GRÁVIDA DE UM ALFA POR ACIDENTE romance Capítulo 289

POV AMÉLIA.

Eu e Ravina estávamos pensando em uma maneira de escapar daquele lugar. Olhei pela janela, mas era alto demais para pular, ainda mais estando grávida. Havia lobos patrulhando em volta da casa. Teria que tentar sair do quarto e procurar uma rota de fuga.

— Acho melhor comermos e descansarmos. Amanhã, com a mente e o corpo descansados, nós podemos pensar em como sair daqui — disse Ravina na minha mente.

A porta se abriu e Héctor entrou trazendo uma bandeja, acompanhado do médico e de Walter.

— Dê a ela a medicação logo e saia — ordenou Héctor. O médico se aproximou de mim com uma caixa de remédio na mão.

— A senhora precisa tomar um comprimido por dia para que sua pressão arterial abaixe — disse o médico, tremendo de medo.

— Esse remédio não vai fazer mal aos meus filhos, vai? — perguntei preocupada.

— Não, esse remédio é próprio para mulheres grávidas. Pode tomar sem medo — garantiu o médico. Peguei a caixa e li o nome, eu sabia que ele estava falando a verdade. Então, abri a caixa, peguei um comprimido e tomei logo em seguida. O médico suspirou aliviado.

— Agora saiam, os dois — ordenou Héctor. Eles saíram rapidamente. Héctor se aproximou com a bandeja e a colocou na cama, à minha frente. Ele havia me trazido sopa que parecia bem gostosa e pão.

— O médico disse para lhe dar uma refeição mais leve, então Antonia fez essa sopa para você — falou com suavidade, como se fosse um marido cuidando da sua esposa.

Aquilo me deu nojo. Esse louco está me tratando como sua companheira. Mas não deixei minha repulsa por ele transparecer. Preciso que ele confie em mim e pense que estou aceitando-o como companheiro.

— Obrigada, estou faminta — falei, pegando a bandeja e colocando no meu colo.

Peguei a colher com um pouco de sopa e a levei à boca. Meus olhos se arregalaram de prazer com o sabor daquela sopa, estava maravilhosa, parecia a sopa que minha mãe fazia. Fiquei emocionada.

— O que foi? Não está bom? — perguntou Héctor.

— Está maravilhosa, lembra a sopa da minha mãe — falei satisfeita, começando a devorar aquela sopa gostosa.

Héctor sorriu satisfeito e ficou me observando comer, sorrindo com minha pressa para terminar tudo. Acabei de tomar a sopa, mas queria mais. Quando pensei em pedir, a porta se abriu e Antonia entrou trazendo outra bandeja com mais sopa. Olhei para Héctor e ele deu de ombros.

Antonia deixou a bandeja e pegou a vazia, saindo rapidamente. Héctor havia mandado trazer mais, percebendo que eu não estava satisfeita. Comecei a tomar a sopa e Héctor observava cada gesto meu em silêncio. Seus olhos pararam por um instante na minha barriga e senti um arrepio, mas ele logo voltou seu olhar ao meu rosto e sorriu enigmaticamente. Terminei a sopa e Héctor pegou a bandeja vazia.

— Está tarde, é melhor você descansar. Tem roupas no guarda-roupa, não sabia suas medidas, mas acredito que achará algo que te sirva. Amanhã conversaremos com calma. Boa noite, minha Luna, durma bem — disse Héctor, se aproximando e me beijando na testa. Eu não recuei, me mantive firme. Ele sorriu satisfeito e foi embora. Ouvi o barulho da chave trancando a porta. Lógico que ele não a deixaria aberta.

— Amélia, precisamos sair daqui antes que Héctor descubra que sumimos. Não teremos outra chance, e essa dor está me preocupando. Temos que ir — disse Ravina.

— Verônica não vai nos deixar ir — comentei.

— Então você sabe o que fazer — disse Ravina.

Eu sabia, mas não queria. Quando Verônica veio me atacar outra vez, peguei uma pedra e acertei sua cabeça. Ela caiu, um pouco tonta. Então, me aproximei e dei mais três golpes em sua cabeça, até ter certeza de que ela estava inconsciente. Levantei-me e senti um líquido escorrer pelas minhas pernas. Minha bolsa havia estourado, e meus filhos estavam a caminho. Fiquei desesperada, não era hora nem lugar para eles nascerem.

— Ravina, eles estão nascendo — falei, desesperada.

— Eu sei. Precisamos encontrar um lugar para nos esconder e dar à luz. Veja, parece haver uma caverna ali no alto daquela rocha. Você tem que subir lá — ordenou Ravina.

— Eu não consigo, Ravina. Está doendo muito — falei, apreensiva.

— Não é hora para reclamar, Amélia. Não podemos ficar aqui e correr o risco dessa m*****a acordar ou Héctor aparecer. Precisamos de abrigo agora. Então, mexa-se! — mandou, raivosa.

Andei cheia de dor e escalei, com muita dificuldade, aquela rocha. Consegui subir, não sei como, até a entrada da caverna e entrei. Era uma caverna grande e tinha vegetação que dificultava sua visualização. Não sei como Ravina a notou. Sentei-me num canto, o mais confortável possível, enquanto as contrações causavam muita dor. Mas eu não podia gritar.

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