Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra romance Capítulo 68

(Alessandro)

Vi o táxi se afastando com Larissa dentro e respirei fundo. Por que diabos eu fui atrás dela? Por que entrei no carro? Que tipo de idiota eu me tornei?

Caminhei até meu carro, que estava estacionado na rua de trás. Entrei e bati a porta com força, socando o volante logo em seguida. Merda.

Desde o dia em que a encontrei no shopping, minha cabeça virou um campo de batalha. Ela apareceu como se não tivesse destruído tudo... como se pudesse simplesmente voltar e mexer em tudo de novo. Mas a verdade? Ela já mexeu. E eu não consegui mais desligar.

Tenho discutido mais com a Chiara. Gritado com os funcionários por besteira. Até os números da empresa tão começando a me irritar. E isso não é bom. Nada disso é bom.

Dirigi em silêncio até em casa. Estacionei, respirei fundo outra vez e entrei.

Maria veio me encontrar no corredor.

— Seu Alessandro... a senhora Chiara chegou chorando. Foi direto pro quarto.

Fechei os olhos por um segundo. Claro. Sempre alguma coisa.

— Obrigado, Maria — respondi, tentando manter a calma.

Subi as escadas rápido. A porta do quarto estava encostada. Empurrei devagar e entrei. Chiara estava encolhida na cama, ainda chorando. Quando me aproximei, ela virou o rosto, me ignorando completamente.

— O que foi agora? — perguntei, tentando ser gentil.

— Me deixa. — Ela virou pro outro lado.

Inspirei devagar, já sentindo a irritação crescer.

— Chiara... tô perguntando o que houve.

Ela se virou de repente, os olhos cheios de lágrimas, vermelhos.

— Eu vi você, Alessandro. No carro dela. Com aquela desgraçada!

Travei. Como assim ela me viu?

— O quê? Como? Que história é essa?

— Não importa como! — ela gritou, se sentando na cama. — O que importa é que você tava lá! Com ela!

— Eu só… — comecei, mas ela não deixou.

— Me diz uma coisa — ela se levantou, vindo até mim — você se arrepende de ter me escolhido? É isso? Quer voltar pra ela?

Eu não respondi. Porque eu não sabia. Porque tudo tava uma confusão na minha cabeça.

Chiara riu, amarga.

— Você devia se lembrar, Alessandro. Devia lembrar que essa mulher te traiu. Com aquele enfermeirozinho. Engravidou de outro enquanto era sua esposa! Você me disse que a coisa que você mais odiava era traição. Esqueceu?

A raiva me subiu no peito.

— Eu não esqueci! — rosnei. — Não precisa me lembrar. Eu sei muito bem o que ela fez. E não, eu não quero ela de volta!

— Então por que você foi dançar com ela no baile, hein?! Por quê?! — ela gritou.

— Isso não vem ao caso.

— Vem sim! E por que estava no carro dela? Por que foi atrás dela?

— Chiara, chega. — minha voz saiu mais dura do que eu queria.

Ela se aproximou mais. Chorando, tentando me abraçar. Eu desviei o rosto.

— Eu tenho que voltar pro trabalho.

Mas ela segurou meu peito com força e me empurrou pra cama. Me sentei sem reação quando ela subiu em cima de mim, limpando o rosto com raiva.

— Você não me ama mais?

Eu não respondi.

Ela começou a tirar a blusa.

— Chiara, para com isso... — pedi, tentando afastá-la. — Eu preciso voltar, tenho reunião.

— Me diz que você me ama. — Ela já tava só de sutiã agora, sentada no meu colo.

Desviei o olhar. Mas balancei a cabeça. — Sim...

Ela segurou meu rosto com as duas mãos e me beijou com força.

— Então prova. Se você me ama de verdade, me mostra. Faz amor comigo.

Eu senti a raiva me dominar. Raiva dela, da situação, de mim mesmo. Mas...

Ela tinha razão. Por que eu não conseguia transar com a mulher que dizia amar? Por que eu tava travado assim?

Agarrei o rosto dela, a beijei de volta e a joguei na cama. Subi por cima dela, a boca dela procurando a minha, as mãos agarrando meus cabelos. Mas...

Minha mente não tava ali.

Ela sussurrava "me ama", mas na minha cabeça só vinha outra imagem.

Larissa.

Chega dessa merda de ficar esperando respostas caírem do céu. Era hora de entender... o que diabos Larissa ainda tava fazendo.

Esperei na sala do Diogo. O ar-condicionado estava mais gelado do que deveria e, mesmo assim, eu suava. Sentei no sofá de couro escuro, joguei a bolsa no chão e apoiei os cotovelos nos joelhos. A cabeça latejava, o gosto amargo na boca não passava.

A porta se abriu e a Vitória entrou.

— Café, senhor Alessandro. — disse com aquele sorriso que ela sempre usava quando queria flertar.

Ela se abaixou pra colocar a xícara na mesa de centro e, por um momento, o decote do vestido dela me encarou antes mesmo dela me olhar nos olhos. Eu encarei de volta, sem culpa nenhuma. Ainda sabia apreciar o corpo de uma mulher bonita. E ela era bonita. Perna longa, cintura fina, olhar safado.

Então por que caralho o sexo com Chiara parecia um peso?

Ela ainda era linda, tinha um corpo de dar inveja em muita modelo. Mas... não sentia nada além de obrigação.

Levantei devagar, meus olhos fixos nos dela. Vitória ainda estava abaixada, mas quando me aproximei, ela ficou ereta, sem saber o que esperar. Antes que ela reagisse, segurei sua cintura e a empurrei contra a parede. O baque foi suave, mas firme o suficiente pra que ela soltasse um pequeno suspiro.

Beijei com força. Língua, boca, desejo. Ela gemeu baixinho contra meus lábios, os dedos cravando nos meus braços enquanto eu explorava cada centímetro da curva das coxas dela. Desci as mãos pela lateral, senti o calor, a pele arrepiada. Ela estava entregue. E eu quase também.

Quase.

Porque na minha mente... outra boca me beijava. Outra pele queimava a minha. Outro gemido me chamava pelo nome.

— Alessandro... — era a voz da Larissa. Alta. Ofegante. Deliciosa.

Merda.

Afastei o rosto de Vitória por um segundo, tentando empurrar a lembrança. Forcei o beijo outra vez, queria apagar aquilo, me convencer de que era só tesão, que qualquer mulher bastava.

A porta se abriu com um estralo seco.

— Hmm-hmm. — alguém pigarreou.

Me afastei rápido, o coração batendo no pescoço. Vitória estava com os olhos arregalados e o batom borrado. Diogo estava parado na porta com uma sobrancelha erguida, os braços cruzados e um olhar de quem tinha visto muito mais do que queria.

— Eu... senhor Diogo, me desculpe, eu... — Vitória começou.

Ele ergueu a mão sem dizer uma palavra, olhando pra ela como quem lida com criança.

— Depois eu falo com você, Vitória. Pode sair.

Ela ajeitou o vestido, deu meia-volta e saiu sem dizer mais nada.

Fui direto pro canto da sala, onde ele guardava o whisky, e servi uma dose sem pensar muito. Virei de uma vez, o líquido queimando a garganta, ardendo até no estômago. Peguei a garrafa de novo e me servi outra.

— Que porra tá acontecendo com você, Alessandro? — Diogo perguntou, a voz calma demais pra ser neutra.

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