Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra romance Capítulo 54

Cheguei à empresa de Alessandro com o coração acelerado, ainda cheia de raiva e frustração.

Não sabia exatamente o que eu queria fazer ali, mas precisava falar com ele. Precisava olhar nos olhos dele.

Quando me aproximei da entrada, Thiago, o segurança, bloqueou o caminho. Ele me olhou com aquela expressão de quem não sabia o que fazer. Eu o conhecia bem. Sempre nos demos bem, sempre fomos amigáveis. Era difícil acreditar que ele me impediria de entrar.

— Larissa, não posso deixar você passar — disse ele com voz baixa, quase arrependido.

Olhei para ele com raiva, minha paciência se esgotando.

— Thiago, eu preciso falar com o Alessandro! — respondi, tentando manter a calma, mas a irritação estava transbordando. — Você pode pelo menos avisá-lo que estou aqui?

Ele balançou a cabeça, visivelmente desconfortável.

— Desculpe, Larissa. O senhor Alessandro me proibiu de deixar você entrar.

Eu senti a raiva crescer ainda mais. Como ele podia fazer isso? Eu já tinha perdido tudo, o casamento, a confiança, e agora até o direito de falar com ele? Eu olhei para dentro da empresa, vendo os funcionários passando, e eu só queria que ele me visse, me ouvisse.

— Larissa — disse Thiago, mais firme. — Se afasta.

Eu estava prestes a perder o controle, mas então ouvi uma voz que fez meu corpo congelar.

— O que você está fazendo aqui?

Era Alessandro. Eu me virei para encará-lo, e o que vi me fez engolir a raiva. Ele estava diferente.

Não era apenas o olhar frio e distante que sempre teve. Não, agora havia algo ainda mais profundo em sua expressão. A raiva nele parecia ser pura.

— Eu preciso falar com você — disse, forçando a voz a não tremer. Eu não ia dar esse prazer a ele.

Ele olhou para mim com desprezo, respondendo secamente.

— Não temos nada para conversar.

Ele tentou passar por mim, mas eu me coloquei na frente dele, impedindo sua passagem. Minha raiva explodiu.

— Você está atacando a empresa do meu pai! O que você tem que resolver é comigo, não com ele. Você sabe que ele está doente!

Alessandro me encarou com fúria, os olhos fixos nos meus.

— Você quem procurou isso.

Empurrei Alessandro com força, e ele se desequilibrou por um segundo pego de surpresa.

— Eu não te traí! — gritei, sentindo a frustração se acumular. — Não fiz nada de errado!

Ele me segurou pelo braço com força, e sua voz soou ameaçadora.

— Vai embora, Larissa. Não quero mais nenhuma confusão aqui.

Eu senti o calor do ódio subindo pelo meu corpo. Ele estava tentando me intimidar? Eu não ia deixar ele fazer isso.

— Você é um desgraçado! — gritei de volta, sentindo as palavras saírem com raiva. — O problema é seu comigo, mas o meu pai não tem nada a ver com isso! Você não pode destruir a empresa assim!

Alessandro me ignorou completamente, dando as costas para mim e entrando na empresa. Eu gritei ainda mais alto.

— Seu filho da mãe! Você vai destruir tudo por causa da sua maldita vingança!

Thiago e o outro segurança se aproximaram de mim, tentando me segurar.

— Se acontecer alguma coisa com meu pai, eu nunca vou te perdoar! — gritei, forçando ainda mais para me libertar deles.

Alessandro se virou com raiva, seus olhos eram fogo.

— Eu pouco me importo com o seu perdão, Larissa. — Ele gritou, já sem controle. — Thiago, tira ela daqui!

Eu olhei para ele, meu coração batendo forte. Mas antes de me afastar, parei e olhei nos olhos dele, com toda a dor que eu sentia. Sabia que o pessoal da empresa estava observando tudo.

— Eu já assinei a porra do divórcio, Alessandro. Agora você pode assumir a amantezinha à vontade, mas eu só quero uma coisa de você: deixa eu e meu pai em paz!

Eu vi o rosto dele se contorcer com raiva. Ele se aproximou de mim, e eu não recuei. Olhei para ele, desafiadora. Estávamos perto o suficiente para que eu sentisse sua presença como uma força.

— Ela nunca foi a amante — disse ele, com uma voz mais baixa, mas cortante. — Sempre foi você, Larissa.

Eu ri amargamente, sentindo que o chão estava desmoronando sob meus pés. Ele realmente acreditava nisso. Ele realmente pensava que eu fui a culpada o tempo todo.

