(Diogo)
O bar estava cheio, mas eu me sentia sozinho.
A luz baixa, o cheiro de álcool misturado com fritura e o som abafado das conversas não ajudavam a tirar o peso da minha cabeça. Eu respirei fundo, apoiando os cotovelos no balcão de madeira riscada.
A garrafa quase vazia diante de mim parecia um reflexo do que eu sentia por dentro: meio esvaziado, meio entorpecido.
E então o celular vibrou no bolso da minha jaqueta.
Peguei achando que era trabalho, ou talvez mais uma notificação qualquer, mas o nome de Alessandro.
Abri a mensagem e li devagar:
"É uma menina. A Larissa tá grávida de uma princesa."
Fechei os olhos por um segundo, segurando o sorriso bobo que cresceu no meu rosto. Eles mereciam isso. Mereciam toda felicidade do mundo. Era engraçado… no meio da minha bagunça interna, a felicidade deles ainda era uma das poucas certezas que me aqueciam.
O bartender me serviu outro copo, e eu só agradeci com um aceno.
Peguei o celular de novo e digitei:
"Meu irmão, que notícia maravilhosa! Amanhã passo aí com o primeiro presentinho da princesinha. Parabéns, de verdade."
Enviei e guardei o celular no bolso, mas ele vibrou outra vez quase de imediato.
Achei que fosse Alessandro respondendo. Mas não era.
O número desconhecido apareceu na tela, e fez o gelo correr pelo meu corpo.
Fiquei alguns segundos só encarando a notificação antes de abrir. Quando finalmente li, senti meu estômago se revirar.
"Eu sei que você voltou para sua cidade natal. Não ache que só por ser rico, é inalcançável... Todos vão saber a verdade. Quem é o verdadeiro Diogo Montenegro."
Lí, reli, reli outra vez. Como se as palavras fossem mudar ou se o peso delas pudesse ser menor da segunda ou terceira vez.
Mas não era.
Bloqueei o número e joguei o celular no balcão.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra
Esse tbm. Será que nunca vou ler grátis...