POV MAGNOS.
Eu estava atordoado, uma avalanche de emoções me dominava com cada palavra que Morgana proferia. A revelação de que meu pai a havia abandonado grávida e que eu tinha um irmão mais velho era um choque que eu jamais poderia ter imaginado. O peso da descoberta me sufocava, mas, ao mesmo tempo, uma curiosidade insaciável crescia dentro de mim. Quem era Adam?
Eu queria conhecê-lo, entender quem ele era. Morgana disse que ele poderia ajudar com os quadrigêmeos com seus poderes elementais, e também ajudar Amélia. Fico me perguntando como tudo isso está afetando a mente da minha companheira, o turbilhão de pensamentos que deve estar assolando-a agora.
Após desenterrar todas essas verdades e ajudar Amélia com os nossos pequenos, Morgana se despediu. Mas, antes de sair, ela abraçou Amélia com tanta intensidade que até senti a força daquele gesto. Morgana pode ser perigosa, maligna e imprevisível, mas o amor que ela tem por Amélia é indiscutível e genuíno.
Quando ela saiu, peguei Amélia no colo. Ela se assustou com o gesto repentino, mas logo relaxou. Levei-a para a cama com delicadeza, colocando-a ao lado dos nossos filhotes, que dormiam tranquilamente após serem amamentados. Esses quatro são insaciáveis… se continuarem mamando assim, minha companheira ficará esgotada.
— Você precisa descansar, meu amor — sussurrei suavemente, tentando transmitir a calma que eu mesmo buscava. Ela me olhou com um sorriso cansado, os olhos refletindo uma mistura de exaustão e inquietação.
— Estou tão cansada, Magnos, mas minha mente não para… está um caos. Não sei se vou conseguir dormir — respondeu ela, suspirando profundamente.
— Como você está se sentindo com tudo que Morgana revelou? — perguntei, tocando sua mão, tentando me conectar à sua alma.
— Confusa, surpresa… e, de certa forma, aliviada. Eu não estou mais sozinha nesse mundo. Agora eu tenho você, nossos quadrigêmeos, uma bisavó, um avô, uma avó… E também Jake, Cecília e... seus pais. Cassius e Eulália se tornaram como novos pais para mim. — Disse Amélia, sua voz era suave, mas cheia de emoção. Quando mencionou meus pais, um arrepio de preocupação percorreu meu corpo.
— Meus pais… teremos problemas quando souberem de Adam. Morgana o escondeu de meu pai, e eu sei que o velho Cassius vai ficar furioso — falei, temendo a tempestade que estava por vir.
— Ele não tem o direito de criar problemas, Magnos — Amélia disse, com um tom firme e uma raiva latente em sua voz. — Foi ele que abandonou minha bisavó. Não pensou na dor que causaria. Sei que esse laço de companheirismo é implacável, que domina… Mas ele devia explicações a Morgana, um fim digno, não um abandono cruel. Seu pai não tem o direito de se sentir traído ou furioso. — Falou Amélia irritada.
Eu suspirei, sentindo o peso da verdade em suas palavras. Não havia o que dizer em defesa de meu pai. A raiva e o ressentimento de Morgana eram compreensíveis. Eu também havia experimentado essa dor quando Cátia se foi, me deixando sozinho no luto pela perda de um filhote. Ela me deixou desolado, sem uma Luna, no momento mais sombrio da alcateia. Mas, ao ouvir a história de Morgana, percebi que guardar rancor só corroía a alma. Eu precisava deixar o passado para trás, precisava perdoar Cátia para começar de verdade minha vida com Amélia.
— Você está certa, meu amor. E acho que não devemos nos envolver nessa história. Deixemos que Morgana e meu pai resolvam isso entre eles. Agora, tente descansar. Vou vigiar os filhotes enquanto você dorme — falei, acariciando seu rosto.
— Obrigada, amor — ela disse com um sorriso fraco, mas genuíno. Me inclinei com cuidado, evitando qualquer movimento brusco para não acordar nossos pequenos, que estavam entre nós dois, e lhe dei um beijo suave.
Amélia fechou os olhos e, em poucos minutos, seu corpo relaxou. Ela se entregou a um sono profundo. Olhei para nossos filhotes, tão pequenos, tão indefesos… e uma onda de felicidade inundou meu peito.
— O que esses quatro querem aqui agora? — perguntei com raiva, levantando-me com cuidado para não perturbar o sono dos filhotes, mas Apolo resmungou suavemente em seu descanso, pelo meu leve movimento na cama. Coloquei algumas almofadas no meu lugar na cama, certificando-me de que os filhotes estariam seguros. Caminhei silenciosamente até a porta e saí antes que eles se aproximassem demais.
— O que vocês querem? — perguntei, minha voz ecoando pelo corredor, carregada de irritação. Sabia que Amélia e os filhotes não ouviriam, mas precisava deixar claro meu descontentamento. Quando os quatro me viram, pararam no meio do caminho, hesitantes.
— Tia Morgana nos disse que Amélia foi resgatada e que os filhotes nasceram. Viemos vê-los — Jake disse, eufórico, mas sem noção do perigo.
— Saíam daqui, agora! — rosnei, meus olhos faiscando de fúria. — Se vocês incomodarem o sono da minha família, vou arrancar as cabeças de vocês um por um e jogá-las pela janela. Fora! Agora! — Falei rosnando.
— Calma, meu filho. Só queríamos saber se estão bem e qual o sexo dos filhotes. Aquela bruxa não contou isso para Jake — minha mãe disse, tentando apaziguar minha raiva. Ela só podia estar louca em achar que poderia se aproximar de filhotes recém-nascidos.
— Estão bem, e são um macho e três fêmeas. Agora sumam da minha vista antes que eu perca a paciência! — falei, deixando Cosmo tomar conta de minha voz, que soou ameaçadora e mortal.
Os quatro saíram apressados, quase tropeçando em si para fugir. Sorri satisfeito e voltei para o quarto. Me acomodei ao lado de Amélia e nossos pequenos, com um sorriso no rosto. Olhei para minha família por mais um instante antes de fechar os olhos e cair em um sono tranquilo novamente.
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