pretendia. — Como você está?
— Bem, apesar de ter acordado numa cama vazia e fria. — Havia um tom de brincadeira em suas palavras, mas também uma nota genuína de saudade. — Senti sua falta esta manhã.
Meu coração se aqueceu, mas ao mesmo tempo a culpa me atingiu. Enquanto eu estava descobrindo que carregava nosso filho, ele estava sentindo minha falta.
— Eu também senti a sua — murmurei, e era verdade.
Houve uma pequena pausa, e quando Christian falou novamente, sua voz estava mais séria.
— Está tudo bem, Zoey? Você parece... diferente.
Maldita seja sua capacidade de me ler, mesmo através de uma ligação telefônica. Olhei para Anne, que fez gestos encorajadores com as mãos.
— Estou bem — menti, tentando soar mais convincente. — Apenas... com saudades.
— Tem certeza? — A preocupação em sua voz era palpável. — Posso cancelar minhas reuniões e ir para aí agora se...
— Não! — Interrompi rapidamente. — Não, não precisa. Na verdade, estava ligando para perguntar quando você vem para o Rio.
— Sexta-feira. — Podia ouvi-lo folheando papéis do outro lado da linha.
— Talvez possa ficar para o fim de semana?
Desliguei o telefone e fiquei encarando a tela por alguns segundos, ainda processando a conversa. Meu coração batia num ritmo acelerado, uma mistura de nervosismo e antecipação correndo pelas minhas veias.
— E então? — Anne perguntou imediatamente, suas sobrancelhas erguidas em expectativa. — Contou? — A ironia em sua voz era palpável, já que ela havia ouvido cada palavra da conversa.
Senti uma onda de culpa ao ver sua expressão acusatória.
— Percebi, no meio da conversa, que isso não é algo que se conta por telefone, Anne. É... é grande demais. Importante demais.
Anne franziu o cenho, claramente não convencida.
— Então quando você vai contar?
— Sexta-feira. — A resolução cresceu em minha voz conforme o plano se formava em minha mente. — Quando ele chegar no Rio. Vou preparar algo especial. Algo romântico. Ele merece descobrir que vai ser pai de uma forma que combine com a importância do momento.
Anne me estudou por um longo momento, e então seu semblante se suavizou.
— Tudo bem — ela disse finalmente. — Mas nada de mudanças de ideia na última hora. Você vai contar para ele na sexta-feira, não importa o quê.
— Vou contar — prometi, e desta vez sabia que era verdade. — Na sexta-feira, Christian vai descobrir que vamos ter um bebê.
E pela primeira vez desde que vi aquelas duas linhas rosa, senti uma certa empolgação. Claro, essa empolgação estava misturada com uma boa dose de nervosismo. Mas ela estava lá.
Em cinco dias, tudo mudaria para sempre. Em cinco dias, nossa família disfuncional de dois se tornaria uma linda família de três.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário
Já estou no capítulo 279 e o 280 não abre de jeito nenhum, já estou desanimada...
Como faço para comprar e ler o capítulo inteiro...
Não abre mais capítulos nem pagando deprimente...
Quem comprou,todos os capítulos custam 3 moedas ou vai aumentando o valor?...
Eu comprei mas agora dá erro pra acessar alguns capítulos. Desconta as moedas do saldo e mesmo assim não mostra. Não adiantou nada. Só gastei à toa....
Onde compro os capítulos bloqueados??...
Decepcionada, tem pagar pra continuar a ler....
Agora tem que pagar eita...
Sério que tem que pegar??...
Antes esse site era grátis agora tem q pagar,decepcionada...