POV AMÉLIA.
A sala de convivência era ampla, iluminada por grandes janelas de vidro que se estendiam do chão ao teto, oferecendo uma vista panorâmica do jardim projetado ao redor da casa. Flores de várias cores e espécies, perfeitamente cuidadas, formavam um belo contraste com a vegetação densa da floresta que se encontrava no fundo da propriedade.
A floresta, com suas árvores altas e imponentes, parecia proteger a área construída. A mobília era moderna e luxuosa, com sofás de couro branco e mesas de centro de vidro e aço inoxidável. Quadros abstratos decoravam as paredes, enquanto uma lareira a gás com acabamento em mármore preto adicionava um toque de elegância ao ambiente. O piso de madeira escura brilhava sob a luz suave dos lustres de cristal que pendiam do teto.
Eu estava preocupada e a maneira que eu tinha para me acalmar era pensar na decoração e na floresta em vez do meu marido lá fora. Costumo divagar quando estou nervosa. Estávamos na sala de convivência discutindo nossas teorias sobre os lobos renegados estarem trabalhando com duas alcateias que nem eram aliadas. O que leva inimigos a se unirem? Eu me perguntava preocupada, pois eles estavam aqui por mim.
— O que me preocupa é o que levou inimigos a se unirem. Pois Ceci disse que renegados não trabalham em equipe e os membros de duas alcateias rivais estão com esses renegados. Mas, por quê? — perguntou meu irmão, pensando o mesmo que eu.
Ele estava sentado em uma poltrona próxima à lareira, seus olhos refletindo a mesma inquietação que eu sentia. Luna Ania, de pé ao lado de uma estante com livros de design moderno, cruza os seus braços e franziu a testa.
— Esse comportamento não é normal em um renegado. Eles podem até atacar estando com outros renegados ao seu lado, mas só no calor do momento. Depois disso, é cada um para o seu lado; muitos acabam se matando após um ataque a uma alcateia — comentou Luna Ania.
— O medo os fez se unirem — disse Ravina na minha mente.
— Medo do quê? — perguntei, sentindo um arrepio percorrer minha espinha.
— Eles têm medo de serem extintos, pois esse é o futuro dos lobos se não tiverem filhotes para continuar a espécie. Logo todos estarão velhos e será o fim dos lobos — disse Ravina.
— Mas isso não explica o porquê de se unirem para vir atrás de mim — falei, esfregando as mãos nervosamente.
— Realmente você não sabe por que eles se uniram? — perguntou Ravina.
— Ainda não — respondi, olhando para os outros na sala que estavam alheios à minha conversa mental.
— Amélia lerda. Você está sendo protegida pelo maior predador do mundo sobrenatural, o lobisomem mais perigoso da comunidade lycan — disse ela.
— Eles se uniram porque Magnos é muito perigoso — comentei, sentindo um nó se formar no estômago.
— Aqueles idiotas acham que podem derrotar nosso marido. Vão todos perecer — falou Ravina, rindo empolgada. Às vezes, essa frieza e crueldade dela me assustam.
— Eu me pergunto como você sabe dessas coisas que nem eu sei? — perguntei, desconfiada.
— Amiga, eu não tenho a menor ideia. Simplesmente as informações aparecem na minha mente — comentou Ravina.
— Bem, eu prefiro acreditar no palpite de Ana — disse a Luna Ania.
Talvez até seja esse o motivo, mas eu ainda acho que existem muitos mistérios em volta dos renegados e dos seus reais motivos por estarem aqui. Será que alguém já se perguntou o que eles fazem quando não estão atacando as alcateias? A porta da sala se abriu e Eulalia e Cassius entraram apressados. Eles vieram diretamente até mim. Os dois começaram a me examinar para ter certeza de que eu estava bem.
— Filha, você está bem? — perguntou Cassius, preocupado.
— Está se sentindo bem, filha? Não fique nervosa com o que está acontecendo fora das fronteiras da alcateia — falou Eulalia. Os dois me fizeram carinho na cabeça e no rosto, como pais zelosos e carinhosos. Fiquei muito tocada com a preocupação e o carinho deles. Eu senti saudade dos meus pais nesse momento.
— Estou bem. E tentando me controlar para não ficar nervosa. Como estão as coisas lá fora e como está o Magnos? — perguntei, preocupada com a segurança do meu lobo mal.
— Nosso alfa está cuidando da situação — disse Cassius.
— Sim, Magnos logo dará um jeito naqueles vira-latas — disse Eulalia com frieza.
— Conhecendo meu irmão, é um milagre aqueles cães sarnentos estarem ainda vivos — comentou Cecília.
Cecília mal acabou de falar e a porta da sala se abriu e Magnos entrou. Meus olhos se arregalaram em choque e horror pela cena em minha frente. Coloquei minhas duas mãos sobre a minha boca, horrorizada com a situação em que Magnos se encontrava.
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