Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário romance Capítulo 113

O rosto de Anne se transformou numa máscara de confusão, suas sobrancelhas franzidas enquanto processava minhas palavras.

— Eu ainda não estou entendendo. — Ela cruzou os braços. — Se você realmente estiver grávida, isso explicaria os enjoos, as emoções descontroladas, mas o que isso tem a ver com não dizer a Christian que você o ama?

Enxuguei as lágrimas com as costas das mãos, consciente de que provavelmente estava borrando toda a maquiagem.

— Você esqueceu que Christian não quer ser pai? — Minha voz era apenas um sussurro rouco. — Nunca quis. Deixou isso claro.

— Mas...

— E mais cedo, no mirante, antes de... — fiz um gesto vago que abrangia o que havíamos feito — ...nos distrairmos, estávamos conversando sobre como o contrato não faz mais sentido agora que Giuseppe revelou que sempre soube.

Anne piscou algumas vezes, tentando acompanhar meu raciocínio.

— Estou perdida.

— Ele vai achar que a história da gravidez é mais um jeito de segurá-lo. — As palavras saíram amargas, dolorosas. — Agora que não tem mais contrato, que não tem mais razão para continuarmos juntos, ele vai pensar que inventei uma gravidez para não o deixar ir. Pra não perder as mordomias de ser uma Bellucci.

— Zoey. — Anne agarrou meus ombros, me forçando a encará-la. — Você está falando do homem que acabou de dizer que te ama. Isso não faz o menor sentido.

Deixei escapar uma risada sem humor, enxugando mais lágrimas teimosas.

— Homens falam qualquer coisa depois do sexo, Anne. — Balancei a cabeça, a desesperança colorindo minha voz. — Mas não depois das consequências dele.

— Isso é ridículo. — Anne soltou meus ombros, claramente exasperada. — Ele cuidou de você daquela vez que você fez o teste, lembra? Quando você estava passando mal.

— Sim, e ficou completamente aliviado quando o teste deu negativo. — Engoli em seco, lembrando da expressão de Christian ao ver o resultado. — Mas já parou para pensar que talvez fosse cedo demais para o teste detectar? E quando fui ao médico, não mencionei uma suspeita de gravidez... apenas falei dos sintomas.

Anne me estudou por um longo momento, a irritação em seu rosto gradualmente dando lugar a uma compreensão mais suave.

— Zoey. — Sua voz agora era gentil. — Você está com medo.

Não era uma pergunta, e não havia como negar. Assenti silenciosamente, novas lágrimas ameaçando cair.

— Estou apavorada. — Admiti, minha voz quase inaudível. — Eu o amo tanto, Anne. E agora, quando finalmente poderia ter a chance de um relacionamento real com ele, sem contratos, sem fachadas...

— Você acha que uma possível gravidez vai arruinar tudo. — Anne completou, entendendo finalmente.

— Você não viu como ele reagiu da primeira vez. — Abracei-me, subitamente fria apesar da noite quente. — Ele ficou aliviado, Anne. Genuinamente aliviado.

Anne suspirou, puxando-me para um abraço apertado. Apoiei a cabeça em seu ombro, permitindo-me aceitar o conforto que ela oferecia. Por um momento, éramos apenas duas irmãs – não havia maridos bilionários, contratos, empresas familiares ou possíveis gravidezes. Apenas Anne e Zoey, como nos velhos tempos, quando nossos maiores problemas eram decidir qual filme assistir em uma noite de sexta-feira.

— Escuta. — Anne afastou-se ligeiramente, suas mãos em meus ombros novamente, mas dessa vez em um gesto de apoio. — Vamos fazer o seguinte: tente esquecer isso por este final de semana, ok? Volte para os braços do seu marido gostoso e aproveite a festa.

— Anne...

— Não, sério. — Ela estava em modo irmã mais velha agora, apesar de ser a mais nova. — Quando voltarmos para o Rio, fazemos um novo teste juntas. Um dos bons, daqueles digitais que não tem como dar errado. E eu vou estar lá com você, não importa o resultado. Tudo bem?

Anne me deu um último abraço rápido antes de se afastar em direção à porta.

— Lembra do nosso acordo — disse ela, apontando um dedo acusador para mim. — Este final de semana é só para aproveitar. Sem pânico, sem drama. Apenas você, seu marido gostoso, e talvez mais alguns daqueles vinte minutos no mirante.

— Anne! — Senti meu rosto esquentar, mas não pude evitar um pequeno sorriso.

— Estou falando sério! — Ela abriu a porta, verificando se o corredor estava vazio. — O sexo grávida é supostamente incrível, pelo que ouvi. Todos aqueles hormônios...

— Eu vou te matar — murmurei, embora sem qualquer real malícia.

— Me mate depois do teste. — Ela piscou. — Agora vamos, senhora Bellucci. Seu marido provavelmente está se perguntando onde você foi parar.

Respirei fundo, ajeitando meu vestido uma última vez antes de segui-la de volta ao salão. Anne estava certa. Não havia nada que eu pudesse fazer sobre minhas suspeitas neste momento. O melhor era tentar aproveitar o resto do final de semana, como ela sugeriu.

Mas enquanto caminhávamos de volta para a festa, não pude evitar tocar brevemente meu abdômen, uma mistura confusa de medo e algo surpreendentemente próximo da esperança crescendo dentro de mim.

Talvez fosse apenas estresse, ou a suposta virose que ainda não havia passado completamente. Ou talvez... talvez fosse o início de algo que tornaria impossível manter as fronteiras cuidadosamente traçadas do meu acordo com Christian.

Qualquer que fosse a verdade, teria que esperar até depois do fim de semana. Por enquanto, havia um marido que eu amava – mesmo que ainda não tivesse conseguido dizer isso em voz alta – me esperando no salão.

E se havia uma coisa que aprendi nos últimos meses, era que algumas coisas eram preciosas demais para serem desperdiçadas, mesmo com um futuro incerto à frente.

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário