Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra romance Capítulo 159

O veterinário olhou para mim com um sorriso paciente enquanto Gabriel falava pela terceira vez que o passarinho precisava de comida, de um cobertor e de alguém que conversasse com ele à noite pra ele não sentir medo.

— Prometo — disse ele, sério, como se Gabriel fosse o chefe dele. — Vou cuidar dele como se fosse meu.

Gabriel apertou os lábios e assentiu, como se aquilo tivesse sido uma entrevista séria.

— Se ele melhorar, você me liga, tá? — completou, estendendo o dedinho.

O veterinário selou o pacto com um toque de dedo e eu quase derreti ali.

Aproveitei a saída e, com Gabriel do meu lado, comprei as coisas da surpresa. Um balão com a frase que me fazia sorrir só de imaginar o Alessandro lendo. Uma caixinha bem delicada. E, dentro dela, os cinco testes e o exame de sangue. Gabriel, como sempre, curioso, perguntava:

— Mãe… é aniversário do papai?

— Não, amor.

— É presente?

— É, de um jeito especial. Mas é segredo, tá?

Ele me olhava com aquela cara de quem adorava segredos.

— Eu gosto de segredo.

Chegamos em casa e, pra minha sorte, Alessandro ainda dormia. A casa estava silenciosa, e eu respirei aliviada. Subi com Gabriel devagarzinho e, no quarto dele, montamos tudo. Ele ria baixinho, empolgado com o balão.

— Agora guarda segredo, combinado?

— Eu sou bom nisso — ele respondeu sério, mas com os olhos brilhando.

Desci pra cozinha e comecei a preparar as almôndegas. Gabriel ficou comigo, querendo ajudar, mesmo que só estivesse bagunçando mais do que qualquer outra coisa.

Ele misturava os temperos, cantarolava e fazia perguntas aleatórias, e eu só pensava em como nossa vida tinha mudado. Em como aquele caos bom era exatamente tudo que eu precisava. Tudo o que eu sonhei nos anos que passei casada com Alessandro.

Era difícil, mas às vezes ainda me pegava comparando o meu passado com agora.

Não demorou até eu ouvir passos no corredor e ver Alessandro surgir com o cabelo todo bagunçado, ainda com aquela cara de quem acordou há pouco.

— Hmmm… tá com cheiro de promessa cumprida por aqui — disse ele, se espreguiçando na porta da cozinha.

— Boa noite, dorminhoco. — sorri, pegando o molho. — Acordou justo na hora certa.

— Eu sabia — ele brincou, vindo até mim e me dando um beijo no pescoço. — Tô com sorte ultimamente.

— Pai! A gente já pode jantar? — Gabriel perguntou animado, batendo palmas.

— Pode, campeão. — disse Alessandro, sentando-se à mesa.

Nos sentamos juntos, os três. A mesa cheia de pratos, talheres fora do lugar, suco derramado no copo de Gabriel, mas o que eu via era uma cena perfeita.

Ríamos, conversávamos, Alessandro contava do dia no trabalho, Gabriel interrompia a cada dois minutos. Tudo tão nosso.

— Amor, eu comprei umas coisinhas pro Gabriel hoje, enquanto estávamos fora — falei casualmente, levantando da mesa. — Vai lá com ele que ele quer te mostrar.

— Agora? — ele perguntou, mastigando ainda.

— Vai! — incentivei, rindo. — Ele tá ansioso.

— Tô! — Gabriel gritou, já se levantando e correndo pelo corredor. — PAPAAAI, VEM LOGO!

Alessandro levantou, limpando a boca com o guardanapo.

— O que você comprou que deixou esse menino tão empolgado assim?

— Vai lá ver.

O segui, dando um pequeno espaço entre nós. Ele entrou no corredor do quarto de Gabriel e me olhou confuso.

— Ué… tá escuro, por que a luz tá…?

A luz foi acesa e, em seguida:

— TCHAAAAAAN! — Gabriel gritou. — EU VOU TER UM IRMÃOZINHO!

O balão flutuava preso à cama escrito “Parabéns, você será papai de dois agora”, e ele segurava a caixinha com cuidado, estendendo para Alessandro com um sorriso escancarado no rosto.

Apareci mais na porta, vendo Alessandro parado, completamente em choque, os olhos fixos no filho e na caixinha. Ele pegou o presente das mãos de Gabriel, abriu… e ficou olhando os testes, o exame de sangue…

— Larissa… — ele sussurrou. — Isso é… é verdade?

Assenti, sentindo as lágrimas escaparem antes mesmo de conseguir responder.

— É. É verdade. A gente vai ter outro bebê.

Ele piscou, os olhos já marejados.

— Meu Deus… — ele sussurrou. — Eu vou ser pai de novo.

Deixou a caixinha na cama de Gabriel com tanto cuidado, como se fosse feita de vidro. E então veio até mim, me pegando no colo e abraçando forte, girando como se o mundo fosse leve demais naquele instante.

— Eu não acredito… — ele murmurava no meu ouvido. — Obrigado. Obrigado por isso. Eu te amo tanto.

Eu chorava, rindo entre as lágrimas.

Capítulo bloqueado
Você poderá ler este capítulo gratuitamente em:--:--:--:--

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra