Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra romance Capítulo 53

Entrei no meu antigo quarto com passos pesados, o ambiente parecia frio, vazio… mas não consigo afastar a sensação de que ele ainda faz parte de mim.

Fechei a porta atrás de mim e fui até o banheiro, tirando devagar a roupa, sentindo as marcas do peso emocional em cada parte do meu corpo. Meu braço ainda doía, onde tinha as marcas dos dedos dele. Diogo não as viu e nem mais ninguém além de Catherine.

A água quente do chuveiro aliviou um pouco a tensão, mas não há como apagar tudo o que aconteceu. Enquanto me ensaboava, me perguntava se Alessandro realmente acreditava que eu o trai.

Se ele acreditava que eu tinha me envolvido com Guilherme, ou se aquilo tudo era só uma desculpa para justificar sua própria traição. E a Chiara… meu coração apertava só de pensar nela. Como ela descobriu? Ela colocou alguém para me seguir?

Termino o banho, me enrolando na toalha e tentando afastar as imagens da minha mente. Coloco uma roupinha simples, algo confortável, e quando estou saindo do banheiro, alguém b**e na porta.

— Dona Larissa? — Era a voz de Sônia, a governanta. — Tem um oficial de justiça aqui para falar com a senhora. Ele está na sala.

Eu parei, sentindo minha respiração prender na minha garganta. Um oficial de justiça? O que mais poderia acontecer agora? Respirei fundo e agradeci a Sonia, indo até o quarto apenas para pegar o celular.

Antes que eu pudesse pensar em mais alguma coisa, desci as escadas e entrei na sala, onde o homem me aguardava.

Ele me olha e, sem rodeios, começa a falar.

— A senhora está sendo convocada para comparecer ao fórum amanhã, às 9 horas, para assinar os papéis do divórcio.

Eu só conseguia encarar a mesa, processando aquelas palavras. Divórcio. Como se já não tivesse sido difícil o suficiente.

Só assenti, murmurando um "obrigada", e ele se levantou, saindo logo em seguida, deixando uma sensação pesada na sala.

Fiquei ali, na porta, olhando para o vazio, tentando organizar os pensamentos. Um turbilhão se formava na minha mente.

"Será que Alessandro dormiu com Chiara? Será que ele estava se vingando de todo o tempo em que não a tocou? Será que ele encontrou alguma forma de me punir por tudo o que aconteceu?" Essas perguntas martelavam na minha cabeça enquanto a dor apertava o meu peito.

Respirei fundo, tentando afastar aqueles pensamentos, e voltei para o quarto. Meu corpo parecia pesar mais a cada passo, mas eu precisava me deitar, precisava descansar, mesmo que minha mente não parasse de correr.

Mais tarde, Sonia entrou com uma sopa quente, e o aroma me fez sentir um pouco de conforto, mas eu ainda estava distante.

— Aqui está, Dona Larissa. Espero que fique melhor.

Eu a agradeci com um sorriso tímido e dei o primeiro gole na sopa, sentindo o calor descer pela garganta. Não queria parecer fraca, mas o cansaço me consumia. De repente, a porta se abriu novamente, e meu pai entrou, olhando para mim com um ar preocupado.

— Como você está, filha? — ele perguntou, com a voz carregada de uma preocupação que parecia impossível de esconder.

Eu forcei um sorriso, tentando manter a compostura.

— Estou bem, pai. Só… cansada.

Ele suspirou, e se aproximou, sentando-se na beira da cama.

— As coisas tomaram um rumo difícil, não é? — ele murmurou, com a voz embargada.

Eu olhei para ele, sentindo uma dor profunda.

— Me desculpe, pai — murmurei. — Sinto muito por tudo.

Ele balançou a cabeça, interrompendo-me antes que eu pudesse continuar.

— Você não tem culpa de nada, minha filha. Não deve se sentir assim. Isso não é sobre você.

Eu só consegui assentir, mas não consegui esconder a dor que sentia. Olhei para a sopa que estava na minha frente, e uma lágrima traiçoeira escorreu pela minha bochecha.

