GRÁVIDA DE UM ALFA POR ACIDENTE romance Capítulo 47

POV AMÉLIA.

Cecília parece ter percebido que não gostei de ser chamada de inútil. Então mudou de assunto rapidamente.

— Magnos disse que você é médica geneticista. — Falou Cecília.

— Sim, também sou biomédica. Sou formada em biomedicina genética. Trabalho num hospital atendendo pacientes e tenho um laboratório com meu melhor amigo, Jake. Lá estudamos e trabalhamos com doenças, modificações genéticas e anomalias genéticas. Descobrimos cura para algumas doenças. Como médica geneticista, sou especializada no estudo dos genes. Sei tratar, diagnosticar e aconselho pacientes com doenças genéticas ou que podem desenvolvê-las futuramente. — Expliquei.

— Você gosta do que faz. Dá para perceber pela maneira que fala. — Falou Cecília encantada com o que falei.

— Sim, eu amo minha profissão. — Falei sorrindo. Cecília de repente arregalou os olhos e me olhou esperançosa.

— Amélia talvez você possa nos ajudar com essa doença que está nos deixando incapazes de ter filhos. — Falou Cecília. Ela chegou no ponto que eu queria.

— Eu gostaria muito de ajudar. Não sei se essa doença afetará meus filhos quando eles nascerem. Estou preocupada com meus bebês. Mas não sei se Magnos permitirá. — Falei.

— Vou conversar com ele. Acho que encontramos um lugar em que você se encaixa. Acredito que você pode ser a chave para nossa cura. — Disse Cecília empolgada.

— Farei meu melhor para ajudar com essa doença. — Falei sinceramente.

— Ótimo, agora continuamos nossa aula. — Falou. Cecília parecia animada quando falava da sua espécie.

— Me explica como é isso de ter um lobo dentro de você e sobre conversa mental? — Perguntei, eu deveria querer saber de leis, mas estou muito fascinada com tudo que estou ouvindo. Estou me sentindo em um livro de histórias sobrenaturais.

— Amélia você parece um filhote ansioso que está conhecendo o mundo dos lobisomens. Eles ficavam assim quando iam para a escola da alcateia. Sempre animados, curiosos e ansiosos. — Falou Cecília, alegre, mas ficou triste de repente.

— Esse assunto sobre os filhotes é delicado para vocês, certo? — Perguntei.

— Sim, muito, foi horrível quando a doença chegou. Muitas fêmeas estavam grávidas naquele ano. A alcateia Uivante Negro tinha trinta mil lobos e manteve esse número até hoje. Somos sexualmente ativos. Então, há dez anos, havia cento e cinquenta fêmeas grávidas aqui. Todos os filhotes que essas cento e cinquenta fêmeas geravam foram mortos. Alguns foram abortados e os que chegaram a nascer, nasceram mortos. — Falou Cecília. Coloquei minha mão automaticamente sobre minha barriga. Que tragédia.

— Que tragedia horrível. — Falei triste por essas mães.

— Sim, a alcateia caiu em um período de trevas, assim como todas as outras alcateias. Essa doença foi um ataque direto aos lobos. Meu irmão acredita que foi obra de uma bruxa, mas ainda não pode provar. Por esse motivo, ele odeia quem é usuário de magia. Mudemos de assunto, que esse tema não fará bem para você. — Falou, eu fiquei tocada por ela se preocupar com meu bem-estar.

— Você iria começar a falar sobre seus lobos. — Falei.

— Sim, todos nascemos já com um lobo em nós, ligado ao nosso ser. Somos um, mas nossa parte lobo só se mostra quando estivermos prontos. — Falou.

— Como assim? — Perguntei.

— É como a puberdade humana, uma fase que vocês passam para virarem adulto. Nós também precisamos amadurecer para nossos lobos florescerem e assim podermos passar pela transformação. Mas existem casos como do meu irmão que o lobo amadurece cedo, na infância. Então eles se transformam ainda criança. Magnos se transformou com seis anos. Ele passou pela transformação dolorosa sem derramar uma lagrima. Contaram meus pais. — Falou.

— Parece que alfa Magnos sempre foi valente. — Falei e sem querer pensei naquele beijo gostoso. Aquele infeliz beija bem.

— Nem sempre usamos nossa mente, gostamos de tecnologia, de conforto, de coisas boas e luxuosas. Você deve ter notado que somos uma alcateia rica e poderosa. — Falou orgulhosa.

— Eu notei, sim, impossível não perceber os carros de luxo, casas imponentes, roupa de marca cara e as joias que vocês usam. — Falei.

— Somos como os humanos, Amélia. Gostamos de viver bem, trabalhamos e batalhamos como vocês. Temos as mesmas profissões, somos médicos, cientistas, empresários, cozinheiros, enfim, não somos seres de outro planeta. Nossas únicas diferenças são que somos mais fortes, inteligentes, poderosos e vivemos muito mais que um humano. — Disse ela. Ela disse que vive mais?

— Vivem mais, como? Qual é sua idade? — Perguntei.

— Tenho a sua idade, trinta e cinco anos, mas pareço ter vinte anos. — Falou. Fiquei surpresa e minha curiosidade aflorou.

— Como isso é possível? — Perguntei.

— Nosso envelhecimento é lento. Não ficamos doentes, nosso processo de cura é acelerado. Só perecemos por combate. Nossos inimigos não conseguem nos matar facilmente. — Falou Cecília convencida.

— Você está enganada, Cecília. Na verdade, um de seus inimigos está tendo sucesso em acabar com vocês. — Falei.

— Que loucura é essa que está falando? — Perguntou confusa.

— Você disse que seu irmão suspeita que alguém lançou essa doença. Acabou de me dizer que um lobisomem é difícil de ser morto. Parece que alguém descobriu uma maneira de exterminar vocês. Tire a capacidade de uma população de ter filhos e, daqui a alguns anos, essa população estará extinta. — Expliquei, Cecília arregalou os olhos, assustada. Será que ninguém aqui pensou nisso? Quem são os mais inteligentes agora?

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