POV AMÉLIA.
O jantar foi agradável, mesmo eu estando chateada com Cecília. Passei o resto do jantar em silêncio. Mas mesmo que quisesse falar, não poderia. Pois Ana e Cecília não paravam de falar. Ivan ficava em silêncio observando com aquele rosto carrancudo. Ivan parecia aqueles capangas de filme de mafiosos. Pensando bem, Magnos era como um chefe da máfia, mandão e perigoso.
Aquelas duas estavam planejando tudo para quando meus filhos nascessem. Coitados dos meus filhos com essas duas loucas. Elas estavam planejando o enxoval e a decoração dos quartos dos meus bebês. E nem se davam o trabalho de me perguntar o que eu achava.
Quando o jantar terminou e Ana e Ivan foram embora, eu suspirei aliviada, porque não aguentava mais ouvir Cecília e Ana falando e planejando. Gosto de ficar sossegada em meu canto. Logo me levantei e fui em direção ao meu quarto. Cecília veio atrás falando. M*****a hora em que machuquei o pé, agora não posso correr para longe de Cecília.
— Amélia, até quando vai ficar me ignorando? Eu já lhe pedi desculpa. — Reclamou Cecília. Sim, ela pediu e pede a cada cinco minutos. Minha cabeça parece que explodirá. Porra, Cecília parece uma adolescente testando nossa paciência.
Continuei em silêncio para o desespero de Cecília. Ela correu, me ultrapassando e parando em minha frente. Ela bloqueou meu caminho, não me deixando passar. Bufei impaciente, ela sabia ser insistente. Eu estava exausta de subir aqueles lances de escada como uma tartaruga, e agora tenho que ainda aturar Cecília com a mesma conversa exaustiva.
— Vai Amélia, pare de ser teimosa e fale comigo. Admito que errei, não deveria falar sobre o que conversamos a sós. Me perdoe, sim? — Pediu Cecília pela milésima vez.
Eu planejava ficar sem falar com ela por um tempo, só para puni-la. Sei que estou tendo uma atitude infantil. Quem nunca fez birra quando está se sentindo traída? Mas não aguentarei Cecília andando atrás de mim e falando sem parar. Acho melhor dizer que aceito suas desculpas.
— Se for para você, me deixar em paz e parar de falar. Volto a conversar com você. Satisfeita? — Falei.
— Sim, eu prometo ficar quieta e nunca mais contar o que conversarmos sozinhas. — Disse Cecília.
— Agora saia da minha frente que quero chegar ao meu quarto e dormir. — Falei mal-humorada.
— Você parece meu irmão quando está de mau-humor. E você não cansa de dormir? Dormiu a tarde toda e ainda tem sono? — Perguntou.
Ela tinha que menciona aquele ogro, o beijo que demos veio a minha mente. Não posso me lembrar que fico excitada. Droga de ogro que beija bem. Voltei para a realidade antes que demonstrasse o que estava sentindo.
— A gravidez me deixa com muito sono. Não tenho culpa de dormi demais. Agora me deixe passar. — Falei e a cutuquei com uma das muletas.
— Ei, cuidado com essas coisas. — Falou Cecília.
— Tem certeza que tem trinta e cinco anos, você não tem quinze anos? — Perguntei debochada.
— Muito engraçada. — Falou e saiu do meu caminho. Continuei minha lenta caminhada, uma hora chego no meu destino. Meus braços estavam doendo do esforço com as muletas.
Quando cheguei ao meu quarto, sentei logo na cama me livrando das muletas. Meus braços agradeceram. Cecília ainda permanecia parada me observando.
— Posso ajudar. — Gritou. Foi, então, que percebi haver falado e não pensado. Droga de super audição. Por mais que odiasse a ideia, teria que aceitar a ajuda de Cecília, não poderia me lavar sem ajuda.
— Cecília poderia vir aqui, por favor? — Pedi. A porta foi aberta assim que terminei de falar. Arquei minha sobrancelha e lhe olhei. Ela estava atrás da porta o tempo todo? Que bizarro! Prefiro não comentar.
— Eu estava preocupada de que você caísse. Então fiquei por perto. — Se explicou Cecília.
— Tanto faz. — Respondi, dando de ombro. Cada qual com suas manias. Eu não julgo, pois tenho as minhas.
— Doutor Hélio me ensinou a como tirar sua bota imobilizadora para você poder se banhar. Ele também me ensinou passo a passo de como colocar depois e deixou todos os materiais de que precisarei para essa tarefa. Eu me sinto uma enfermeira. — Falou animada. E eu me sentia sua cobaia.
— Então, vamos começar? Estou precisando de um banho urgente. Aliás, quem me banhou quando eu estava inconsciente? — Perguntei.
— Uma enfermeira cuidou de você. Agora tirarei sua bota e te colocarei na banheira e a deixarei sozinha. Assim, você terá privacidade para se lavar tranquilamente. E quando acabar, me chame. — Falou.
Olhei para os lados e comecei a pensar: quem tem um closet desse tamanho com um banheiro e uma banheira junto? Acho muita ostentação. Ele já tem um banheiro com banheira no quarto. Para que fazer um closet com banheiro e banheira?
Sentei-me numa cadeira e Cecília tirou minha bota imobilizadora. Ela saiu para eu tirar minha roupa. Quando terminei, me enrolei numa toalha e a chamei. Ela voltou e me ajudou a entrar na banheira e me sentar. Tirei a toalha molhada e coloquei na lateral da banheira. A água estava maravilhosamente quentinha. Suspirei de satisfação. Cecília saiu, me dando privacidade.
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