POV AMÉLIA.
Ele estava sentado de frente para mim e me olhava fixamente como um predador, observando e analisando sua presa. Seu olhar sobre mim era frio e cruel, me causando arrepios nada bons pelo meu corpo.
— Quero lhe explicar como será de agora em diante. Agora que você sabe o que sou, não preciso fingir. — Ele falou se referindo ao que vi na floresta. Eu nem sabia se o que vi na floresta era real.
— Não entendendo o que você está falando. — Falei, me enchendo de coragem, me fazendo de desentendida. Eu não posso ser dominada pelo medo agora, tenho quatro filhos para proteger.
— Você não está entendendo? Você não se lembra o que aconteceu na floresta antes de desmaiar? — Perguntou e parecia impaciente. Esse ser sempre estava de mau-humor.
— Não me lembro, minha memória está confusa, não consigo me recordar de nada. Só lembro de encontrar quatro lobos e acordar aqui. — Eu disse mentindo descaradamente. Ele se levantou e se aproximou, ficando bem perto da cama. Eu me recuei por instinto.
— Sabia que você é uma péssima mentirosa? — Falou Magnos.
— Eu não estou mentindo. — Respondi.
— Não? Mas não tem problema. Refrescarei sua memória. — Falou e levantou uma de suas mãos e suas unhas começaram a crescer e viraram garras negras afiadas. Levei um susto e me encolhi ainda mais na cama. Meu coração estava tão acelerado que parecia que iria saltar de dentro de mim.
— Fique longe de mim sua coisa. — Falei sem saber como me referir a ele.
— Parece que você está começando a se lembrar. Facilitarei para você, Amélia. Sou Magnos Veranis, sou um lobisomem, o Alfa dessa alcateia que você se encontra. Você está gerando meus filhotes. — Ele falou autoritário e tranquilo.
— Que merda você comeu? Está louco, eu não acredito em nada que está dizendo. E meus filhos não são seus… — Nem havia terminado de falar e Magnos deu alguns passos para trás e começou a mudar e se transformou em uma fera metade homem e metade animal. Tudo ocorreu tão rápido que fiquei chocada.
Comecei a gritar desesperada. Aquela coisa se aproximava e eu gritava ainda mais. E pedia ajuda em vão.
— Socorro. Não se aproxime seu demônio. Enviado do inferno. — Gritei. Ele parou e ficou de braços cruzados sobre o peito peludo.
— Pare de gritar que está me irritando. — Falou com uma voz monstruosa que me provocou ainda mais medo. Que droga foi essa que me deram?
— Meu pai do céu. Que droga que me deram, você fala? — Falei em voz alta.
— Essa forma me permite comunicar com você. Agora está acreditando? — Perguntou frio.
— Eles são meus filhos. Não seus filhotes. — Falei irritada e impaciente com essa besta. Magnos se moveu tão rapidamente que me assustou. Quando percebi, ele já segurava meu queixo com força e me encarava com um olhar raivoso.
— Escute bem. Quanto antes você entender, será melhor para você. Esses filhotes que está gerando são meus. Meu sêmen foi roubado e implantado no seu óvulo. E eles são metade lupino ou até totalmente lobos. Sua gravidez é de risco e, se os humanos descobrirem, vão te trancar em um de seus centros de pesquisa secreto e estudar meus filhotes. Eu não permitirei que isso aconteça. Amélia você não sabe da importância desses filhotes. — Ele falou cada palavra com raiva e me causava calafrios.
Ouvir Magnos dizer que meus filhos seriam estudados pelos humanos, me causou muito medo. Se ele for realmente o doador do sêmen, isso significa que meus filhos poderão se transformar em lobisomens? Meu Deus, meus filhos estão correndo perigo. Se o governo descobrir, vão tirá-los de mim e nunca mais verei meus filhos.
Acho que não será uma má ideia ficar um tempo por aqui, até conseguir um jeito de esconder meus bebês do mundo. Magnos disse que seus inimigos virão atrás de nós. Então, terei que permanecer aqui por enquanto. Seguirei o conselho de doutor Hélio e fingirei que aceito a derrota.
— Como sei que não está mentindo sobre ser o pai dos meus filhos? — Perguntei, eu tinha que ter certeza, esse homem poderia ser louco.
— Posso sentir o cheiro deles dentro da sua barriga e eles têm um cheiro muito parecido com o meu. Somente filhotes carregam o cheiro parecido com os dos pais. Cada ser tem um aroma único. E meu lobo os reconheceu como seus filhotes. — Explicou, mas tudo era muito surreal para mim.
— Já que existem tantos perigos para meus filhos. Aceitarei ficar aqui nesse lugar. — Falei e Magnos começou a rir e era uma risada sinistra que arrepiou todos os pelos de meu corpo.
— Quem disse que você tem escolha? — Perguntou com um olhar cheio de crueldade e frieza.
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