— Você sempre acreditou nisso, não é? — perguntei, minha voz carregada de amargura. — Você se deitava comigo enquanto pensava nessa. Você se casou comigo enquanto amava outra mulher. Eu que o traí? Você tem certeza disso? Você nunca se deu o trabalho de acreditar em mim. E quando Chiara apareceu, você me deixou sozinha. Você a beijou na minha frente, e eu ainda fui a "amante".

Ele me olhou com uma raiva que transbordava, e me segurei para não gritar de novo. Ele foi embora, me ignorando.

Eu gritei mais uma vez, sabendo que as palavras estavam indo embora com o vento:

— Espero do fundo do meu coração que você se arrependa de tudo isso! Que você venha atrás de mim, para que eu possa pisar no seu orgulho, do jeito que você está me humilhando!

Ele não se virou e apenas entrou na empresa.

Eu me soltei de Thiago e do outro segurança, e senti a raiva corroer minha alma. Caminhei com passos pesados, meu peito apertado, meu coração martelando forte. Não queria mais nada com ele. Eu estava sozinha, e agora a empresa do meu pai estava destruída de vez.

Dois dias depois, veio a notícia que eu mais temia: o meu pai teve que vender a empresa antes que ela afundasse por completo. Eu me sentia responsável, culpada de ter deixado Alessandro atacar o negócio dele enquanto estava fragilizado. A cabeça latejava de tanto rodar cenários na minha mente.

Estava na antiga sala de reuniões da mansão — agora praticamente vazia — ajustando os últimos detalhes com o corretor, quando ouvi um carro estacionado lá fora. Diogo entrou devagar, os olhos atentos ao desespero estampado no meu rosto.

— Lari, como você está?

Respirei fundo, tentando não chorar.

— Mal… eu não sei como vai ser daqui pra frente.

Ele se aproximou e me agarrou num abraço firme. Por um segundo, tudo o que eu quis foi me deixar escorar nele.

— Conversei com o Rafael.

— O Diogo me ligou, pedindo para encontrar uma casa aqui onde Alessandro não pudesse encontrá-la, uma casa afastada da cidade… Tentei entender, Lari, juro que tentei, mas porque Alessandro está atrás de você dessa forma?

Eu respirei fundo, sentindo aquele alívio misturado a uma pontada de culpa. Então ele me olhou, curioso.

— O que aconteceu, Lari?

O peito doeu ao lembrar de cada palavra cruel dele, e eu respirei fundo, preparando-me para abrir meu coração.

— Eu… — comecei, e enxuguei uma lágrima —, Me casei com Alessandro a quase cinco anos. Foi um acordo entre família, para ajudar a empresa do meu pai. Ninguém mais sabia além de nós. Então a Chiara voltou aquele dia e como você disse, Alessandro sempre a amou. Tudo mudou entre nós dois e bem… acabei engravidando.

Rafael desviou o olhar da estrada e me encarou com puro choque.

— Grávida?

Assenti, respirando fundo.

— Eu não tinha contado a ele ainda, tudo estava a maior confusão mas… ele acabou descobrindo sobre a gravidez. Alguém armou e eu acredito que foi Chiara que colocou na cabeça dele que a criança não era seu filho e sim de um ex-namorado meu, que se tornou enfermeiro do meu pai. — falei rápido, quase atropelando as palavras.

Rafael ficou em silêncio, o rosto tenso. Meu pai pigarreou atrás de nós.

—Isso é culpa minha. Larissa se casou com ele, vivendo em um relacionamento sem amor para ajudar a empresa da família.

— Não é sua culpa, pai.

Rafael assentiu, mas olhava para mim como se quisesse gravar cada detalhe.

— Acabamos discutindo, ele me colocou para fora da mansão, deu um jeito de destruir a empresa do meu pai e agora, estamos aqui…

Ele respirou fundo, passou a mão no meu ombro.

— Lari… eu sinto muito — disse, com voz firme, mas macia. — Queria que as coisas acontecessem de outra forma.. Mas sei o quanto Alessand pode ser cabeça dura.

O carro freiou num sinal, e ele me olhou nos olhos.

— O que você vai fazer agora?

Sorri meio sem jeito, mas com o coração leve.

— Agora… eu vou ter uma vida normal. Vou trabalhar, cuidar do meu pai e criar o meu filho com todo o amor que tenho.

Rafael sorriu, desta vez me tocando de leve na mão.

— Você não está sozinha. Eu estarei com você, em cada passo dessa nova jornada.

Aquela promessa simples me encheu de esperança. Sorri de verdade, com os olhos marejados, e beijei o dorso da mão dele.

— Obrigada, Rafa. Obrigada por ser meu porto seguro.

Naquele momento, eu soube que, apesar de todo o caos que deixei para trás, eu finalmente podia recomeçar. E com quem realmente importava ao meu lado.

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