Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário romance Capítulo 116

Continuei encarando os testes, a palavra "grávida" piscava no display digital como um neon que se recusava a se apagar.

— Zoey? — A voz de Anne parecia vir de muito longe. — Respira.

Foi só então que percebi que estava segurando a respiração. Meus pulmões queimaram quando finalmente inspirei, o ar entrando em rajadas irregulares que mais pareciam soluços.

— Eu... eu... — Tentei formar palavras, mas minha garganta parecia ter se fechado completamente.

— Senta. — Anne me guiou para fora do banheiro, suas mãos firmes em meus ombros enquanto me levava até a cama. — Zoey, você precisa respirar. Devagar.

Meu coração batia tão forte que eu podia ouvi-lo nos meus ouvidos, abafando tudo ao redor. As paredes do quarto pareciam estar se fechando, o ar ficando rarefeito. Levei as mãos ao peito, tentando desesperadamente controlar a respiração que se tornava cada vez mais irregular.

— Não consigo... não consigo respirar direito — murmurei entre ofegos.

— Sim, você consegue. — Anne sentou-se na minha frente, segurando meus pulsos. — Olha para mim. Inspira comigo. Um, dois, três... segura... e solta.

Tentei seguir suas instruções, mas minha mente estava um turbilhão de pensamentos caóticos. Grávida. Eu estava grávida de Christian. Três meses. Eu já sabia. No fundo eu já sabia. Mas agora não tinha mais como eu esconder de mim mesma.

— Zoey, fala comigo. O que está passando na sua cabeça? — A voz de Anne estava calma, mas percebi a preocupação por trás da tranquilidade forçada.

— Tudo está errado — consegui dizer finalmente, as palavras saindo entrecortadas. — O timing, a situação, tudo.

— Por quê? — Anne inclinou a cabeça, ainda segurando minhas mãos. — Você ama Christian.

— Agora que o contrato não faz mais sentido, que finalmente temos a chance de ter algo real... — Senti as lágrimas começarem a cair, quentes e pesadas. — Agora aparece isso. Ele vai achar que é uma manipulação.

Anne franziu o cenho.

— Manipulação?

— Uma forma de segurá-lo. — Limpei o nariz com as costas da mão, tentando controlar os soluços. — "Ah, que conveniente, Zoey. Agora que não há mais contrato, você aparece grávida."

— Zoey, isso é ridículo...

— É? — Interrompi, me levantando bruscamente e começando a andar pelo quarto. — Ele me disse que me ama, e eu não consegui dizer de volta. E agora tenho que aparecer com uma gravidez? Vai parecer que estou usando o bebê como muleta emocional.

Anne me observou caminhar de um lado para o outro, seus olhos seguindo meus movimentos como se assistisse a uma partida de tênis.

— Você está sendo paranóica.

— Estou sendo realista! — Parei na frente dela, gesticulando freneticamente. — Christian é um CEO bilionário, Anne. Ele pensa estrategicamente sobre tudo. Vai analisar cada aspecto dessa situação.

— Ele também é o homem que te leva para caminhar pelos vinhedos e que nomeia vinhedos com o seu nome — Anne retrucou calmamente. — O homem que olha para você como se fosse a única pessoa no mundo.

— Isso foi antes! — Minha voz estava ficando estridente. — Antes de ele saber que o contrato era desnecessário. Antes de ele perceber que pode ter qualquer mulher que quiser, sem complicações.

— Zoey...

— E tem mais — continuei, ignorando sua tentativa de interrupção. — Três meses, Anne. Três meses! Isso significa que engravidei durante a lua de mel. Vai parecer que planejei tudo desde o início.

— Isso é loucura.

— É a verdade! — Sentei pesadamente na beirada da cama, colocando a cabeça entre as mãos. — Isabella já me odeia. Vai usar isso como prova de que sou uma caça-fortuna. E Giuseppe... meu Deus, Giuseppe.

— O quê?

— Acho que Christian vai surtar por cinco minutos, depois vai ficar em choque por mais cinco, e então vai ficar radiante. — Ela afastou-se ligeiramente para me olhar nos olhos. — Porque vai perceber que vai ter um bebê que é a mistura perfeita de vocês dois. Uma criança que vai ter sua bondade e determinação, e a inteligência e paixão dele.

Sua descrição me pegou desprevenida, criando uma imagem mental que eu não havia me permitido considerar. Um bebê que seria parte minha, parte dele. Que teria seus olhos intensos ou meu sorriso. Que cresceria ouvindo histórias sobre vinhedos e aprendendo sobre tradições familiares.

— E se você está certa sobre como ele se sente por você — Anne continuou — então ele vai entender que isso não foi planejado. Que foi apenas... o destino, ou o universo, ou sei lá o que for, dizendo que vocês estão no caminho certo.

Por um momento, permiti-me imaginar Christian recebendo a notícia com alegria. Imaginei-o colocando a mão na minha barriga, seus olhos brilhando com a mesma intensidade que vi quando ele falou sobre o projeto orgânico da vinícola. Imaginei-o sussurrando promessas para o bebê, planejando o futuro que construiríamos juntos.

— Você realmente acha...?

— Eu acho que você precisa dar uma chance a ele. — Anne apertou minha mão. — Precisa confiar no homem por quem se apaixonou, não no CEO que você conheceu no começo.

Respirei fundo, sentindo algo que parecia esperança começar a substituir o pânico no meu peito.

— Eu vou contar para ele.

As palavras saíram numa resolução repentina, surpreendendo até a mim mesma. Mas assim que as disse, soube que era verdade. Não importava quão assustada estivesse, Christian merecia saber. E nosso bebê merecia ter um pai que estivesse presente desde o início, para o bem ou para o mal.

— Quando? — Anne perguntou, suas sobrancelhas se erguendo em surpresa com minha mudança súbita de atitude.

Olhei para o relógio na mesinha de cabeceira. Nove da manhã. Christian provavelmente já estava preparando-se para mais um dia lidando com as complexidades do negócio da família.

— Hoje.

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