POV AMÉLIA:
O caminho de volta para casa foi tranquilo, envolvido por um silêncio confortável que nos conectava. Ocasionalmente, eu o olhava de soslaio, admirando suas feições enquanto dirigia. Magnos era um homem de poucas palavras, mas sua presença ao meu lado, seu olhar atento, transmitia mais do que qualquer conversa poderia transmitir.
— Eles estão realmente bem, não é? — perguntei, quebrando o silêncio com uma voz suave, quase hesitante. Meu coração carregava uma pequena dúvida: será que Hélio havia confidenciado algo a Magnos sobre os bebês? Eu não podia esquecer a conversa que tive com ele sobre a possibilidade de meus filhos me rasgarem para nascer.
— Sim, estão. Eles estão fortes e saudáveis. Nossos filhotes são incrivelmente fortes, Amélia — respondeu Magnos, sem desviar os olhos da estrada. Havia um orgulho profundo em sua voz que fez meu coração se aquecer. Saber que ele já sentia esse vínculo tão profundo com os bebês era algo que trazia uma felicidade indescritível.
— E você, como se sente? — perguntou ele, lançando-me um breve olhar que carregava preocupação e carinho.
— Estou feliz, aliviada e... preocupada. Ver que eles estão bem, que estão se desenvolvendo como deveriam, me deixa muito feliz. Mas me preocupo com o nascimento deles — confessei, soltando um suspiro pesado. Magnos apenas assentiu, e seu rosto, geralmente marcado pela tensão, se suavizou, mostrando uma tranquilidade rara.
— Querida, não fique preocupada. Nossos filhotes nascerão bem. E você estará em mãos muito competentes. Hélio é um excelente médico, e eu estarei lá para te ajudar em tudo que precisar — disse Magnos, apertando minha mão brevemente, como se quisesse transferir toda sua confiança e apoio para mim.
— Já te falei para confiar em nosso marido, Amélia. Magnos nunca permitirá que nada de ruim nos aconteça — disse Ravina em minha mente, sua voz firme.
— Eu sei, Ravina, mas o nascimento me preocupa, e muito. Somos humanas e pariremos quatro lobinhos. Tenho medo de que algo aconteça com eles — confessei, deixando transparecer minha vulnerabilidade.
— Não vai acontecer nada com eles, relaxa — garantiu Ravina com uma voz confiante e reconfortante.
— Ravina, quero que me prometa que fará de tudo para que nossos filhos nasçam, inclusive nos sacrificar para que eles possam viver — falei com seriedade, uma determinação feroz tomando conta de mim.
— Mas que merda é essa que você está falando? Ninguém morrerá aqui. Quero viver para cuidar dos nossos filhos. Não vou deixá-los neste mundo para serem criados por uma qualquer — respondeu Ravina, agora com um tom raivoso, defendendo a vida que construímos juntas.
— Vejo que meu filho está cada dia mais possessivo — comentou Cassius, se aproximando para proteger sua companheira. Magnos riu friamente.
— Não me julgue, papai, pois você fez o mesmo quando mamãe estava gerando Cecília. Lembro-me do inferno que foi em casa, com você super possessivo e agressivo com qualquer um que se aproximasse de mamãe. Inclusive eu — disse Magnos, sério.
— É verdade. Eu estava totalmente descontrolado na gestação de sua mãe, quando ela gerava sua irmã. Eu via ameaça em todos ao meu redor. Mas quando sua mãe estava te gerando, eu era mil vezes pior — comentou Cassius, rindo de suas próprias lembranças.
Pensei imaginando Cassius raivoso quando Eulalia estava gerando Magnos. E um arrepio percorreu minha espinha. Cassius agora me tratava como filha, mas eu ainda sentia uma certa precaução em relação a ele. Eu sentia que o pai de Magnos era muito pior que ele, quando o assunto era crueldade. Afinal, Magnos aprendeu a ser assim com o pai.
— Espera um momento, Hélio disse: qual é o tipo de gestação de Amélia? — perguntou Eulália, curiosa.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: GRÁVIDA DE UM ALFA POR ACIDENTE