Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário romance Capítulo 92

~ Christian ~

Tentei manter uma expressão neutra enquanto ouvia o interminável monólogo do investidor japonês sobre taxas de exportação e regulamentações aduaneiras. Em circunstâncias normais, esse tipo de conversa teria toda a minha atenção – afinal, a expansão para o mercado asiático era um dos pilares do meu plano para a Bellucci. Mas meus olhos não paravam de vasculhar o salão, procurando o vestido bordô de Zoey.

— Então, Sr. Bellucci, o que acha da nossa proposta sobre os portos alternativos? — perguntou Tanaka, o mais velho dos investidores.

Forcei minha mente a voltar para a conversa.

— É uma sugestão interessante. Podemos explorar melhor os detalhes amanhã, na reunião formal. — Sorri educadamente, esperando que minha resposta genérica fosse suficiente.

Por sorte, Tanaka pareceu satisfeito, assentindo solenemente antes de tomar um gole de seu whisky. Aproveitei a pausa para escanear o salão novamente.

Finalmente a avistei, perto de uma das janelas. Não estava sozinha. Antônio gesticulava animadamente enquanto falava, seu corpo inclinado em direção a ela de uma forma que, mesmo à distância, parecia invasiva. A linguagem corporal de Zoey era claramente defensiva – ombros tensos, postura rígida, aquele leve franzir de sobrancelhas que eu já havia aprendido a reconhecer como sinal de desconforto.

Uma onda de irritação percorreu meu corpo. Antônio sempre teve dificuldade em respeitar limites, especialmente quando se tratava de mulheres bonitas. O fato de Zoey ser minha esposa provavelmente tornava a situação ainda mais tentadora para ele.

— Sr. Bellucci, está tudo bem? — perguntou Yamamoto, o mais jovem dos investidores, notando minha distração.

— Perfeitamente. — Ajeitei a gravata, um gesto que havia desenvolvido para ganhar tempo quando precisava organizar meus pensamentos. — Apenas observando como o evento está fluindo. Primeira grande recepção de Zoey como anfitriã.

Tanaka sorriu, virando-se para observar o salão.

— Sua esposa é encantadora. Jovem, mas com uma presença notável.

— Sim, ela é. — Minha resposta foi automática, mas sincera.

Quando voltei a olhar na direção em que Zoey estava, ela havia desaparecido, deixando Antônio ligeiramente irritada.

— Se me derem licença, cavalheiros. — Inclinei a cabeça em um pedido de desculpas. — Há um assunto que preciso verificar rapidamente.

— Marco — chamei, aproximando-me. — Viu Zoey?

— Ela estava com Carmem há pouco. — Ele deu de ombros, servindo-se de mais uma dose de whisky. — Acho que ela não estava se sentindo bem. Talvez tenha se retirado.

Franzi o cenho, preocupado. Zoey não era do tipo que abandonaria um evento sem se despedir, a menos que estivesse realmente mal.

— Vou procurá-la.

— Quer que eu assuma as despedidas? — ofereceu Marco, surpreendendo-me com a prontidão.

— Seria útil. — Assenti, grato. — Apenas certifique-se de que Nonno não se exceda. Ele deveria ter ido para a cama há horas.

Marco ergueu o copo em um brinde silencioso.

— Pode deixar. Vai lá ver como ela está.

Zoey estava ajoelhada em frente ao vaso, o rosto pálido e os cabelos desgrenhados.

— Eu estou... — ela começou, mas outra onda de náusea a interrompeu, fazendo-a se curvar sobre o vaso novamente.

Aproximei-me, segurando seus cabelos para trás e acariciando suas costas em círculos lentos. Ela tremia levemente, uma fina camada de suor cobrindo sua testa.

— Vou chamar um médico — ofereci quando os espasmos finalmente pareceram cessar.

— Não é necessário — murmurou ela, aceitando a toalha úmida que lhe ofereci. — Deve ser apenas um mal-estar passageiro. Ou algo que comi.

Olhei ao redor, procurando um copo para lhe dar água, quando meus olhos captaram algo na bancada do banheiro. Algo pequeno e retangular, com instruções impressas em letras minúsculas.

Um teste de gravidez.

Meu mundo pareceu congelar por um instante. Um teste de gravidez. Fechado, ainda não utilizado – mas sua mera presença ali era como um terremoto silencioso, redesenhando completamente o terreno sob meus pés.

Zoey seguiu meu olhar, seus olhos se arregalando ligeiramente ao perceber o que eu havia visto.

— Christian, eu...

Mas eu não conseguia desviar o olhar daquela pequena caixa. Tão pequena. Tão monumental.

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