Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra romance Capítulo 31

Ele correu até Chiara, ajoelhando ao lado dela, cheio de preocupação. Senti as lágrimas se acumularem nos meus olhos, mas segurei com força.

— O que VOCÊS fizeram com ela?! — ele berrou pra mim e Diogo.

— Ela veio até mim e jogou vinho na minha cabeça! — gritei, com a voz embargada. — O Diogo tentou impedir, e agora ela tá aí… fingindo essa palhaçada!

— Eu… eu só esbarrei nela sem querer... ela me xingou, me ameaçou! — choramingou Chiara, agarrando o braço de Alessandro como uma atriz de novela.

Ele se levantou com os olhos em chamas, vindo direto na minha direção. Por um momento, juro que pensei que ele fosse me agredir.

Mas Diogo se colocou na frente.

— Não. Você não vai encostar nela. — disse firme, os olhos duros.

— Sai da frente, Diogo. — Alessandro cuspiu as palavras, o rosto contorcido de raiva.

— Não, Alessandro. Você tá cego. Sabe muito bem que a Chiara é manipuladora. E olha só o que ela tá fazendo agora!

— Ah, vai se fazer de bonzinho? — Alessandro riu com escárnio. — Eu sei o que tá rolando. Você sempre quis ela! Desde o dia em que a conheceu. Não vem bancar o leal agora!

Diogo ficou em silêncio por um instante. Então ele olhou nos olhos de Alessandro, sem fugir da acusação.

— Tá bom. É verdade. Eu me interessei pela Larissa sim. Quem não se interessaria? Ela é linda, inteligente, gentil. A mulher que qualquer um admiraria. — Ele olhou pra mim e depois voltou a encarar Alessandro. — Mas isso passou. E mesmo assim... mesmo que ainda sentisse algo, eu nunca, NUNCA tocaria na mulher do meu melhor amigo. E é isso que mais me machuca agora. Que você ache que sou esse tipo de homem.

— Ah, vai se fazer de santo agora?! — Alessandro gritou, passando as mãos nos cabelos. — Fica bancando o bom moço, mas tava aqui todo íntimo com ela!

— A gente só tava conversando, cara! Ela tá mal, tá machucada, e eu sou uma das poucas pessoas que ainda se importa!

— Isso é culpa sua! — ele berrou, apontando pra mim. — Desde que você apareceu minha vida virou um inferno!

— Eu... eu só queria... — sussurrei, a voz sumindo.

— Cala a boca! — ele rugiu, avançando. Diogo colocou a mão firme em seu peito e o empurrou, afastando-o.

E então, num estalo, Alessandro acertou um soco no rosto de Diogo, tão rápido que eu só vi quando o sangue escorreu do nariz dele.

— Você sempre quis ela na sua cama! — cuspiu Alessandro, transtornado.

— SEU DESGRAÇADO! — gritei, indo até Diogo, que cambaleou para trás, mas se ergueu.

Num instante, Diogo revidou. O soco acertou Alessandro no maxilar, e os dois caíram um em cima do outro, iniciando uma briga feia, descontrolada. Punhos, cotovelos, gritos. Um caos de dor e raiva.

— Parem! PELO AMOR DE DEUS! — eu gritava, tentando separá-los, em vão.

Pessoas começaram a circular, alguns filmando com os celulares. Ninguém fazia nada. Ninguém ajudava.

Senti uma pontada forte no baixo ventre. Uma cólica absurda. Levei as mãos à barriga, o suor frio escorrendo pela testa.

— Não... não agora… — murmurei, tremendo. Tentei dar mais um passo, mas a tontura veio como uma onda.

A briga continuava. Gritos, mais socos. Meu coração martelava no peito. Tentei chamá-los mais uma vez, a voz fraca...

E então, tudo escureceu.

Acordei sentindo aquele cheiro que sempre odiei: o de hospital. Abri os olhos devagar, ainda meio tonta, tentando entender onde eu estava. As paredes brancas, o bip constante e o acesso venoso na minha mão não deixavam dúvidas — era um quarto de hospital.

— Graças a Deus você acordou! — Catherine apareceu no meu campo de visão, visivelmente aliviada.

Tentei me levantar, mas ela me empurrou com cuidado de volta ao colchão.

— Ei, fica quieta. O médico disse que você não pode se esforçar.

Suspirei, me permitindo deitar de novo, mas, de repente, tudo voltou à minha mente como um vendaval. Meu coração disparou.

— Meu filho… — murmurei, assustada.

— Calma, ele tá bem. — Catherine pegou minha mão. — Você teve um leve rompimento de placenta, mas o doutor disse que está tudo certo. Você e o bebê estão fora de perigo.

Assenti, tentando processar aquilo e me acalmar. Olhei pra minha barriga e senti um alívio apertar meu peito. Então lembrei deles.

— E o Diogo… e o Alessandro?

Ela suspirou, sentando na cadeira ao lado.

— Os dois pararam de brigar assim que você desmaiou. Mas foi o Diogo que te trouxe correndo. O Alessandro… ele foi levar a Chiara ao médico. Ela disse que machucou o pé quando “caiu”. — Catherine fez aspas com as mãos, revirando os olhos.

Meu peito apertou, mas tentei não deixar que me afetasse mais. Senti as mãos dela envolverem as minhas, num gesto tão reconfortante que quase chorei ali mesmo.

— Ei, não fica assim. Você tem a mim… e agora eu sei que tem o Diogo também. Pelo o que ouvi, ele fez aquilo pra te proteger.

As palavras do Alessandro ecoaram na minha mente, me causando um misto de raiva e confusão.

— Não chora… por favor, Larissa. Eu devia ter esperado pra conversar…

Mas eu não conseguia parar. Me agarrei nele como se precisasse de um apoio pra não desmoronar de vez. Aquele abraço… era quente, sincero, sem segundas intenções. Só cuidado.

— Larissa, se acalma, vai ficar tudo bem, tá?

Demorou alguns minutos, mas eu consegui respirar com mais calma. Ele limpou meu rosto com a mão, tão gentilmente que meu coração doeu.

— Desculpa… não sei o que deu em mim.

— Eu sei. — Catherine entrou, me entregando um copo d’água e sorrindo. — Você não tá acostumada com alguém cuidando de você. Sempre foi você quem cuidou. Do seu pai, mesmo com os problemas com a esposa dele. Depois você foi para Alessandro e ficou sozinha.

As lágrimas voltaram a brotar. Diogo apertou minha mão, emocionado.

— Eu não sabia que você passou por tudo isso.

Desviei o olhar, sem saber o que dizer.

— Diogo cuidou de você. — Catherine disse, sorrindo com os olhos marejados. — Por isso você chorou. Porque pela primeira vez, alguém te abraçou só porque queria te proteger. Sem pedir nada em troca.

Eu olhei pra ela, depois pra ele… e sorri, mesmo com as lágrimas ainda escorrendo.

— Você também é minha família, Cathe. E… obrigada, Diogo. De verdade.

Ele ficou em silêncio por um instante, depois pareceu se lembrar de algo e sorriu.

— Ah, e… parabéns, né? — apontou pra minha barriga. — Eu tô muito feliz por você. Você vai ser uma mãe incrível.

Meu coração aqueceu.

— Obrigada.

— Mas… — ele ficou sério. — Por mais que o Alessandro não mereça, ele precisa saber que vai ser pai. Você precisa contar.

Assenti lentamente.

— Eu sei… vou pensar em como fazer isso.

— Seja como for, eu tô aqui, tá? Por você. Por vocês dois.

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