Arregalei os olhos e encarei Diogo, observando a sua reação.
— Eu ouvi. — Ele disse baixo, cruzando os braços, com o semblante sério.
Suspirei, passei a mão no rosto e o encarei com sinceridade.
— Por favor, não conte ao Alessandro.
Diogo pareceu curioso, como se lutasse entre me proteger ou proteger o irmão.
— Não vou me meter na sua vida. Mas… acho que ele deveria saber.
— Eu sei... eu sei. — abaixei o olhar, mordendo o lábio. — Mas eu tenho medo.
— Medo de quê?
Hesitei, minha garganta apertando.
— De ele tirar meu bebê de mim e criar com a Chiara. — Fiz uma careta só de mencionar o nome dela, o gosto amargo da humilhação ainda preso na minha boca.
Diogo franziu a testa, inconformado.
— Ele não faria isso, Larissa. Alessandro pode ser um idiota, mas não é um monstro.
— Como eu posso ter certeza? — minha voz falhou. — Ele é bilionário, tem influência, pode manipular tudo. Você sabe disso. Eu sou só... eu.
— Um juiz não vai tirar um filho da mãe, ainda mais quando o pai pode pagar uma pensão gorda. — disse ele, tentando me tranquilizar. — Mas, tudo bem. Vai pensando. Só não demore muito.
Assenti, um pouco mais calma. Diogo olhou para a minha barriga e um sorriso leve apareceu nos seus lábios.
— Quer dizer que eu vou ter um sobrinho?
Aquele gesto simples, aquela aceitação, aqueceu o meu coração de um jeito que eu não esperava. Sorri também.
— Sim... e eu só espero que meu filho receba muito amor.
— Com certeza vai. — ele disse com convicção.
No dia seguinte, tive alta. Catherine foi pegar o carro no estacionamento e eu fiquei esperando do lado de fora e foi então que o avistei.
A figura gigante de Alessandro surgiu como uma sombra à minha frente, bloqueando o sol, a liberdade... tudo.
Tentei desviar, mas ele segurou meu braço com força, me mantendo no lugar.
— Você vai comigo pra casa. — disse, firme, como se desse ordens a um cachorro.
— Eu não vou! — tentei puxar o braço, mas ele apertou mais.
Seu olhar ficou mais sombrio, os olhos cravados nos meus, e antes que eu pudesse reagir, ele começou a me arrastar.
— Me solta! Você tá me machucando!
— Para de fazer escândalo, Larissa. Entra no carro! — ele abriu a porta do passageiro com brutalidade.
— Vai se ferrar, Alessandro! Eu não sou sua propriedade! — cruzei os braços, recusando.
— Não testa a minha paciência! — ele rosnou.
— QUE SE FODA A SUA PACIÊNCIA! — gritei, o peito arfando. — EU NÃO VOU!
No segundo seguinte, meu corpo saiu do chão. Alessandro me ergueu como se eu não pesasse nada e me jogou dentro do carro. Bateu a porta e travou as portas antes que eu pudesse abrir.
— O que você tá fazendo? — ele perguntou, confuso.
— Separando a minha vida da sua. — cuspi as palavras. — E vou te dizer só uma vez. Se eu souber que, enquanto estiver me mantendo aqui como prisioneira, você encostou um dedo na Chiara... eu juro pelo meu pai, Alessandro, que ACABO com a sua vida.
Um sorrisinho debochado surgiu nos lábios dele.
— Vai me matar, é isso?
— Se for preciso. — respondi firme, e ele finalmente percebeu que eu não estava blefando. O sorriso dele foi sumindo devagar, até sobrar só silêncio entre nós.
Saí do quarto com o lençol arrastando atrás de mim, fui até o quarto do final do corredor e larguei tudo no canto. Me joguei na cama e deixei as lágrimas caírem. Eu estava esgotada. Por dentro e por fora.
Horas depois, ouvi batidas leves na porta.
— Senhora Larissa, o jantar está pronto. — disse Margarida, com doçura.
— Já estou descendo.
Tomei banho rápido, vesti uma roupa confortável e fui até a sala de jantar. Comi em silêncio, tentando manter a calma.
Mas o barulho do carro dele na garagem me fez engolir seco.
Me apressei em terminar e levantei da mesa. Quando ele entrou na sala, nossos olhares se cruzaram por um segundo. Um segundo de guerra.
Sem dizer uma palavra, subi para o quarto e tranquei a porta.
A partir de agora, ele não existia pra mim. Só meu filho importava.
E por ele... eu enfrentaria qualquer coisa.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra
Esse tbm. Será que nunca vou ler grátis...