POV MAGNOS.
Durante dois dias, fiquei acompanhando de perto Amélia e nossos filhotes. Cecília e Hélio me informavam de tudo que acontecia com Amélia. Cosmo não gostou de não poder ficar do lado dos filhotes. Eu queria ficar, mas tenho minhas responsabilidades com a minha alcateia.
Estou aguardando Amélia acordar para ter uma conversa com ela. Senti o cheiro de minha irmã no corredor de meu quarto, se dirigindo para cá. Não demorou para ela bater na porta.
— Entre. — Falei. O que ela está fazendo em casa? Cecília deveria está no hospital acompanhando Amélia e meus filhotes. Ela entrou com um grande sorriso.
— Bom dia, irmão. — Cecília falou contente. Não sei porque de toda essa alegria já pela manhã.
— Bom dia, Cecília. O que está fazendo aqui, não deveria estar no hospital? — Perguntei.
— Vim em casa pegar roupas limpas. Eu já estou voltando para lá. Quero estar lá quando Amélia acordar. Hélio disse que ela deve acordar hoje. Não sei como humanos conseguem dormir tanto. — Comentou Cecília.
— Não precisa se apressar, eu estou indo para o hospital agora. Você pode descansar um pouco. — Sugeri a ela. Cecília se ofereceu para ficar ao lado de Amélia assim que soube que ela estava inconsciente e dormiria no hospital. Só não esperávamos que Amélia ficaria dois dias adormecida.
Este estado dela está me preocupando, pode estar acontecendo alguma coisa que está deixando Amélia adormecida. Não sabemos como o corpo dela reagirá a uma gestação lupina.
— Você sabe irmão que não preciso ficar descansando. Eu dormi um pouco no hospital e já é suficiente para mim. Não me importo de acompanhar Amélia no hospital. Quero ficar perto dos meus sobrinhos. É uma dádiva da deusa. Há dez anos não temos um filhote na alcateia, agora teremos quatro de um só vez. Então quero acompanhar tudo e sentir de novo a alegria de ter um filhote correndo pela alcateia. — Falou Cecília emocionada.
— Cecília, sei que está animada com os filhotes. Mas assim que Amélia acordar, não quero você facilitando as coisas para ela. Amélia tentou fugir com meus filhotes, não podemos deixar que ela faça de novo e acabe machucando os quadrigêmeos. — Alertei minha irmã.
— Fique tranquilo, irmão, eu vou vigiar Amélia de perto, não deixarei ela fugir com meus sobrinhos. E toda a alcateia está vigilante, ninguém permitirá que Amélia saia daqui. Mas me diga uma coisa: depois que os filhotes nascerem, o que você fará com Amélia? Ela não é sua companheira. — Perguntou minha irmã. Eu queria matá-la assim que os filhotes nascessem, mas Cosmo não concorda. Ele quer que Amélia permaneça aqui com os filhotes.
— Vou mantê-la aqui até que os filhotes não precisem mais dela. Depois vou matá-la, não podemos deixá-la livre falando sobre nossa existência. — Respondi. Cecília ficou surpresa com o que falei, mas não ousou me questionar. Ela sabia que não podia me fazer mudar de ideia quando eu decidia.
— Vou indo. — Ela disse e se aproximou e me deu um beijo no rosto. E saiu rápido antes que eu pudesse reclamar. Detesto essa demonstração de afeto da minha irmã por mim. Eu não consigo retribuir, desde que tive meu coração partido por aquela traidora.
Cecília saiu e me deixou acabando de me arrumar. Terminei e saí do quarto, cheguei até a sala de refeições e me sentei. A mesa já estava servida, um ômega se aproximou para servir meu café. Gosto de café bem quente, forte e sem açúcar. Devo admitir que essa bebida humana é gostosa.
— Bom dia, Alfa Magnos. — Disse Marta. E fez uma reverência rápida. Ela me serviu o café e se afastou.
Gosto de comer sozinho. Mas minha irmã não me deixa e sempre aparece para me fazer companhia. Nesses dois dias, foi ótimo, pois pude comer sem ela, falando sem parar em minha cabeça e me irritando. Somente Cecília e meus pais têm essa coragem de me irritar. Não demorei muito na mesa, eu tinha que chegar logo ao hospital. Cosmo estava impaciente e ansioso para chegar.
— Ande logo, Magnos. Sinto meus filhotes agitados. Está acontecendo alguma coisa. — Ele falou, invadindo minha mente.
Quando cheguei ao andar do quarto de Amélia percebi uma agitação. Logo me apressei para seu quarto. Abri a porta e entrei. Eu ouvi o coração de Amélia se acelerar e pude sentir o cheiro do seu medo no momento que ela me viu entrando. E Cosmo estava certo, o cheiro de seu medo era doce e tentador. O que era muito incomum, já que o cheiro do medo de todos eram fétido e azedo, causando repulsa. Mas o de Amélia era viciante e eu sentia vontade de senti-lo sempre. Mais um mistério para ser desvendado sobre Amélia Carter. Me aproximei dos dois e pude notar como ela estava assustada com a minha presença.
— Como Ela está? — Perguntei a Hélio, não deixando de observá-la.
— Tivemos um problema. Amélia teve dificuldade de respirar. Mas conseguimos controlar a situação. — Explicou Hélio. O que me fez virar minha cabeça rápido em sua direção.
— O que aconteceu? Os filhotes estão bem? — Perguntei e Cosmo reclamava em minha mente dizendo que avisou que algo estava acontecendo.
— Amélia teve uma crise de pânico. Seus filhos estão bem, não foram afetados. Mas ela pode ter outra crise se ficar ansiosa. — Explicou Hélio. Entendi seu recado silencioso. Eu não podia estressá-la.
— Certo. Agora você pode se retirar. Porque quero conversar com a senhorita Carter. — Ordenei sem rodeio.
— Com licença alfa. — Disse Hélio e saiu apressado.
— Agora somos eu e você. — Falei e puxei uma cadeira colocando a de frente para cama de Amélia. Seu coração batia descontrolado. Só espero que ela não tenha outra crise.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: GRÁVIDA DE UM ALFA POR ACIDENTE