Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário romance Capítulo 105

O jatinho particular da família Bellucci iniciou sua descida suave em direção à Serra Gaúcha, balançando ligeiramente com uma corrente de ar. Pela janela, se desenrolava o cenário que agora causava em mim um misto de ansiedade e, surpreendentemente, um sentimento que se aproximava de saudade.

— Uau, isso é que é viajar com estilo! — Matheus, meu irmão, tinha o rosto grudado na janela como uma criança. — Muito melhor que nosso voo apertado para o casamento. Deveríamos ter aceitado quando o Christian ofereceu o jatinho naquela época também.

Revirei os olhos, mas não consegui conter um sorriso. Ter minha família inteira vindo para o aniversário de Giuseppe havia sido ideia do próprio patriarca Bellucci – um convite tão enfático que beirava uma convocação. "Família completa, Zoey. Quero todos aqui para meus 83 anos!"

— Giuseppe vai adorar ver vocês novamente — comentei, ajustando o cinto para o pouso. — Ele não parou de falar nisso nas últimas semanas.

— Seu sogro é um doce — disse mamãe, ajeitando nervosamente a gola do vestido que eu havia insistido em comprar para ela especialmente para a ocasião. — Tão diferente do que se esperaria de alguém em sua posição.

— Tecnicamente, ele não é meu sogro, mãe.

— Detalhes. — Ela sorriu. — Ele nos tratou como família desde o primeiro momento no casamento.

Papai, que permanecera estranhamente quieto durante a maior parte do voo, olhava pela janela com expressão distante. Desde que Christian quitara suas dívidas — uma parte do acordo que eu ainda não havia revelado à minha família — ele vinha se comportando de forma diferente. Mais leve, menos preocupado, mas também visivelmente constrangido sempre que o assunto "genro" surgia.

A aterrissagem foi suave como seda. Enquanto a escada era posicionada, senti meu coração acelerar ao avistar a comitiva de boas-vindas – e a figura alta e imponente de Christian à frente dela, impecável em um terno azul-marinho que destacava seus ombros largos.

— Alguém está animada para ver o marido. — Anne murmurou ao meu ouvido, cutucando minhas costelas.

Ignorei-a, tentando controlar o sorriso ridiculamente amplo que ameaçava se espalhar pelo meu rosto. Duas semanas. Haviam sido apenas quinze dias desde que o vira pessoalmente, mas de alguma forma parecia muito mais.

— Respira, maninha. — Matheus passou por mim com um sorriso sabido. — Seus olhos estão praticamente brilhando no escuro.

Fui a última a descer, observando os reencontros calorosos que aconteciam aos pés da escada. Matheus e Giuseppe trocavam abraços como velhos camaradas, o patriarca rindo de algo que meu irmão dizia. Anne já havia se jogado nos braços de Marco, que fingia desinteresse apesar do sorriso mal contido. Meus pais cumprimentavam Carmen e os outros funcionários da casa que haviam conhecido no casamento.

Quando finalmente pisei no asfalto, Christian se virou em minha direção. Por um momento – um único, revelador momento – sua máscara de autocontrole aristocrático vacilou, e a intensidade de seu olhar me atingiu com força física. Duas semanas de telefonemas noturnos, mensagens ocasionais e saudades não verbalizadas se condensaram naquele único olhar.

— Zoey. — Ele se aproximou, e eu esperava o beijo educado na bochecha que seria apropriado para nosso público familiar. Em vez disso, seus braços envolveram minha cintura, e seus lábios encontraram os meus em um beijo que, embora breve, continha uma promessa inequívoca de muito mais.

— Oi. — Respondi idiotamente quando nos separamos, sentindo o calor subir pelo meu pescoço.

— Oi. — Ele sorriu, aquele sorriso raro que transformava completamente seu rosto, reservado para momentos quando ninguém mais estava olhando. Exceto que, desta vez, todos estavam.

O salão principal estava transformado – luzes suaves, arranjos florais elegantes em tons de branco e dourado, uma orquestra de câmara tocando ao vivo. Os convidados – uma mistura de família, amigos, parceiros de negócios e figuras importantes do mundo do vinho – circulavam em pequenos grupos, criando um murmúrio constante que se misturava às notas musicais.

Christian me encontrou assim que entrei, como se tivesse um radar interno sintonizado exclusivamente em mim.

— Você está... — Ele parou, seus olhos percorrendo o vestido com uma apreciação que me fez corar instantaneamente. — Não existem palavras suficientes.

— Você também não está nada mal. — Respondi, ajustando sua gravata em um gesto que havia se tornado surpreendentemente familiar. — Pronto para agradecer dezenas de parabéns em nome do seu avô?

— Contanto que esteja ao meu lado. — Sua mão encontrou a base das minhas costas, um toque leve mas possessivo. — Giuseppe está à sua procura, aliás. Algo sobre um vinho especial que quer te mostrar.

— Agora?

— Ele está na adega. — Christian sorriu, resignado. — E quando ele decide algo...

— Não existe poder na terra que o faça mudar de ideia. — Completei, já familiarizada com a teimosia lendária do patriarca. — Voltarei logo.

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