Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra romance Capítulo 89

Quando o carro finalmente parou em frente ao hospital, eu abri a porta antes mesmo de Diogo desligar o motor. Desci correndo, sentindo minhas pernas quase falharem a cada passo, com coração martelando forte no peito. Entrei pelas portas de vidro sem nem olhar pros lados, indo direto pra recepção.

— Moça, por favor, meu filho... — minha voz saiu desesperada, trêmula. — Gabriel Martins Rocha... ele é uma criança, chegou baleado junto com uma mulher. Eu preciso saber como ele tá!

— Larissa, calma! — Diogo segurou meu braço com cuidado. — Você ainda tá se recuperando da cirurgia, tem que ir com calma, pelo amor de Deus.

Eu me soltei com delicadeza, mas firme.

— Não importa comigo! Eu só quero saber se o meu filho tá vivo!

A recepcionista, uma mulher jovem com olhar cansado, pareceu reconhecer o nome. Ela digitou algo no computador.

— Gabriel Martins Rocha... certo. Ele e a acompanhante dele deram entrada há uns cinco minutos e foram encaminhados direto pro centro cirúrgico.

— Centro cirúrgico? Mas... como ele tá? Onde ele tá? Ele tá bem? Ele tá vivo?

— Senhora, por enquanto não temos atualizações. A equipe médica está trabalhando. Eu sei que é difícil, mas vocês precisam esperar um pouco...

— Esperar?! Como você quer que eu espere?! Ele é o meu filho! Eu tenho que saber se ele tá bem, eu preciso ver ele!

Senti as lágrimas escorrendo pelo meu rosto. Eu tremia. Estava com medo, com raiva, com desespero. Diogo se aproximou, encostou a mão no meu ombro e me puxou com força pro peito dele.

— Calma, calma... ela só tá fazendo o trabalho dela, Larissa. Eu sei que tá doendo, mas você precisa respirar um pouco...

Fechei os olhos e tentei me concentrar na respiração. A cabeça girava, o peito doía, mas eu sabia que gritar não ia trazer o Gabriel pra perto. Respirei fundo, me afastando de Diogo e olhei pra recepcionista com vergonha.

— Desculpa... eu só... é o meu filho…

Ela assentiu com empatia.

— Eu entendo. Isso acontece com frequência aqui, não se preocupe. Vou atualizar vocês assim que tiver alguma notícia.

Diogo entregou os documentos de Gabriel para ela.

— Aqui os documentos. Eu trouxe tudo.

Ela pegou e começou a preencher a ficha enquanto ele perguntava:

— Vocês conseguiram avisar a família da moça que estava com ele? A Julia?

— Sim, informaram a mãe dela. Ela já está a caminho.

Diogo assentiu e então me guiou pra sala de espera. A gente mal se sentou e ele soltou um suspiro pesado, quase um desabafo.

— Nem duas semanas atrás a gente estava aqui esperando você sair da cirurgia... agora é com o Gabriel.

Me joguei na cadeira, sentindo o corpo pesar, o coração mais ainda.

— Por quê? Hein, Diogo? O que a gente fez? Por que tão fazendo isso com a gente? Primeiro fui eu, agora o Gabriel...

Ele hesitou por um instante, se sentou ao meu lado e falou com a voz mais baixa:

— Eu preciso te contar uma coisa, Larissa...

Antes que ele completasse, ouvimos passos rápidos e vozes conhecidas. Levantei o rosto e vi Cathe e meu pai entrando pela porta, já com os olhos marejados. Meu pai estava pálido, e minha amiga tremia.

— Filha! — ele correu até mim, me abraçando com força. — O que aconteceu, pelo amor de Deus?!

Desabei nos braços dele.

— Larissa?! — Diogo correu pra mim, me segurando. — Senta aqui, calma, respira.

Ele me ajudou a sentar, me apoiando com cuidado. Eu tremia, com as mãos no rosto.

— Eu tô tentando ser forte... eu juro... mas eu não consigo. Se acontecer alguma coisa com o Gabriel... eu morro junto.

Diogo se ajoelhou à minha frente, segurando meu rosto com as mãos.

— Ei. Ei, olha pra mim. Nada vai acontecer com ele, nem com a Julia. Eles vão sair dessa, tá me ouvindo? Quando o Gabriel sair da cirurgia, a primeira pessoa que ele vai querer ver é você. Ele precisa de você forte, Larissa.

Assenti, mesmo sem ter certeza se conseguiria. Mas por ele... por meu filho... eu tentaria.

***

As horas foram passando como se o tempo estivesse preso em uma ampulheta quebrada. Eu já não sentia mais o pânico correndo nas veias, mas também não havia paz. Era um torpor… um cansaço fundo. Diogo conseguiu um remédio para dor ali mesmo no hospital, e aquilo me deixou um pouco mais calma, ou talvez apenas mais letárgica.

Meu pai estava sentado mais adiante, com os olhos pesados. Ele tentou não demonstrar, mas eu sabia… ele tinha saído direto da quimioterapia pra vir até aqui. A pele dele estava mais pálida do que o normal, os ombros caídos. A cada suspiro, ele parecia mais exausto.

Catherine estava ao meu lado, chorando baixinho. Eu podia ver que ela tentava segurar a dor, queria ser forte por mim, pelo papai, pelo Gabriel. Mas as lágrimas escapavam mesmo assim, e eu não tinha forças pra dizer nada. Nem pra tentar ser eu a forte dessa vez.

Foi quando um homem apareceu no corredor, caminhando com passos apressados mas contidos. Era jovem, devia ter uns trinta e poucos anos, usava óculos e tinha uma expressão séria, porém suave. Meu coração acelerou.

A senhora Erismar, mãe da Julia, já estava de pé, com o filho dela ao lado. Todos nós nos viramos pra ele.

— Boa noite — ele disse, com a voz firme. — Eu sou o doutor Victor, cirurgião da Julia da Silva Santos.

Por um segundo, meu peito encheu de esperança, achei que ele ia falar do Gabriel. Me levantei num impulso, mesmo com o corpo ainda pesado pela dor. Fiquei ao lado da senhora Erismar, dividindo com ela aquela espera ansiosa.

— Como ela está? — perguntou o irmão da Julia, a voz trêmula.

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