GRÁVIDA DE UM ALFA POR ACIDENTE romance Capítulo 244

POV AMÉLIA.

Ouvir aquela revelação me deixou em choque e profundamente preocupada. Eu, que acreditava ser uma humana comum, de repente engravido de um lobisomem alfa, descubro que meus filhos são filhotes de lobo puro, que sou uma loba e, agora, também uma bruxa elementar, caçada e com uma sentença de morte. E, para piorar, descubro que meus filhos compartilham o mesmo destino, já condenados a serem caçados. É muita informação para processar, e não sei como reagir.

— Primeiro, respire e tente relaxar. Não queremos passar mal agora — disse Ravina, com uma tranquilidade que me incomodava.

— Você está bem com todas essas revelações? Não está surtando? — perguntei mentalmente.

— Estou tranquila. Acho que, no fundo, já sabia sermos especiais, então não me surpreendi. Não precisa se preocupar, seremos capazes de nos adaptar. Somos poderosas, Amélia. Você não precisa mais se sentir indefesa ou fraca — respondeu Ravina.

— Ravina, não sei se percebeu, mas estamos indefesas e fracas. Nossa parte bruxa e loba estão adormecidas; precisamos ser protegidas — comentei.

— Isso é temporário. Assim que nossos filhotes nascerem, poderemos nos transformar, ser marcadas pelo nosso lobo e, então, liberar nossa parte bruxa. Ninguém ousará nos ameaçar ou tentar ferir nossos filhotes. Gostei de chamá-los de filhotes. E quero conhecer Cosmo pessoalmente — disse Ravina, entusiasmada.

— Mas, Ravina, se liberarmos nosso poder de bruxa elemental, o conselho virá atrás de nós — falei, preocupada.

— Amélia, somos poderosas, assim como nossos filhotes e nosso marido. Não somos nós que devemos temê-los, mas eles a nós. Vamos nos transformar no que nascemos para ser, e que se dane o resto do mundo. Se vierem atrás de nós, que venham. Mataremos todos que tentarem nos tocar ou a nossos filhos. Não seremos subjugadas nem aprisionadas. Vamos pedir para nossa madrinha nos ensinar tudo o que sabe e, quando nossos filhotes nascerem, ensinaremos a eles a serem tão cruéis e implacáveis que ninguém ousará ameaçá-los — disse Ravina, determinada. Fiquei estremecida com suas palavras, mas depois concluí que Ravina estava certa.

— Você tem razão. Devemos nos proteger e aceitar o que somos. O mundo é cruel, e está na hora de aceitar que, neste mundo, ou você é forte, ou fraco, comanda ou é comandado. Quero ser forte e assumir minha verdadeira natureza. Quando vierem atrás de nós, mataremos todos. O mundo conhecerá o poder da nossa família e tremerá diante de nós — falei, aceitando meu destino. Olhei para Magnos, que mandava minha madrinha calar a boca após seus pais saírem.

Eu entendia Cassius e Eulália por estarem irritados com a presença da minha madrinha. Mas também compreendia Margô; ela foi abandonada, iludida por promessas. Margô não estava errada em odiar tanto aqueles dois.

— Agora posso conversar com minha afilhada? — perguntou Morgana.

— Já lhe disse que não a deixarei sozinha com minha esposa — disse Magnos, sério.

— Lia, você não pode confiar em Magnos. Ele não ficará com você se a companheira dele aparecer. Ele vai te abandonar assim como o pai dele fez comigo. Por favor, venha embora comigo; posso cuidar e proteger você e os quadrigêmeos. Aqui não é seguro para vocês cinco. Eu sei, eu vi. Magnos não poderá protegê-los — disse Margô, séria e muito preocupada.

— Madrinha, Magnos difere do pai dele. Ele nunca vai me deixar. Temos um acordo — falei, confiante.

— Esse acordo não vale nada contra o laço de companheirismo. Essa merda é avassaladora. Esses lobos ficam cegos e surdos quando encontram seus companheiros de alma. Magnos não pensará duas vezes antes de te abandonar e tirar seus filhos para entregar à companheira dele — disse Margô. Senti um grande medo ao ouvi-la. Sabia que, no fundo, ela estava certa.

— Esqueça essa conversa e foque no que importa. Não prestou atenção no que ela disse sobre não estarmos seguras e no que ela viu? — perguntou Ravina mentalmente. Era verdade, minha madrinha havia mencionado isso. Como sempre, Ravina estava atenta a tudo.

— Madrinha, o que quis dizer com “aqui não é seguro para mim” e sobre o que você viu? — perguntei. Margô suspirou e falou.

— Sou uma das raras bruxas que podem prever o futuro, mas não posso ver o meu, nem com clareza o de certas pessoas da família ou que amo. Esse dom é uma herança de família. Vi que algo acontecerá aqui, nesta alcateia, e você estará em perigo. Não sei quando nem o que, mas sinto que está próximo. E Magnos não conseguirá te proteger. Então, Lia, vem comigo embora? — pediu Margô, aflita. Fiquei muito preocupada com essa revelação, sem saber o que fazer.

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