POV MAGNOS.
— Então, nossos filhotes chegarão antes do previsto. Preciso agilizar o enxoval. Diga, doutor, quais são os cuidados específicos que devemos ter em mente durante o restante da gravidez? — perguntou ela, ansiosa para se preparar para qualquer desafio que pudéssemos enfrentar.
— A principal preocupação é garantir que você, Amélia, mantenha uma saúde impecável e siga todas as orientações médicas à risca. Além disso, é essencial monitorar o desenvolvimento dos bebês de perto e estar preparada para qualquer eventualidade. A gravidez lupina pode exigir um cuidado mais atento, já que você é metade humana, mas, com sua dedicação e o suporte certo, dará tudo certo — respondeu Hélio com seriedade.
— Entendo… Está dizendo que Amélia corre risco por ser metade humana? — perguntei, minha preocupação crescendo.
— Infelizmente, sim. Se Amélia fosse completamente loba, não haveria nenhum problema. Mas, como a parte humana dela é predominante e sua parte loba está dormente, podemos dizer que Amélia é praticamente toda humana. E os filhotes, pelo que observamos, são lobos. Na hora do nascimento, existe a possibilidade de eles rasgarem a pele para sair. Não é nada comum, mas é uma possibilidade — explicou Hélio, visivelmente nervoso ao perceber minha expressão de ira.
— Ai, meu Deus… — sussurrou Amélia, me abraçando. Usei minha mente para falar diretamente com Hélio.
— Por que você falou isso para ela? Combinamos que manteríamos segredo, idiota. Se Amélia surtar, eu mesmo vou te açoitar. — Ameacei mentalmente, sem disfarçar meu descontentamento.
— Calma, querida. Hélio disse que pode acontecer, mas sei que nossos filhotes nascerão tranquilamente — falei, acariciando suas costas, tentando acalmá-la. Resolvi mudar o foco da conversa imediatamente.
— E quanto à preparação para o nascimento? Há algo específico que deveríamos considerar? — perguntei, desviando o assunto.
— Sim. O preparo para o nascimento deve incluir um plano detalhado para o parto, e precisamos garantir que o ambiente seja o mais seguro possível para Amélia e os bebês — explicou Hélio, retomando seu tom profissional.
— Sim, estamos juntos — confirmou ela, com um sorriso que iluminou seu rosto. — E com Hélio e o suporte de todos, tenho certeza de que tudo vai correr bem.
Enquanto nos preparávamos para deixar o consultório, uma sensação de esperança e determinação preenchia o ambiente. Sabíamos que ainda havia desafios pela frente, mas com o apoio de Hélio e a força que encontrávamos um no outro, estávamos prontos para enfrentar qualquer adversidade.
Caminhando pelo corredor do hospital, com minha mão segurando a de Amélia, não pude deixar de notar os olhares curiosos que atraíamos. Não era apenas pela minha presença imponente, mas pela suavidade com que eu a conduzia, como se ela fosse a coisa mais preciosa do meu mundo. Isso era raro, e todos que me conheciam sabiam: eu não demonstrava carinho por ninguém. Até agora. Mas, naquele momento, parecia existir um mundo só nosso, onde nada mais importava além de nós e dos nossos filhotes.
Quando chegamos ao carro, abri a porta para ela, um gesto que a fez sorrir para mim. Sabia que, no fundo, ela estava tão emocionada quanto eu, mesmo que tentasse manter uma postura firme. Entrei no carro, me acomodei ao lado dela e liguei o motor e comecei a dirigir de volta para casa. Com um espião à solta pela alcateia, eu não poderia deixar Amélia sozinha fora de casa e nem muito tempo à vista de todos. Infelizmente, não sabemos onde o espião pode estar, ele poderia estar ao nosso lado e não os notaríamos.
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