POV MAGNOS.
Deixei Rubens e Conrado para trás, parados me olhando perplexos. Rubens estar chocado, eu até entendo. Mas Conrado, ele é um alfa e já matou muitos. Agora que virou conselheiro, está se tornando puritano? A raiva fervia dentro de mim, misturada com a euforia do combate recém-concluído.
Voltei para a minha aparência humana. Eu estava nu e coberto de sangue. Mas me sentia realizado, extravasei toda minha raiva acumulada. Como é bom ouvir os gritos dos meus inimigos enquanto os mato. Eu deveria ir até os outros pontos da fronteira que há invasores e acabar com eles também.
— Eu estava ficando enferrujado de tanto tempo sem quebrar um pescocinho. Acho que deveríamos ir atrás dos remanescentes, daqueles membros das duas alcateias que fugiram quando tiveram oportunidade. — Comentou Cosmo, empolgado com a luta, sua voz vibrando com adrenalina.
— Não quero matá-los. Quem espalhará a notícia que matei todos os renegados que ousaram invadir meu território? — Perguntei, deixando claras minhas intenções, um sorriso cruel surgindo em meus lábios.
— Muito esperto, a essa hora os outros vira-latas que estão em outros pontos da fronteira já devem estar sabendo do ocorrido aqui. E fugirão apressados como um bando de ratos assustados. — Disse Cosmo, rindo com desprezo.
— Exatamente. Eles voltarão para suas alcateias e contarão, e a notícia vai se espalhar rapidamente. Assim, em pouco tempo todo o mundo sobrenatural saberá que matei sozinho um bando de renegados que invadiu meu território. E entenderão meu aviso de que matarei todos que ousarem fazer o mesmo. — Comentei, cheio de orgulho e satisfação.
— Héctor não poderá contar mais com a estupidez dos seus aliados, que não vão querer se arriscar a perecer nas garras do… como é mesmo que nos chamam? Cão louco do inferno. — Disse Cosmo, sua risada ecoando na minha mente.
— Esse é um dos diversos nomes que nos deram. Gosto de “cão do inferno”. “Lobo da morte” também é bom. — Mencionei enquanto caminhava pela floresta em direção à minha casa, sentindo o peso do sangue se secando em minha pele. Que nojo, essa é a parte ruim.
— Nossos inimigos e aqueles que nos temem são bastante criativos em nos dar títulos. — Comentou Cosmo, debochando.
— Deixem que nos engrandeçam. Não me importo com essa propaganda gratuita. — Falei, minha voz carregada de desdém.
— Rubens parece não concordar com sua atitude. Talvez devêssemos dar-lhe um pequeno agrado para acalmá-lo. O que acha? — Perguntou Cosmo. Estranhei sua boa vontade.
— Desde quando dou agrado para alguém? Por que está querendo ser bonzinho com Rubens? — Perguntei, sentindo a desconfiança crescer dentro de mim.
— Você me conhece, não faço nada sem uma segunda intenção. Pensei em ter o líder do Conselho como nosso aliado. Ele quer conversar com Amélia sobre o vírus que está prejudicando aqueles sanguessugas. Então, deixaremos que Amélia ajude Rubens com esse probleminha, que, a meu ver, é uma providência divina, pois acabaria com aqueles chupa-chupas malditos. — Propôs Cosmo, debochado e com seus apelidos doidos. Esse meu lobo às vezes é bastante louco.
— Sua ideia é boa, mas precisamos saber se nossa Amélia irá querer ajudar. Lembre-se de que achamos que ela vai se vingar de nós. — Mencionei, me lembrando precisarmos de um plano de ação para lidar com nossa esposa chateada.
— Amélia vai querer ajudar, não notou a empolgação dela enquanto falava com Rubens? Eu não gostei da interação deles. E aquele mago parecia bem animado enquanto falava com a nossa Amélia. — Comentou Cosmo, nada satisfeito.
— Eu também não gostei, só permiti que eles conversassem porque Jake estará presente e não deixará Rubens se aproximar de Amélia. — Falei enquanto chegávamos em casa, meu coração batendo mais rápido, pois encontraria Amélia.
— Quantos você matou para estar assim coberto de sangue? — Perguntou apreensiva.
— Todos os renegados burros que estavam na fronteira leste e ousaram me desafiar. — Contei e sorri cruelmente. Amélia me olhou e suspirou. Não consegui saber o que ela poderia estar pensando naquele momento.
— Vá logo se limpar, pois você está horrível e acabará sujando toda a casa. E não toque ou encoste em nada. Mancha de sangue é difícil de sair de tecidos e certos objetos. — Falou, mandona. Quem essa baixinha pensa que é para mandar em mim?
— Ora, ela é nossa esposa. E é melhor obedecer e não discutir com ela. Lembre-se de que ela ainda pode se vingar de nós. — Comentou Cosmo em minha cabeça. Eu me virei e comecei a andar em direção à escada. Mas ouvi Amélia me chamar e parei, me virando em sua direção.
— Magnos. — Me chamou Amélia.
— Sim, querida. — Falei. Amélia colocou as mãos na cintura e eu já sabia que viria bronca.
— Daqui a pouco iremos ter uma boa conversa sobre essa sua mania de ficar transitando por todos os cantos estando pelado. Eu não quero o que é meu desfilando pelas ruas e sendo visto por todos. As coisas mudarão a partir de hoje. — Falou Amélia, autoritária.
Eu a olhei surpreso. Que merda, Amélia tomou para achar que poderia me dar ordem e me repreender na frente de todos? Ela só poderia estar louca. Rosnei.
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