POV AMÉLIA.
Depois que Magnos saiu, fiquei um pouco inquieta. Mesmo sabendo que Jake, Cecília e os sentinelas estavam em casa comigo, eu me sentia incompleta sem Magnos por perto. Decidi que uma boa conversa poderia me distrair, e havia algo que eu estava realmente curiosa para saber. Cecília parecia a pessoa perfeita para me esclarecer algumas coisas.
Dei uma volta pela casa até os encontrar na sala, e não pude evitar sorrir ao ver Jake e Cecília se beijando no sofá. A conexão entre eles era evidente, e ver esse carinho entre os dois aqueceu meu coração. Me aproximei devagar, sem querer interromper bruscamente, mas o suficiente para notarem minha presença. Cecília foi a primeira a me notar e, com um sorriso suave, afastou-se de Jake, que me olhou com aquela expressão tranquila de sempre.
— Desculpa interromper, mas eu precisava conversar com você, Cecília — falei, tentando não parecer muito invasiva.
— Claro, Amélia. Sobre o que quer conversar? — respondeu ela, ajeitando-se no sofá para me dar espaço.
Jake, sempre atento, percebeu ser um assunto mais feminino e se levantou, dando um beijo em Cecília e um beijo em minha testa, antes de sair da sala. Assim que ele saiu, me sentei ao lado dela, sentindo uma certa ansiedade misturada com curiosidade.
— Cecília, eu… eu queria saber mais sobre a gestação lupina. Agora que descobri que sou uma loba, fico pensando em como isso pode influenciar a minha gravidez. — Comecei, tentando escolher bem as palavras. Cecília sorriu acolhedoramente, compreendendo minhas preocupações.
— É claro, Amélia. Fico feliz que tenha vindo falar comigo sobre isso. A gestação lupina é algo muito especial e único. Existem algumas diferenças em relação à gestação humana que você deve conhecer — disse, sua voz suave e cheia de compreensão.
— Sim, mas pode me esclarecer melhor o que muda? — Perguntei.
— Para começar, os nascimentos lupinos acontecem geralmente de forma bastante reservada. É uma tradição antiga. O macho, o pai do filhote, leva a fêmea grávida para um local seguro, onde só estejam os dois. Isso porque, nesse momento, o instinto de proteção do macho é muito forte. Ele se torna extremamente sensível e violento com qualquer um que se aproxime da fêmea e do filhote — explicou Cecília.
— Então, é normal que o pai se torne mais territorialista? — Perguntei, começando a entender um pouco mais sobre as mudanças que já estava notando em Magnos. Ele cada dia estava mais possessivo e não queria ninguém muito perto de mim. Já presenciei ele rosnando para Jake por passar perto de mim.
— E ele vai fazer isso, não porque quer se afastar do mundo, mas porque sente essa necessidade de proteger você e os filhotes. Esse é um dos instintos mais fortes dos lobos, Amélia. Ele só quer garantir que você e os bebês estejam seguros — explicou Cecília, sua voz cheia de compreensão.
Assenti, absorvendo cada palavra. Saber que Magnos estava apenas seguindo seus instintos de proteção me confortava. Cecília sempre teve uma forma de acalmar minhas inquietações, e hoje não foi diferente. Fiquei em silêncio por um momento, processando tudo que ela havia me dito.
— Obrigada, Cecília. Saber disso me deixa mais tranquila. Eu estava preocupada com o que poderia acontecer, mas agora sinto que estou mais preparada — confessei, sentindo o peso da ansiedade diminuir.
— Você é forte, Amélia. E não estará sozinha. Magnos estará com você em cada passo desse caminho. E eu estarei aqui para auxiliar no que precisar — disse ela, segurando minha mão com firmeza.
Sorri, sentindo-me grata por tê-la ao meu lado. Saber que tenho essa rede de apoio me dá forças para enfrentar o que vier pela frente. E, mais do que nunca, sinto que estou pronta para essa nova fase da minha vida, de loba e mãe loba.
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