Christian ainda estava abotoando os últimos botões da camisa quando abri a porta para Anne e Marco. Minha irmã entrou como um furacão, toda animada com suas "novidades importantes", enquanto Marco a seguia com uma expressão séria que contrastava drasticamente com o entusiasmo dela. Era impossível não notar como eles pareciam desconfortáveis um com o outro, mantendo uma distância respeitosa que não existia antes.
— Oi, irmãzinha — Anne me beijou no rosto e depois parou, franzindo o nariz enquanto olhava entre mim e Christian. — Por que vocês dois estão com cara de quem acabou de correr uma maratona? E o Christian está... meio descabelado.
Senti meu rosto esquentar violentamente enquanto tentava alisar meu próprio cabelo.
— Anne — murmurei, mortificada.
— Ah — ela riu, seus olhos brilhando com diversão quando viu a expressão no rosto de Christian. — Desculpa pela hora. Mas juro que é importante.
— Melhor ser mesmo — Christian resmungou, mas havia humor em sua voz enquanto passava a mão pelos cabelos numa tentativa vã de arrumá-los.
— Vocês querem alguma coisa? — perguntei, tentando retomar a compostura de anfitriã perfeita. — Água, café, alguma coisa para comer?
— Café seria ótimo — Marco respondeu, se jogando no sofá onde Christian e eu estávamos há poucos minutos. Havia uma rigidez em seus movimentos que não passou despercebida.
— Eu quero ver o que você está comendo ultimamente — Anne disse, me seguindo até a cozinha com aquela curiosidade típica de irmã mais nova. — Matheus me contou umas histórias bem estranhas sobre seus desejos de grávida. Disse que papai quase teve um ataque quando viu você comendo chocolate com sardinha.
Revirei os olhos, pegando a cafeteira e tentando esconder o sorriso.
— Não são tão estranhos assim. São só... combinações criativas.
— Zoey, chocolate com sardinha não é criativo, é criminoso — Anne abriu a geladeira, sua curiosidade vencendo qualquer senso de educação. — Nossa, meu Deus, o que é isso?
Ela havia encontrado minha tigela de sorvete com picles em fatias e molho de mostarda, ainda com a colher dentro.
— Meu lanche da noite — admiti, sem um pingo de vergonha. — Estava delicioso. Quer experimentar?
— Deus me livre e guarde — Anne fez uma careta tão dramática que me fez rir. — Isso é mais nojento que aquela vez que você misturou pizza de atum com leite condensado.
— Ei, eu tinha oito anos! — protestei, rindo da lembrança. — E você comeu também.
— Porque eu tinha sete anos e te idolatrava — ela rebateu, pegando uma maçã da fruteira e a examinando como se fosse uma opção muito mais segura. — Agora tenho juízo e papilas gustativas funcionais.
Voltamos para a sala carregando bandejas com café e alguns biscoitos que consegui encontrar na despensa. Christian e Marco estavam conversando em voz baixa, suas cabeças inclinadas uma em direção à outra, claramente discutindo negócios sérios. A atmosfera na sala mudou assim que nos sentamos.
— Tá bom, chega de assunto sério por enquanto — Anne se instalou na poltrona, pegando uma xícara de café e me examinando com atenção. — Primeiro preciso saber: como estão as coisas entre vocês dois? Porque, sinceramente, vocês parecem... melhor. Muito melhor.
Troquei um olhar com Christian, sentindo o calor familiar subir pelo meu rosto. Ele estava com aquela expressão divertida que sempre aparecia quando Anne entrava em modo investigativo.
— Estamos bem — respondi simplesmente, esperando que ela não pressionasse.
— Bem como? — Anne insistiu, com aquele sorriso maroto que eu conhecia bem demais e que sempre significava problemas. — Bem tipo 'ainda estamos nos entendendo depois de toda essa confusão' ou bem tipo 'graças a Deus conseguimos uns minutinhos sozinhos para lembrar por que nos casamos'?
— Anne! — exclamei, sentindo que meu rosto estava provavelmente da cor de um tomate maduro.
— O quê? — ela deu de ombros, se divertindo claramente com meu constrangimento. — Vocês estão casados e esperando um bebê. É natural que vocês queiram... — ela parou de falar quando viu minha expressão mortificada. — Tá bom, tá bom. Mudando de assunto antes que você morra de vergonha.
