A viagem ao Rio havia sido mais produtiva do que eu imaginava. Decidira vir pessoalmente com Anne, Matheus e Rômulo - um funcionário de confiança da Bellucci especializado em operações discretas - para conduzir as entrevistas para minha nova equipe de relações públicas. O Hotel Milani havia se tornado nossa base de operações temporária.
Durante os últimos três dias, havia entrevistado quase vinte candidatos cuidadosamente selecionados. Estava especialmente focada em recrutar alguns ex-colegas do curso de especialização que havia feito alguns meses atrás - profissionais talentosos que conhecia pessoalmente e em quem confiava completamente. Também havia conseguido convencer Lisa, minha antiga assistente da Vale do Sol, a se juntar à equipe. Sua lealdade inabalável durante meu período na empresa rival havia sido uma das poucas coisas boas daquele período terrível, e agora finalmente poderia recompensá-la adequadamente.
Foi Lisa quem havia facilitado a parte mais arriscada e crucial de nossa missão no Rio. Usando seus contatos internos na Vale do Sol e seu conhecimento íntimo dos procedimentos da empresa, ela conseguiu que Anne, Matheus e Rômulo entrassem discretamente em um evento da vinícola - uma degustação exclusiva para investidores que acontecia exatamente nos vinhedos onde suspeitávamos que as uvas "orgânicas" falsas eram cultivadas.
Estava revisando meticulosamente currículos e fazendo anotações detalhadas sobre os candidatos mais promissores quando Anne entrou no escritório como um furacão, com uma expressão que misturava triunfo absoluto e diversão mal contida.
— Zoey — disse, se jogando dramaticamente na poltrona em frente à mesa que eu estava usando —, você nem vai querer ouvir como conseguimos as amostras de terra ontem.
Levantei os olhos dos documentos, imediatamente intrigada pela expressão no rosto da minha irmã e pelo tom misterioso em sua voz.
— É, acho que não vou querer mesmo... — brinquei, sabendo que não escaparia de ouvir.
Anne pensou por um momento, como se estivesse pesando cuidadosamente se deveria mesmo contar a história, então deu de ombros com um sorriso travesso.
— Na verdade, vou contar mesmo assim. É engraçado demais para guardar só para mim, e você precisa saber o que seus irmãos são capazes de fazer pela causa.
Ela se acomodou melhor na cadeira, claramente preparando-se para uma narrativa elaborada e provavelmente constrangedora.
— Então, chegamos ao evento ontem à tarde, certo? Lisa havia conseguido credenciais perfeitas para nós como "consultores especializados em sustentabilidade agrícola" interessados em possíveis parcerias futuras. Tudo muito oficial, convincente e profissional.
— Até aí parece que tudo correu bem — comentei, imaginando onde exatamente a história ia dar errado.
— O problema real começou quando percebemos que o evento era muito mais controlado e supervisionado do que esperávamos — Anne continuou, gesticulando animadamente. — Tinha seguranças por toda parte, os convidados eram rigorosamente acompanhados em grupos pequenos com guias designados, e seria completamente impossível simplesmente sair do roteiro oficial para coletar amostras de terra sem levantar suspeitas.
Anne riu, balançando a cabeça como se ainda não acreditasse no que havia acontecido.
— Foi quando o Rômulo teve a ideia mais maluca e genial ao mesmo tempo. Ele olhou para nós e disse: 'Precisamos de uma distração grande. Algo que faça absolutamente todo mundo olhar para outro lugar por tempo suficiente para trabalharmos.'
— E qual foi essa distração miraculosa? — perguntei, verdadeiramente curiosa.
— Nosso querido irmão Matheus — Anne respondeu simplesmente, e imediatamente começou a rir antes mesmo de continuar a história. — Rômulo convenceu o coitado a fingir uma reação alérgica gravíssima durante a degustação principal dos vinhos.
Meus olhos se arregalaram em horror e incredulidade total.
— Ele concordou em fazer o quê?
— Mas extremamente eficientes — Anne acrescentou com orgulho evidente. — Rômulo já mandou todas as amostras coletadas para serem analisadas minuciosamente no laboratório independente que Christian indicou. Em exatamente uma semana vamos ter resultados científicos irrefutáveis comprovando tudo que suspeitávamos sobre a fraude.
Senti uma onda poderosa de euforia misturada com alívio profundo. Estávamos tão perto da vitória final que podia praticamente tocar o triunfo.
— Falta tão pouco para finalmente ganharmos essa guerra — murmurei, mais para mim mesma do que para Anne.
— Exatamente — ela concordou entusiasticamente, se levantando e vindo me abraçar carinhosamente por trás da cadeira. — Em muito breve vamos poder expor publicamente toda a farsa suja deles e limpar definitivamente o nome da Bellucci.
— Obrigada — disse suavemente, minha voz carregada de emoção real. — Por absolutamente tudo que vocês fizeram. Por correrem riscos tão grandes por mim.
— Somos família, Zoey — Anne respondeu simplesmente, mas com uma sinceridade tocante. — É exatamente isso que famílias verdadeiras fazem umas pelas outras.
Foi quando a porta do escritório se abriu abruptamente sem qualquer cerimônia.
Elise entrou como se fosse dona absoluta do lugar, impecavelmente vestida em um terno designer e com aquele sorriso falso e predatório que eu conhecia tão bem e odiava profundamente.
— Ouvi falar que a Bellucci está contratando uma nova equipe de RP.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário
Os capitolos acabam no 312 , mas o livro nao acaba , e agora faz o que ?...
Já estou no capítulo 279 e o 280 não abre de jeito nenhum, já estou desanimada...
Como faço para comprar e ler o capítulo inteiro...
Não abre mais capítulos nem pagando deprimente...
Quem comprou,todos os capítulos custam 3 moedas ou vai aumentando o valor?...
Eu comprei mas agora dá erro pra acessar alguns capítulos. Desconta as moedas do saldo e mesmo assim não mostra. Não adiantou nada. Só gastei à toa....
Onde compro os capítulos bloqueados??...
Decepcionada, tem pagar pra continuar a ler....
Agora tem que pagar eita...
Sério que tem que pegar??...