POV MAGNOS.
Eu corria pela floresta com agilidade, seguindo o cheiro de sangue. Meu coração acelerado no peito e o medo consumindo meu ser. Corria como se o próprio diabo estivesse me perseguindo. Eu precisava chegar logo. Finalmente, cheguei à origem do cheiro e encontrei a m*****a Verônica caída, inconsciente, com um grande ferimento na cabeça. Alguém a acertou com brutalidade. Sentia-me desesperado. Onde estava Amélia?
— Onde está nossa Amélia? — perguntei, nervoso.
— Acalme-se e fareje, não está sentindo esse cheiro? — disse Cosmo em minha mente. Abaixei-me perto de Verônica e farejei. Era o cheiro dos meus filhotes. Meu coração se apertou quando constatei. Olhei para o local molhado.
— É o cheiro dos nossos filhotes, Magnos. Isso não é bom. Siga o cheiro, rápido! — falou Cosmo, aflito.
Eu não consegui responder a ele. Minha mente estava apenas naquele cheiro e no que ele significava. A bolsa amniótica de Amélia havia se rompido, e meus filhotes estavam a caminho. Comecei a farejar, e o rastro levava para cima de uma rocha. Olhei com mais atenção e pude notar que era uma caverna. Suspirei aliviado. Amélia havia ido para a caverna. Com apenas um salto, cheguei ao alto da rocha e me aproximei da entrada.
Comecei a ouvir um coração acelerado e uma respiração ofegante. Em seguida, ouvi um grito abafado. Entrei correndo e a encontrei sentada no chão, num canto da caverna. A caverna era espaçosa, com paredes de pedra lisa que refletiam a pouca luz que entrava pela abertura, entre a vegetação. O chão estava coberto por uma fina camada de musgo, úmido e frio. Ouvi gotas d'água caindo ao longe. Amélia levantou a cabeça quando me ouviu entrar e, quando me viu, notei alívio em seu olhar e expressão.
— Magnos, eles estão nascendo — disse, ofegante e aparentando dor. Apressei-me para chegar até ela, abaixei-me e a abracei apertado.
— Estou aqui, meu amor. Vou te ajudar — falei, me afastando. Amélia rangeu os dentes e gritou, colocando as mãos na boca, tentando impedir que o som saísse. Ela estava evitando fazer barulho.
— Amor, está doendo muito. Ainda não é a hora deles — disse Amélia, sofrida.
— Amor, respire e inspire, tente manter a calma. Estou aqui para te ajudar. E pode gritar, se precisar. Ninguém entrará aqui enquanto eu estiver contigo. Agora, vamos trazer nossos filhotes ao mundo — falei, tentando transmitir calma a ela. Cosmo estava andando de um lado para o outro na minha mente. Ele estava aflito e ansioso.
Amélia soltou um grito agudo e cheio de dor. Eu a auxiliei a se inclinar e se apoiar na parede da caverna. Subi a saia de sua camisola e a tirei do seu corpo. A fiz abrir bem as pernas. Meus olhos se arregalaram ao ver a cabeça de um dos filhotes já aparecendo.
Eu estava, com o coração batendo tão forte que parecia ecoar na caverna. Amélia segurou minha mão com força, os nós dos dedos ficando brancos. Suas respirações eram rápidas e entrecortadas, o suor começando a escorrer por sua testa. Cada vez que uma contração chegava, ela rangia os dentes e gemia, tentando conter a dor.
— Magnos… — ela arfou, com a voz cheia de tensão, e em seguida apertou minha mão com tanta força que me senti impotente diante da intensidade da dor que ela estava sentindo.
As contrações seguintes vieram mais rápidas. O terceiro e o quarto filhotes nasceram quase seguidos, ambas fêmeas. Cada uma delas, delicada e pequena. Amélia havia gritado com cada nova onda de dor, mas sua força era imensurável. Ela nunca reclamou, mesmo que eu pudesse sentir, em cada grito, o quanto estava sofrendo.
Eu estava eufórico e emocionado, com os quatro filhotes enrolados na camisola de Amélia. Pequenos, vulneráveis, mas já tão cheios de vida. A cada filhote que nascia, sentia um orgulho crescer em mim, uma sensação de realização e amor que eu jamais poderia ter imaginado. Ajoelhei-me ao lado de Amélia, observando seus olhos cansados, mas brilhantes de emoção. Lhe entreguei os quatro, eles estavam um agarradinho no outro.
— Você fez isso, meu amor — sussurrei, acariciando seu rosto molhado de suor e lágrimas. — Você trouxe nossos filhotes ao mundo. — falei emocionado.
Ela sorriu, um sorriso cansado, mas cheio de amor. Os filhotes se mexiam e emitiam pequenos sons, suas pequenas cabeças procurando o calor do corpo da mãe. Amélia olhou para mim e, apesar do cansaço, havia uma luz em seus olhos que dizia tudo o que palavras não poderiam expressar.
— Eles são perfeitos, Magnos — disse, ofegante, mas sorrindo. Eu me inclinei, beijando suavemente seus lábios.
— São, sim. E você também, meu amor. Você foi incrível. — Falei, mas de repente comecei a sentir o aroma mais maravilhoso do mundo, era café torrado e moído. E as palavras que não esperava sairão dos meus lábios, faladas por mim e Cosmo ao mesmo tempo:
— Companheira. — Falamos eufóricos, eu e Cosmo olhando para ela.
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