Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra romance Capítulo 101

Me ajeitei na cama, o peito ainda pesado com tudo que Rafael tinha jogado na minha cara, mas uma coisa ficou martelando na minha cabeça. O nome. Aquele nome.

— Repete o nome dele. — pedi, encarando Rafael com seriedade.

Ele franziu o cenho, meio desconfiado.

— Enzo. Foi o que eu disse... Enzo.

Meus olhos se estreitaram. Um arrepio passou pela minha espinha. Não podia ser coincidência.

— Como é esse cara? — perguntei, já sabendo que não ia gostar da resposta.

— Eu não sei. — Rafael respondeu, dando de ombros. — Nunca vi. Só ouvi Larissa comentando. Mas você precisa entender uma coisa, Alessandro. A Larissa vai sim se envolver com outra pessoa. Ela não é mais sua mulher e...

— Enzo. — eu cortei, com a raiva subindo no meu peito. — Esse desgraçado tá saindo com a Larissa? Então é ele...

— Do que você tá falando agora? — Rafael retrucou, sem entender nada.

— Enzo é filho do ex-marido da Chiara! — falei com os dentes cerrados. — E eu tenho quase certeza que foi ele quem matou o próprio pai... e agora tá aqui! Tá aqui, Rafael! Atrás da Larissa... e da Chiara também!

Rafael empalideceu, os olhos arregalados.

— Cara... que porra é essa que você tá falando?

Tentei me levantar, impulsionado pela raiva, mas uma dor aguda no abdômen me fez travar no meio do caminho. Xinguei baixo e respirei fundo.

— A gente tem que avisar a Larissa. Agora. Ela não pode continuar com esse cara! Ele está se aproximando dela por vingança. Merda, o que esse desgraçado quer com ela?

— Você não vai sair da cama assim — Rafael veio até mim, segurando meu ombro com força. — Se acalma e me explica direito.

— Vai chamar o Diogo agora! — eu quase gritei. — Agora, Rafael!

Ele me encarou por uns segundos, depois assentiu e saiu do quarto.

Aproveitei o momento e estiquei o braço até o criado-mudo. Peguei o celular enquanto a mão tremia, mas disquei o número do Fernando. Ele atendeu no terceiro toque.

— Alessandro? Tá tudo bem?

— Escuta — falei direto, sem tempo pra rodeios. — Acabei de descobrir que o Enzo tá saindo com a Larissa.

Houve um breve silêncio do outro lado.

— Enzo...? O italiano?

— Isso. O próprio. — continuei, com raiva na voz. — Ele tá perto dela, Fernando. Muito perto. E eu não acho que seja coincidência. Ele tá fazendo isso de propósito. Ele quer machucar ela.

— Mas, o que ele iria querer com ela? Se bem que o que aquele desgraçado que a esfaqueou falou, agora faz todo o sentido.

— Sim. Eu vou matar aquele filho da puta! Ele pode estar envolvido com o quase sequestro do meu filho, Fernando! Ele pode ter quase matado o meu filho!

Fernando suspirou do outro lado, parecendo preocupado.

— O que você quer que eu faça?

— Rastreia as ligações da Larissa. Hoje. Agora. Vê se ele entrou em contato de novo, se eles marcaram de se encontrar. Mas ela não pode saber disso. Eu só quero saber onde esse desgraçado tá agora. A localização exata dele.

— Entendido. Vou fazer isso agora e te ligo assim que eu tiver algo.

— Valeu, Fernando.

— Pode deixar.

Desliguei, jogando o celular com força no colchão. Encostei a cabeça na cabeceira, o coração batendo descompassado. Eu estava explodindo por dentro. Raiva, medo, desespero... tudo misturado.

Enzo. Aquele maldito. Ele tinha se aproximado da Larissa.

A porta abriu com força e Diogo entrou primeiro, com o Rafael logo atrás dele. Eu já estava quase me levantando da cama quando Diogo praticamente pulou em cima de mim.

— Mas que merda você tá fazendo, Alessandro? — ele segurou meu ombro com firmeza, tentando me manter encostado no colchão. — Você ainda precisa descansar, porra!

— Não dá pra ficar parado, Diogo. — minha voz saiu tensa. — Larissa tá saindo com outro homem.

Ele me olhou com cara de tédio, quase como se eu tivesse dito algo ridículo.

— E o que tem? Você achou mesmo que ela ia ficar esperando você depois de tudo? Fala sério...

— O cara é o Enzo. — soltei de uma vez, sentindo a raiva subir de novo.

A expressão do Diogo mudou completamente e ficou séria.

— Como assim... Enzo? — ele perguntou devagar, como se estivesse processando.

Virei o rosto pra Rafael, que respirou fundo, cruzou os braços e falou, meio contrariado:

— Larissa conheceu esse Enzo há uns quatro anos... ainda na época em que ela era casada com você. Eles se encontraram por acaso em Chicago, se esbarraram na rua. Depois disso... voltaram a se falar e se reencontraram aqui no Brasil. Começaram a sair. Recentemente, parece que ficaram mais próximos.

Diogo balançou a cabeça, tentando montar o quebra-cabeça.

— Como é esse Enzo?

Rafael coçou a nuca, meio tenso.

— Vou procurar ela no estacionamento — disse Diogo já saindo.

— Vai, mas fica atento, Diogo! — gritei atrás dele, o peito já apertado.

Voltei os olhos pro Rafael, que já estava colado no celular, andando de um lado pro outro do quarto.

— E aí? Tá chamando?

— Espera… tentando de novo…

Primeira tentativa. Nada.

Segunda. Nada.

Na terceira, ele me olhou, o rosto pálido.

— Fora de área.

— Como assim fora de área, Rafael?! — praticamente gritei, sentindo o desespero crescendo. — Ela estava dentro de um hospital! Como o celular dela tá fora de área?!

— Não sei! — ele respondeu, agora começando a ficar tão agitado quanto eu. — Pode ser que ela esteja num elevador, ou em algum canto sem sinal, sei lá.

— Não — murmurei, com os punhos fechados. — Não é isso. Não pode ser coincidência. Não agora.

Encostei as costas na cabeceira da cama, o peito subindo e descendo rápido. Um gosto amargo tomou conta da minha boca.

— Merda, merda, merda… — fechei os olhos com força e sussurrei pra mim mesmo. — O desgraçado pegou ela.

Rafael virou pra mim, alarmado.

— Você acha que foi o Enzo?

— Tenho certeza — abri os olhos, o olhar queimando. — Ele armou alguma coisa. Ligou pra ela, atraiu ela pra fora… e agora tá com ela.

Rafael passou a mão no rosto, visivelmente nervoso.

— Droga… a gente tem que avisar a segurança, a polícia, o hospital, sei lá! Eu vou tentar rastrear o celular dela por aqui!

— Faz isso — falei, o maxilar travado de tanta tensão. — E rápido.

Porque se aquele maldito colocou as mãos nela…

Ele não fazia ideia do que eu era capaz de fazer pra tirar a Larissa das mãos dele.

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