GRÁVIDA DE UM ALFA POR ACIDENTE romance Capítulo 295

POV MAGNOS.

Acordei de sobressalto com o som agudo e insistente de choro. Meu coração disparou, e por um momento o pânico me dominou. Abri os olhos rapidamente, buscando a origem daquele alvoroço. À minha frente, Amélia estava sentada na cama, com dois dos nossos filhotes em seus braços, um em cada seio, amamentando-os com uma expressão desesperada de cansaço e impotência. Os outros dois choravam sem parar, mexendo-se inquietos sobre a cama.

— Amélia, o que está acontecendo? — perguntei, tentando manter a calma, mas sentindo a urgência subir como uma maré em mim. Ela me olhou com alívio evidente, o rosto marcado pelo cansaço. Seus olhos estavam vermelhos de exaustão, e a tensão em seus ombros era visível.

— Magnos, graças a Deus, você acordou! Eu… eu não consigo fazê-los parar de chorar! — sua voz estava embargada, e por um instante meu coração se apertou. — Estou tentando amamentar esses dois, mas os outros estão desesperados, e eu não sei o que fazer… não sei o que eles têm! — falou aflita com o choro dos filhotes.

Sem pensar duas vezes, peguei os dois que choravam. Eles se debatiam em meus braços, e por mais que eu tentasse acalmá-los, não conseguia. O choro deles parecia crescer a cada segundo, se misturando e criando uma sinfonia caótica que me deixava atordoado. Nunca havia me sentido tão perdido. Como um alfa, estava acostumado a controlar qualquer situação… mas ali, segurando meus filhotes, todo meu poder parecia insignificante.

— Por que eles não param de chorar? — perguntei, desesperado, minha voz revelando o quanto aquilo me afetava.

— Eu não sei! — Amélia respondeu com um nó na garganta. — Talvez estejam com fome… mas… mas eu já estou com dois aqui! O que faço, Magnos? — Me perguntou perdida.

Antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, uma figura familiar surgiu no quarto. Era Morgana, e, pela vez, eu não senti raiva ou desconforto por vê-la ali. Na verdade, senti um alívio imediato. Ela se materializou como se soubesse exatamente o que estava acontecendo e com um olhar de quem já tinha vivido aquilo muitas vezes.

— Precisam de ajuda, meus queridos? — ela perguntou suavemente, olhando para nós dois e depois para os pequenos que choravam sem parar. Amélia suspirou profundamente, quase desmoronando de alívio.

— Por favor, madrinha… ajude-nos! — implorou Amélia, a voz carregada de exaustão e desespero. — Eu não sei o que fazer, eles não param de chorar e eu não posso amamentar todos ao mesmo tempo! — Disse Amélia nervosa. Morgana se aproximou, sorrindo com compaixão. Pegou um dos filhotes das minhas mãos com a segurança de quem já havia feito aquilo muitas vezes.

— Não é fome, meus queridos — ela disse calmamente, enquanto examinava o pequeno em seus braços. — Eles estão molhados e sujos. Precisam ser limpos e trocados. Só assim vão se acalmar. — Comentou tranquilamente. Olhei para ela, confuso.

— Sujos? Molhados? — perguntei, tentando processar o que ela dizia. — Mas… eles estão chorando tanto assim por causa disso? — Perguntei incrédulo. Morgana riu baixinho.

— Claro que sim, Magnos. São bebês. Quando estão desconfortáveis, choram até serem atendidos. E esses dois aqui parecem estar bastante desconfortáveis — explicou, abrindo a fralda de um dos filhotes com cuidado. O cheiro horrível que invadiu o quarto foi instantâneo. Um fedor insuportável tomou conta de todo o ambiente, me fazendo arregalar os olhos em choque.

— Mas que carniça é essa? — exclamei, horrorizado, tentando afastar o rosto do cheiro nauseante. — O que esses filhotes comeram para fazer isso? Que cheiro horrível é esse? Amor, o que você está dando no seu leite para esses filhotes? — Perguntei com nojo e tampando meu nariz. Morgana gargalhou com gosto, o som ecoando pelo quarto. Amélia também não pôde deixar de rir, apesar do cansaço visível em seu rosto.

— Magnos, eles não comeram nada de estranho — disse Morgana entre risos. — Bebês fazem isso o tempo todo. É só… cocô de bebê. — Comentou. Amélia olhou para mim com um sorriso travesso, mesmo em meio à exaustão.

— Vocês estão indo bem, não se preocupem tanto. Esses desafios fazem parte do processo — Morgana respondeu, colocando uma das mãos sobre o ombro de Amélia com carinho.

Olhei para minha família, sentindo algo dentro de mim se aquietar. Apesar do susto, da exaustão e do caos, havia uma paz indescritível em ver meus filhotes finalmente tranquilos, e Amélia, apesar de cansada, estava em paz. Eu sabia que esses momentos de desespero e confusão se tornariam parte de nossas memórias, e um dia riríamos de tudo isso.

— Obrigado, Morgana — Falei finalmente, reconhecendo sua ajuda com sinceridade. Ela sorriu para mim e deu uma piscadela. Coloquei Apolo adormecido na cama e Amélia me entregou Maia e a coloquei com seus irmãos. Os quatro dormiam tranquilamente.

— De nada, meu querido. Agora, deixem-me ir. Vocês precisam descansar… e eu também — disse ela com um sorriso brincalhão antes de sair silenciosamente do quarto. Fiquei observando Amélia por um momento, sua respiração suave enquanto ela tentava relaxar. Me aproximei e coloquei minha mão sobre sua mão, sentindo o vínculo entre nós se fortalecer ainda mais, a cada segundo que passava perto dela.

— Você é incrível, sabia? — murmurei, beijando-a na testa.

— E você é um ótimo pai, Magnos — ela respondeu com um sorriso sonolento.

Ficamos assim por alguns instantes, apreciando o silêncio e a tranquilidade que finalmente reinava no quarto. Senti que, apesar de todos os desafios que ainda enfrentaríamos, estávamos prontos. Porque, no final, o que importava era estarmos juntos. E isso… era tudo.

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: GRÁVIDA DE UM ALFA POR ACIDENTE