POV MAGNOS.
A cela da prisão subterrânea era fria e escura; as paredes de pedra absorviam a pouca luz que conseguia penetrar pelas pequenas fendas no teto. O cheiro de umidade e o som das correntes ecoavam pelo espaço, criando um ambiente opressor. Não estou aqui para dar hospedagem de luxo para meus queridos hóspedes; aqui, eles recebem o pior tratamento possível.
Aquela bruxa nojenta estava sentada no chão, mas mantinha a cabeça erguida, os olhos fixos nos meus. Contudo, eu podia sentir o fedor do seu medo e ver o pavor crescente em seu olhar. Não importava o quanto ela tentasse disfarçar, eu podia ver e sentir o que ela escondia.
Eu me aproximei lentamente; o peso da minha presença parecia aumentar a cada passo, e, quando finalmente parei diante dela, pude ver uma gota de suor escorrer por sua testa. Ela sabia que não teria uma saída fácil dessa situação. Héctor deve ter mencionado como eu podia ser cruel com meus prisioneiros.
— Você deve estar ciente de que não estou aqui para brincadeiras. Héctor sabe muito bem o que faço com invasores, e ele teve a coragem de mandá-la espionar minha alcateia e descobrir informações sobre a minha Amélia. Você vai me contar tudo o que sabe, e rápido, antes que eu perca minha paciência. Você não gostará de me ver irritado. — Minha voz era baixa, mas carregada de ameaça. A bruxa continuou em silêncio, os lábios apertados como se quisesse guardar seus segredos a qualquer custo. Mas notei que ela estava tremendo. Eu sorri, mas era um sorriso frio, desprovido de qualquer calor.
— Sabe, eu sempre admirei a determinação dos meus inimigos. — Comecei, agachando-me para ficar mais próximo de seu rosto. — Mas essa determinação pode ser… quebrada. E eu tenho todo o tempo do mundo para te quebrar bem devagar. — Prometi. Com um movimento rápido, agarrei seus cabelos e puxei sua cabeça para trás, forçando-a a olhar diretamente nos meus olhos.
— Diga-me, o que Héctor pretende e por que está interessado em Amélia? — Perguntei, minha voz agora era um rosnado baixo, cheio de fúria controlada.
Ela fechou os olhos, tentando resistir, mas a dor era evidente em sua expressão. Não dei a ela tempo para se recuperar. Minhas garras surgiram, afiadas e mortais, e eu as aproximei de sua garganta, apenas o suficiente para ela sentir a ameaça real de ser rasgada.
— Fale. — Exigi, pressionando levemente, fazendo com que um filete de sangue escorresse pelo pescoço dela. Ela ofegou, o corpo tenso enquanto sentia o metal frio das correntes que a prendiam. A resistência começou a ceder. Eu sabia que estava perto de quebrá-la.
— Eu… fui enviada para descobrir tudo o que pudesse. Por favor… me deixe ir… eu já te disse tudo! — Ela estava tremendo agora, tentando transmitir que sentia medo. Mas eu sabia que ela ainda tinha muito que contar e que seu medo era fingido. Eu a soltei com um empurrão, fazendo-a cair no chão. Olhei para ela por um momento, minha mente processando tudo o que acabara de ouvir.
— Você não vai a lugar nenhum. — Falei, virando-me para sair da cela. — Aproveite o tempo que lhe resta para refletir sobre o erro que cometeu ao entrar no meu território. Eu ainda não decidi o que farei com você.
Fechei a porta da cela com um estrondo; os guardas do lado de fora me lançaram olhares interrogativos, pois eu não havia matado a bruxa. Eu não parei para explicar, porque não devo explicações aos meus subordinados. Não posso matar aquela m*****a até saber se ela conseguiu mandar alguma mensagem para Héctor.
Eu sei que coloquei uma coleira nela que anula seus poderes, mas esses usuários de magia negra, são astutos. Então preciso ter certeza que ela não conseguiu enviar nada. E tenho que descobrir como eles sabiam quando Aurora voltaria para a alcateia. Tenho que saber quem está nos espionando, se está trabalhando para Héctor ou não. E essa bruxa nojenta vai me responder a cada uma dessas perguntas antes de morrer.
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