POV MAGNOS.
Eu mal podia acreditar. Amélia era minha companheira, destinada a mim pela Deusa Lua? Esse tempo todo ela estava diante de mim, e eu não percebi. A revelação me atingiu como um raio. Assim que senti o seu aroma inconfundível, tudo fez sentido. Amélia era minha, sempre foi. Cosmo, em minha mente, pulava de felicidade, celebrando.
— Eu sabia que era ela. Disse que nossa Amélia era especial, e era nossa! — exclamou Cosmo, radiante. Ele sempre teve essa certeza, e agora eu entendia o que ele vinha tentando me mostrar. Cosmo sabia o tempo todo. Estava claro que esse lobo encrenqueiro havia guardado o segredo. Ah, ainda terei uma conversa séria com ele.
Eu envolvia Amélia em meus braços, tentando aquecê-la da melhor forma possível, já que tivemos que tirar sua camisola para que ela pudesse manter os filhotes seguros junto ao corpo. Ela segurava nossos quatro filhotes com tanto cuidado, como se os envolvesse num casulo de proteção. O amor que emanava dela era palpável. Os pequenos, ainda se adaptando ao novo mundo, emitiam sons suaves, quase como se estivessem protestando por deixarem o calor do ventre da mãe.
De repente, o cheiro familiar de Morgana invadiu meus sentidos, e um rosnado escapou de minha garganta. Meu instinto protetor tomou o controle, eu estava com minha companheira e meus filhotes. Ninguém podia se aproximar. Ao ouvir meu rosnado, surpreendentemente, os quadrigêmeos responderam com pequenos grunhidos, como se também estivessem se defendendo. Um sorriso atravessou meu rosto. Estes são definitivamente meus filhotes.
Morgana surgiu na entrada da caverna, caminhando apressada em nossa direção. Instintivamente, afastei Amélia com cuidado e me ergui, ainda rosnando. E, como um pequeno exército, os filhotes continuaram imitando meus rosnados. Era algo surreal e engraçado ao mesmo tempo, ver recém-nascidos tão determinados.
— Pare com isso, lobinho. Sei que os machos detestam que se aproximem dos seus recém-nascidos, mas vim assim que senti a magia que eles liberaram ao nascer. Agora, qualquer ser que use magia já sentiu o poder deles e começará a rastrear. Precisamos protegê-los imediatamente, ou logo teremos seres mágicos à porta desta caverna. — Falou Morgana com urgência, seus olhos expressando preocupação. Senti um calafrio percorrer minha espinha ao perceber a seriedade da situação.
— Amor, por favor, deixe minha madrinha passar… — Amélia pediu, com a voz fraca e cansada. Suspirei, relutante, mas cedi, afastando-me o suficiente para que Morgana se aproximasse. Ela rapidamente se ajoelhou ao lado de Amélia e dos filhotes, lançando um olhar terno para os pequenos.
— Meus netinhos são tão lindos… Logo, a vovó dará carinho para vocês, mas antes, preciso protegê-los. — A voz de Morgana, mesmo suave, carregava a força de sua determinação.
— Esse feitiço… não é perigoso para eles? Eles são apenas recém-nascidos… — Minha preocupação transparecia na minha voz. O simples pensamento de algo machucar meus filhotes fazia meu coração apertar.
— Calma, Magnos. Eles estarão seguros. — Ela colocou as mãos sobre os pequenos e começou a murmurar um encantamento. O chão tremeu sob meus pés, e uma luz intensa surgiu de suas mãos. Quando a luz desapareceu, uma pequena marca tribal apareceu brevemente nos braços dos quadrigêmeos antes de sumir.
— Está feito. Agora ninguém poderá rastrear meus netinhos, nem mesmo perceber o imenso poder que eles possuem. Mas os quatro ainda poderão usar magia normalmente. Eu só tranquei o poder elemental deles, que um dia despertará. Mas até lá, já serão bruxos formidáveis. Vão precisar apenas de um professor que os ajude a lidar com esse poder quando chegar a hora. — A explicação de Morgana trouxe um alívio que me fez respirar mais fundo.
— Obrigada, madrinha… — Amélia murmurou, com gratidão em seus olhos.
— Obrigado, Morgana. — Eu também a agradeci, sabendo o quão crucial aquele momento foi para a segurança dos nossos filhotes.
— Não precisa agradecer, queridos. Agora, deixe-me vestir vocês e aquecer essas quatro preciosidades da vovó. — Com um movimento suave das mãos, Morgana fez com que roupas aparecessem no corpo de Amélia e no meu. Em seguida, fez uma manta aconchegante surgir e ajudou Amélia a colocar os filhotes nela, envolvendo-os com um carinho quase maternal.
— Temos que tirar minha companheira e os filhotes daqui. Este lugar não é seguro para eles. — Comentei, voltando a abraçar Amélia com possessividade, sentindo a necessidade de protegê-la a todo custo.
— Então finalmente descobriu que ela é sua companheira? — Morgana perguntou, com um sorriso malicioso no rosto.
— Eu te ajudo com o banho, já que sei que Magnos não vai querer sair de perto dos quadrigêmeos. Aliás, já escolheram os nomes? — Morgana perguntou, seu olhar alternando entre nós dois.
— Eu já escolhi, mas quero saber o que minha companheira acha… — Respondi, sorrindo para Amélia.
— Diga-me os nomes que escolheu. — Ela me incentivou, curiosa.
— O primogênito será Apolo. Para a segunda, escolhi Maia. A terceira será Íris, e a nossa caçula, Gaia. O que acha? — Perguntei, observando enquanto as emoções brilhavam no rosto de Amélia e no de Morgana.
— Os nomes são lindos, meu amor. Você escolheu o nome da minha mãe para uma delas… Obrigada por essa homenagem. Mamãe adoraria… — Amélia murmurou, com os olhos marejados, emocionada.
— Obrigada por honrar minha filha… — disse Morgana, com a voz baixa e profunda, cheia de sentimentos. Tanto eu quanto Amélia olhamos para ela, chocados pelo que acabamos de ouvir. Como assim, filha?
— O que disse, madrinha? — Amélia perguntou, com o coração acelerado.
— Acho que é hora de você saber algumas verdades, minha neta. Sou sua avó. Mas antes de contar essa história, cuidaremos de você primeiro. — Morgana falou com um sorriso suave, deixando tanto eu quanto Amélia completamente atordoados.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: GRÁVIDA DE UM ALFA POR ACIDENTE