Christian riu baixinho ao meu lado, seus ombros balançando com a diversão silenciosa.
— Sua irmã é... direta — ele comentou, seus olhos brilhando com humor.
— Falando em ser direta — Marco interrompeu abruptamente, colocando a xícara na mesa com um barulho que ecoou pela sala —, temos informações importantes para compartilhar. E não são boas notícias.
O clima na sala mudou instantaneamente, como se alguém tivesse sugado todo o ar do ambiente. Anne se endireitou na poltrona, perdendo toda a descontração anterior, e Christian se inclinou para frente, entrando automaticamente em modo totalmente focado. Senti meu estômago se contrair em antecipação.
Fiquei em silêncio por alguns longos segundos, processando essa nova informação. Se Alex realmente não sabia de nada sobre o uso de seu carro...
— Então a teoria do Marco estava completamente errada — disse finalmente, sentindo uma estranha mistura de alívio e preocupação. — Alex não me procurou pensando na herança que eu herdaria se Christian morresse. Ele provavelmente está sendo usado também, sem nem saber.
— Zoey — Christian me olhou com uma expressão que reconheci imediatamente como ciúme mal disfarçado —, só porque ele pode ser inocente nessa história toda não significa que devemos confiar.
— Não estou dizendo para confiarmos cegamente — respondi calmamente, tentando manter a voz equilibrada. — Estou dizendo que se ele realmente não sabe de nada e está sendo manipulado, isso pode nos dar uma vantagem estratégica.
— Que tipo de vantagem? — Marco perguntou, claramente interessado na possibilidade.
— Acesso a informações — expliquei, minha mente já trabalhando nas possibilidades. — Se Alex está realmente sendo manipulado pela Elise sem saber, ele pode ter acesso a conversas, documentos, planos que nem percebe que são importantes. Informações que ele nem sabe que possui.
— Zoey, não — Christian disse imediatamente, sua voz firme. — Nem pense nisso. Não vou deixar você se aproximar dele novamente.
— Christian, seja racional — insisti, tocando seu braço numa tentativa de acalmá-lo. — Alex já está desconfiando da Elise. Ele mesmo disse que está pedindo a separação. Se eu conseguir fazer ele falar mais sobre o comportamento dela, sobre as pessoas com quem ela anda...
— Não — Christian repetiu, mais firmemente ainda. — Não vou deixar você se envolver mais nisso. Especialmente não com ele.
— Por que especificamente não com ele? — perguntei, embora já soubesse exatamente qual seria a resposta.
— Porque é óbvio que ele ainda tem sentimentos por você — Christian respondeu sem rodeios, sua honestidade brutal. — Qualquer pessoa com olhos pode ver isso. E você está grávida, mais vulnerável emocionalmente...
— Eu não estou vulnerável — protestei, sentindo minha própria irritação começar a crescer. — E o fato dele ainda ter sentimentos por mim pode ser exatamente a vantagem que precisamos para fazer ele falar.
Anne e Marco trocaram olhares claramente desconfortáveis, como se quisessem estar em qualquer lugar menos no meio dessa discussão matrimonial.
— Sei que você não vai gostar disso, Christian — disse finalmente, escolhendo minhas palavras com cuidado —, mas Alex continua sendo nossa melhor opção para conseguir informações sobre Elise. Eu posso arrancar mais informações dele do que qualquer um de vocês conseguiria.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário
Já estou no capítulo 279 e o 280 não abre de jeito nenhum, já estou desanimada...
Como faço para comprar e ler o capítulo inteiro...
Não abre mais capítulos nem pagando deprimente...
Quem comprou,todos os capítulos custam 3 moedas ou vai aumentando o valor?...
Eu comprei mas agora dá erro pra acessar alguns capítulos. Desconta as moedas do saldo e mesmo assim não mostra. Não adiantou nada. Só gastei à toa....
Onde compro os capítulos bloqueados??...
Decepcionada, tem pagar pra continuar a ler....
Agora tem que pagar eita...
Sério que tem que pegar??...
Antes esse site era grátis agora tem q pagar,decepcionada...