Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra romance Capítulo 118

Enzo parecia um louco, seus olhos estavam perdidos cheios de ódio. Alguém chamou meu nome e ele se virou a direção. E essa foi a minha chance.

Puxei a arma, rápido o suficiente enquanto gritava.

— MATHEUS, ABAIXA!

Ele caiu, e eu atirei.

O disparo atingiu Enzo na barriga, fazendo ele gritar e tentar atirar. Mas Alessandro foi mais rápido, descarregando a arma em sua direção. O corpo de Enzo foi para trás, tropeçando com o impacto até que ele caiu de joelhos no chão, deixando a arma cair já sem forças, puxando o ar com dificuldade.

— Acabou — ele disse, ofegante, com o rosto marcado. — Isso é por você ter tocado na Larissa.

Matheus se jogou pro lado, cambaleando, e eu corri até ele, segurando-o com força.

— Vem! Vai!

Enzo caiu de costas, os olhos vidrados, sem dizer mais nada.

O silêncio que veio depois foi estranho e sufocante.

Eu senti as pernas falharem e Matheus desabou ao meu lado. E Alessandro... Alessandro correu até mim, caindo de joelhos.

— Você tá bem? Você tá bem? — ele me segurou pelos ombros, os olhos desesperados.

Eu só consegui assentir, o rosto banhado de lágrimas.

— Eu fiquei com tanto medo — sussurrei.

— Eu nunca mais vou deixar isso acontecer — ele respondeu, colando a testa na minha.

No fundo, ainda se ouviam tiros e gritos ao longe.

Mas ali, entre os escombros, eu soube: nós sobrevivemos.

E a guerra... estava quase no fim.

A confusão parecia nunca acabar. As sirenes começaram a se aproximar ao longe, e a fumaça se misturava ao cheiro de pólvora, suor e sangue. Mas o tiroteio havia cessado. Um a um, os capangas foram sendo rendidos, algemados, derrubados no chão por Fernando e os agentes.

O pesadelo estava perdendo força.

Eu ainda estava tremendo, tentando entender se aquilo tudo era real, quando senti dois braços me envolvendo com força.

— Larissa... meu Deus... — a voz veio embargada, mas reconfortante.

Diogo.

Me afastei de Alessandro e o agarrei como uma criança perdida. O peito dele era o primeiro porto seguro que eu encontrava em dias.

— Eu achei que eu não ia conseguir sair... — murmurei, a voz falhando. — Eu achei que eu ia morrer ali dentro...

— Ei... calma. Acabou, tá? Você tá com a gente agora. Ninguém mais vai te machucar. — Ele passou a mão nas minhas costas, firme, e pela primeira vez em muito tempo, eu me permiti chorar de verdade.

Ergui os olhos, cheios de lágrimas, mas consegui ver ele, parado ali, a poucos centímetros, nos encarando..

Ele estava com o rosto manchado de sangue seco, a camisa suja, os olhos cansados. Mas me olhava como se estivesse vendo o céu depois de um inferno.

Respirei fundo e soltei devagar de Diogo e fui até ele.

Cada passo que eu dava era um turbilhão dentro de mim. Gratidão, tensão, raiva, carinho... tudo misturado. Então eu o abracei, o pegando de surpresa no início e sentindo em segundos ele envolver os braços ao redor de mim.

— Obrigada. — minha voz saiu baixa, mas firme. — Eu sei que você se esforçou pra vir atrás de mim. E... eu preciso te contar uma coisa sobre a Chiara.

Ele balançou a cabeça, me cortando gentilmente.

— Eu já sei. Descobri tudo. — a voz dele estava rouca, quebrada. — Ela enganou todo mundo. Inclusive a mim.

Ele se afastou para olhar em meus olhos.

— Larissa... eu sinto muito. Por tudo. Por ter deixado você sozinha, ter acreditado nas mentiras dela, por ter escolhido o orgulho em vez de lutar com você. Era pra gente estar junto... com o Gabriel.

— Eu... — ele respirou fundo, tossindo de leve — não queria mais me sentir usado. Quis fazer uma coisa certa antes do fim disso tudo. E você me salvou, obrigada.

— Eu vou te visitar no hospital, tá? — prometi, tocando de leve sua mão livre.

Ele assentiu lentamente, com os olhos pesados pela dor e pela sedação, e deixou que os policiais o levassem dali, escoltado entre macas e vozes apressadas.

Suspirei. Era como se a cada passo eu carregasse o peso de tudo o que tínhamos vivido ali.

Levei a mão até a cintura, puxando o envelope sujo de poeira que ainda estava escondido debaixo da minha blusa, preso no cós da calça.

Me virei pra Fernando, estendendo-o pra ele.

— Aqui. Esses são os documentos que o Matheus escondeu... registros, movimentações, tudo. Provas que ligam a Chiara à lavagem de dinheiro, à falsificação. Tem até contas no exterior e extratos com o nome dela. Isso deve ser suficiente pra iniciar uma investigação formal. E... pra encontrá-la.

Fernando pegou o envelope com cuidado, como se soubesse que tinha ouro nas mãos.

— Isso vai ajudar muito. — ele disse, olhando nos meus olhos. — Você foi corajosa, Larissa. Muito mais do que a maioria teria sido.

Eu dei de ombros, tentando conter as lágrimas de novo. Eu não queria mais chorar naquele lugar.

— Eu só queria sair dali viva e garantir que ele não conseguisse fazer o mesmo com mais ninguém.

Fernando assentiu, guardando o envelope dentro da pasta que carregava.

— A gente vai pegar a Chiara. Pode confiar nisso.

Eu apenas assenti, cansada demais pra responder com palavras.

Então me virei... e fui em direção ao carro onde Alessandro já me esperava.

Era hora de ir embora daquele inferno.

De verdade, dessa vez.

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