POV AMÉLIA.
A sala estava envolta em uma atmosfera de calma, mas, por dentro, eu sentia um turbilhão de emoções. As palavras de Eulália, Cecília e Cassius sobre suas transformações ainda ressoavam em minha mente. Eu estava ansiosa, cheia de expectativas e, ao mesmo tempo, um pouco assustada com o desconhecido. O silêncio que se seguiu às histórias foi quebrado por Eulália, que me olhou com uma expressão séria após o meu comentário sobre me transformar.
— Amélia, preciso que você entenda uma coisa muito importante — começou Eulália, sua voz suave, mas carregada de uma gravidade que fez meu coração acelerar. — Você nunca pode se transformar enquanto estiver grávida. A transformação… mataria os filhotes — alertou Eulália.
As palavras dela fizeram a minha empolgação perecer. A expectativa que eu sentia deu lugar a uma onda de medo que percorreu meu corpo. Olhei para Eulália, buscando confirmação de que talvez eu tivesse entendido errado, mas a seriedade em seu olhar não deixava espaço para dúvidas.
— Nunca? — Minha voz saiu mais baixa do que eu esperava, quase um sussurro.
— Nunca — Eulália apertou minha mão com mais força, como se quisesse me assegurar de que estava ao meu lado. — As lobas nunca se transformam quando estão prenhas. É por isso que somos tão protegidas durante a gestação. Ficamos extremamente vulneráveis sem nos transformar e, por isso, precisamos de proteção constante — explicou Eulália.
Senti uma pontada de medo e preocupação crescer dentro de mim. Ouvir que não poderia me transformar, pois, se o fizesse, mataria meus filhos, me deixou aterrorizada. Ficar vulnerável era normal para mim, que sempre fui humana. Ravina estava inquieta e preocupada; eu podia sentir nossa emoção. Cassius, percebendo meu desconforto, se aproximou mais, sua expressão era suave, mas firme.
— Amélia, é exatamente por isso que as lobas grávidas são mantidas em lugares seguros. Nesses locais, elas não arriscam ser atacadas e estão sempre cercadas por aqueles que as protegerão nesse período magnífico e milagroso que é gerar outra vida. Sua segurança, minha filha, e a dos filhotes são a nossa prioridade — explicou Cassius.
Jake, que estava sentado à minha frente o tempo todo, se aproximou e segurou minha outra mão. Seu toque era caloroso e tranquilizador. Ele não disse nada, mas seu olhar me transmitia uma certeza silenciosa de que eu não estava sozinha, que ele estava ali para me apoiar em qualquer circunstância. Cecília se aproximou, seus olhos amáveis e preocupados ao mesmo tempo.
— Não se preocupe, Amélia. Estaremos com você o tempo todo, te protegendo enquanto você não puder se transformar em loba. Você nunca estará sozinha. E, quando chegar a hora, seus filhotes estarão seguros e saudáveis, e você será uma mãe maravilhosa e uma loba magnífica, tenho certeza disso — disse Cecília, tentando me reconfortar.
As palavras de Cecília trouxeram um alívio temporário, mas a preocupação ainda pesava em meu coração. Eu queria ser forte, queria proteger meus filhos, mas agora sabia que, durante a gestação, minha força estava limitada. Ravina, sempre atenta aos meus sentimentos, começou a falar em minha mente.
— Vocês têm razão — falei, finalmente, minha voz mais firme. — Preciso confiar em vocês, confiar que tudo ficará bem — disse confiante.
— E ficará. Eu sempre cuidei de você, desde que te conheci. Não será agora, que descobriu ser uma loba, que deixarei de cuidar — assegurou Jake, apertando minha mão.
Olhei para cada um deles, sentindo uma nova onda de gratidão. Estava cercada por pessoas que se importavam comigo e que fariam de tudo para garantir a segurança dos meus filhos. Eu não estava sozinha. E, com essa certeza, senti um pouco da minha preocupação se dissipar, dando lugar a uma determinação renovada.
— Somos fortes, Amélia — sussurrou Ravina, enquanto eu olhava para as mãos de Eulália ainda sobre minha barriga. — E, com eles ao nosso lado, seremos ainda mais fortes — disse Ravina.
Assenti levemente, um pequeno sorriso se formando em meus lábios. Eu sabia que essa fase da minha vida não seria fácil, mas estava pronta para enfrentá-la, cercada por aqueles que amava e que aprendi a amar também.
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