— Eu… tenho medo, pai. — Minha voz falhou por um momento. — Se Alessandro atacar a empresa, não sei o que fazer. Ele está fora de controle.

Meu pai respirou fundo, olhando para a sopa e, depois, para mim.

— Se ele tentar fazer isso, nós vamos dar um jeito. Mas, Larissa, você não pode se estressar mais por causa do bebê. Você precisa se cuidar.

Eu apenas assenti, tentando segurar a emoção. Queria gritar, queria que tudo fosse diferente, mas eu me sentia impotente.

Ele pareceu pensar por um momento, antes de falar novamente.

— Talvez seja melhor você ir para outro lugar por um tempo. Viajar, relaxar, esperar o bebê nascer... Isso pode te ajudar a se recuperar.

Eu balancei a cabeça imediatamente, recusando.

— Não, pai. Eu não vou deixar você sozinho.

Ele suspirou, parecendo exausto, e seu olhar se suavizou.

— Não é hora de ser teimosa, Larissa. Você precisa descansar e pensar em você e no bebê.

Eu encolhi os ombros, tentando disfarçar a tensão.

— Eu não vou, pai. Não vou deixar você agora.

— Agora é com ele — ele confirmou.

Me levantei para sair, mas antes peguei uma carta que trouxe comigo e a entreguei a Daniel.

— Se ele tentar alguma besteira com a empresa do meu pai, pode entregar isso para ele.

Ele examinou o envelope com um sorriso de compreensão.

— Pode deixar comigo.

Os dias estavam pesados, mais do que eu gostaria de admitir. Meu pai estava cada vez mais nervoso e, para piorar, estava saindo mais, mesmo sabendo que sua saúde não permitia.

Eu o vi recebendo visitas frequentes de pessoas que eu não reconhecia, e seu comportamento parecia mais inquieto a cada dia. Algo não estava certo, e eu não era mais capaz de ignorar isso.

Hoje, enquanto ele conversava com três homens no escritório, uma sensação estranha se apoderou de mim. Aqueles homens eram da empresa de meu pai. Eu os conhecia, mas o que estavam fazendo ali? Não era hora de nenhuma reunião importante.

Decidi me aproximar discretamente. A porta estava entreaberta, e eu me posicionei em frente a ela, tentando não fazer barulho, enquanto me concentrava no que estava sendo dito.

— Não podemos mais esperar, Álvaro — disse um dos homens, visivelmente nervoso. — Alessandro está atacando com tudo. Mais de 80% dos acionistas estão se retirando da empresa. Se não fizermos algo, você vai perder a empresa em menos de um mês.

Meu coração começou a bater mais rápido. Não era possível que ele estivesse realmente fazendo isso... Eu não queria acreditar, mas tudo apontava para isso.

— E quanto aos fundos de imprevisto? — meu pai perguntou, a voz tensa.

Outro homem respondeu, com a expressão grave.

— Já foi usado. A equipe de Alessandro espalhou calúnias e, agora, estão cobrando uma multa com juros pela ajuda que ele deu à empresa no passado. A situação está ficando insustentável.

As palavras dele foram como um golpe no meu estômago. Eu mal conseguia processar o que ouvia. Meu pai estava perdendo a empresa para Alessandro.

Estava acontecendo diante dos meus olhos. Eu sabia que Alessandro era implacável, mas nunca imaginei que ele fosse tão longe. Ele não apenas queria me destruir, ele estava tentando destruir meu pai também.

Me afastei rapidamente da porta, respirando fundo, tentando manter a calma. A raiva crescia dentro de mim, uma raiva que queimava mais forte a cada segundo.

Como ele ousava fazer isso? Como ele podia destruir tudo o que minha família construiu, só porque eu estava tentando me livrar dele?

Não pensei duas vezes. Eu sabia o que tinha que fazer. Eu tinha que ir atrás dele. Minha raiva era maior que qualquer outra coisa que eu sentia agora. Eu não ia deixar ele destruir a vida do meu pai.

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