POV AMÉLIA.
Eles me olhavam com atenção, eu sabia que todos estavam ansiosos para saber se minha gestação era lupina, já que me revelei ser metade loba.
— Minha gestação é lupina — revelei. Houve um silêncio repentino na sala, enquanto todos processavam a informação. Sei agora qual é o receio dessa família. Eles têm medos de algo de ruim aconteça no parto. E posso apostar que Magnos deve ter proibido todos os lobos dessa alcateia, a não comentar sobre o parto lupino perto de mim.
— Está explicado porque meu irmão está tão territorialista. Faltam poucos meses para o nascimento — disse Cecília, tentando suavizar o momento tenso.
— Você e Magnos merecem toda essa felicidade — falou meu irmão, sorrindo para dissipar o clima estranho que havia se instaurado na sala. Acredito que todos estavam preocupados depois da notícia, talvez sabendo dos riscos para mim e os filhotes.
— Obrigada — respondi com carinho, sorrindo para Jake, que mantinha uma distância respeitosa, mas solidária.
— Estaremos aqui sempre, para o que precisarem, maninha — disse Jake, com sua voz grave e reconfortante.
— Vocês não contaram o principal. Qual é o sexo dos filhotes? — perguntou Cecília, animada. Magnos soltou um rosnado insatisfeito, inconformado por não conseguir ver os sexos dos bebês.
— Por que está rosnando agora, filho? — perguntou Eulália, preocupada.
— Nossos filhotes se recusaram a se mostrar para nós. Os quatro esconderam suas partes íntimas, impossibilitando-nos de ver — disse Magnos, contrariado. Jake começou a rir, assim como Cassius.
— É assim mesmo, Magnos. Eles, às vezes, ficam numa posição difícil de se ver o sexo — disse Jake, divertido.
— Na verdade, acredito que fizeram isso por culpa de Amélia — disse Magnos, sério, mas com um brilho de humor nos olhos.
— Minha culpa? O que tenho a ver com isso? — perguntei, indignada com sua acusação.
Depois de mais alguns momentos de conversa, olhei para meu marido, e ele estava com uma expressão carrancuda. Magnos sugeriu que subíssemos para descansar um pouco. Eu sabia que ele queria um momento para nós dois e se livrar dos outros. Magnos não estava mais acostumado a ter essas conversas animadas em família.
Enquanto subíamos as escadas, senti sua mão firme nas minhas costas, guiando-me com cuidado. Eu sabia que, apesar de todo o poder que ele possuía, Magnos estava tão vulnerável quanto eu naquele momento. E isso nos unia ainda mais.
Ao entrarmos no quarto, ele fechou a porta atrás de nós, criando um pequeno santuário onde podíamos estar apenas nós dois. Magnos me beijou, um beijo que carregava todas as promessas que havíamos feito reciprocamente, toda a esperança e o amor que nos conectava. Senti seus braços envolverem minha cintura, puxando-me para mais perto dele, como se quisesse me fundir a ele.
— Estou apaixonado por você, Amélia — murmurou Magnos contra meus lábios, sua voz rouca e carregada de emoção. Suas mãos deslizaram até minha barriga, onde os bebês se mexeram, respondendo ao toque e à presença do pai. Meu coração saltou uma batida quando ouvi sua declaração.
— Eu te amo, Magnos. Nunca duvide disso — respondi, olhando em seus olhos, que refletiam a intensidade de seus sentimentos. Esse momento era só nosso, e eu queria gravá-lo em minha memória para sempre. Os olhos de Magnos mudaram de cor por um momento, ficando verde e amarelo-ouro. Ele sorriu e foi um sorriso que me fez amá-lo ainda mais.
Com um sorriso, encostei minha cabeça em seu peito, ouvindo os batimentos acelerados de seu coração, e deixei que o conforto de seu abraço me envolvesse. Ali, nos braços de Magnos, eu me sentia a híbrida mais feliz do mundo. Eu já consegui que ele se apaixonasse. Agora falta ele me amar.
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