GRÁVIDA DE UM ALFA POR ACIDENTE romance Capítulo 291

POV AMÉLIA.

A dor me rasgava por dentro, tão intensa que parecia que o mundo ao meu redor se desintegrava em ondas de calor e contração. Cada respiração era um esforço, e as lágrimas escorriam pelo meu rosto. Eu nunca tinha sentido nada parecido. Era como se meu corpo estivesse sendo partido ao meio, mas, ao mesmo tempo, uma força interior me mantinha firme. Mesmo no caos do parto, algo em mim se recusava a ceder.

— Ravina… — pensei, ofegante, tentando encontrar algum alívio em meio ao turbilhão. — Eu não sei se consigo… — Falei com dor.

— Você consegue sim! — Ravina respondeu com firmeza, sua voz clara e confiante em minha mente. — Lembre-se de quem somos. Somos fortes. Estamos trazendo nossos filhotes ao mundo, Amélia. Você não está sozinha. — Disse Ravina.

Ela estava comigo, como sempre esteve, mas, desta vez, havia uma urgência nova em sua presença. Era como se não estivéssemos apenas lidando com a dor. Havia algo mais. Algo que pulsava sob a superfície, quase como se o próprio universo estivesse prendendo a respiração conosco.

Magnos estava ali, segurando minha mão, sua presença uma âncora em meio à tempestade. Eu conseguia sentir o calor de suas palavras, o toque firme que me trazia de volta toda vez que a dor me empurrava para longe. Mas mesmo ele parecia estar sentindo mais do que apenas o nascimento dos nossos filhos. Eu percebia seu olhar profundo, como se algo estivesse se desdobrando dentro dele também.

— Você está segura… — Ravina sussurrou, mais suave agora, enquanto eu gemia, tentando ajustar minha posição. — Ele está aqui, e ele nos protegerá. — Falou.

— Mas o que está acontecendo? — Perguntei mentalmente, sentindo uma estranha conexão entre nós três, eu, Ravina e Magnos.

— Ele sente… ele começou finalmente a sentir. — Ravina respondeu enigmaticamente. — Algo importante está prestes a acontecer. — Disse misteriosa, até nesse momento.

A cabeça do primeiro filhote estava saindo. Eu gritei, mas o som não era de puro sofrimento — era de força. Eu sabia que estava trazendo algo precioso para o mundo. Quando ouvi o choro suave do meu pequeno lobo, um pedaço de mim se preencheu com uma onda de amor que quase apagou toda a dor.

— Olhe para ele… — Ravina disse, cheia de emoção. — Ele é nosso! — Falou alegre.

Meus olhos estavam fixos no pequeno lobinho que Magnos segurava, mas, antes que eu pudesse sequer processar, outro veio. E então outro, e outro. Minhas lágrimas não eram mais só de dor, mas de alegria pura, de realização.

— Estamos completas, Amélia. — Ravina parecia quase ronronar em minha mente. — Eles são nossa herança, nossa família. E eles são perfeitos. — Comentou.

Cada filhote que chegava ao mundo parecia aumentar essa corrente de energia que pulsava em nós. Eu conseguia sentir Ravina se agitar de maneira que nunca havia feito antes. Havia uma expectativa crescente, uma antecipação. Foi então que ouvi as palavras. Magnos pronunciou aquilo que mudou tudo:

— Companheira. — Falou eufórico. E pude ouvir sua voz misturada com a de Cosmo. Seus olhos estavam amarelo-ouro esverdeados. Uma cor que nunca havia visto em Magnos. As palavras ressoaram pela caverna. Eu franzi a testa, meu corpo ainda tremendo com o esforço do parto, mas algo em mim congelou ao ouvi-lo dizer isso.

— Significa que você e eu somos companheiros, somos um — ele disse, segurando minha mão e beijando minha testa suavemente. — Estamos ligados, inteiramente, por algo maior do que nós dois. Eu te protegerei, Amélia, de tudo. Você e nossos filhotes. Porque agora, mais do que nunca, eu sei que estamos destinados a estar juntos. — Falou fazendo uma promessa.

Eu nunca havia ouvido Magnos falar assim. O jeito como ele me olhava, como me segurava… era como se todo o amor, toda a força que ele sempre manteve escondida, estivesse agora em plena exibição. Sendo destinada apenas a mim.

— Viu? — Ravina sussurrou, satisfeita. — Este é o verdadeiro significado do vínculo. Ele nos reconhece. Ele nos ama. — Comentou Ravina.

— Mas por que agora? — Perguntei, minha mente ainda tentando entender.

— Os filhotes… — Ravina respondeu. — Acredito que eles estavam impedindo que Magnos sentisse nosso cheiro, com o cheiro deles. Os quadrigêmeos mantinham o laço oculto. E agora que eles nasceram, a conexão finalmente se revelou a Magnos. — Explicou Ravina, sendo sábia. Olhei para os nossos pequenos filhotes, enroscados uns nos outros, e senti uma nova onda de amor e gratidão me inundar.

— Amo você, Magnos, — sussurrei, meu coração cheio de emoções que mal conseguia me conter.

— E eu amo você, minha companheira, — ele respondeu, a voz baixa e cheia de emoção.

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