Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra romance Capítulo 149

— Eu sei. — ele assentiu, com a voz firme — Fui um idiota, um covarde. Mas eu estava tentando entender o que estava errado comigo. Eu não sabia mais quem eu era.

— E comigo? — perguntei, engolindo em seco — Quando você saía em sites de fofoca, com outras mulheres. Você me traiu?

— Nunca. — ele respondeu de imediato — Eu nunca me envolvi com nenhuma daquelas mulheres. Era marketing e… uma forma imatura de me vingar. Eu sabia que aquilo te machucava e eu queria que você se sentisse como eu estava me sentindo.

Desviei o olhar, engolindo a raiva que subia. Me sentia tão machucada e frágil. Mas então… ele se levantou e se aproximou de mim, devagar.

— O que você tá fazendo? — perguntei, surpresa, quando ele se ajoelhou ao meu lado.

— Te pedindo perdão. — ele disse, segurando minhas mãos entre as dele — Por tudo. Por cada vez que eu te fiz chorar. Por cada vez que eu te diminui, te machuquei, te empurrei pra longe. Eu sei que você não vai esquecer. Eu sei que confiar em mim de novo não vai ser fácil. Mas Larissa… me dá uma chance.

Ele respirou fundo.

— Uma chance pra eu mostrar que te amei… mesmo quando não entendi isso. Que eu te amo, ainda hoje. Que eu quero a minha família de volta. Quero dormir ao seu lado, te ver acordar, ouvir o Gabriel correndo pela casa, te ver rindo com ele na cozinha… eu quero o “nós”. Quero amar você e quero que você se permita me amar de novo.

As lágrimas já escorriam pelo meu rosto. Eu não conseguia conter. Aquele homem ajoelhado diante de mim… não era o mesmo Alessandro do passado.

Assenti devagar, como se meu corpo tomasse a decisão antes da minha mente. Alessandro ergueu a mão e limpou minhas lágrimas com os dedos, tão delicado que aquilo doeu de um jeito diferente. Um carinho que eu sempre esperei dele... e agora finalmente sentia.

Ele se levantou, me puxando com ele, e me envolveu com o braço pela cintura. Meu coração disparava, batendo forte demais no peito. Os olhos azuis dele estavam presos aos meus. Intensos e vivos.

A mão dele tocou a lateral do meu rosto com tanta leveza que me tirou o ar. Ele se aproximou, lentamente, como se temesse me quebrar.

— Eu posso te beijar? — ele sussurrou.

Respirei fundo e olhei nos olhos dele. Não precisei dizer nada, apenas assenti.

E quando nossos lábios se tocaram… foi como voltar pra casa depois de uma longa guerra.

O beijo começou devagar, terno, e logo se tornou mais profundo. A mão dele deslizou até a minha nuca, me puxando ainda mais pra ele. O jeito que ele me beijava… como se ele soubesse exatamente como fazer, como tocar. Nossos ritmos se encontraram com uma naturalidade assustadora. Tudo se encaixava.

A forma como as línguas se buscavam, os toques leves que ele deixava pelo meu braço, pelo meu ombro, minha cintura… Era como se meu corpo reconhecesse o dele. E talvez nunca tenha esquecido.

Senti algo quente escorrer pela minha bochecha e levei um segundo pra perceber que eram lágrimas. Eu estava chorando.

Alessandro parou o beijo no mesmo instante, afastando-se apenas o suficiente para me olhar. Havia preocupação no olhar dele.

— Larissa...? — ele sussurrou, confuso.

Não respondi com palavras. Simplesmente o abracei forte. Como se quisesse colar todos os pedaços do meu coração. Enterrei o rosto no peito dele e deixei o choro vir baixinho.

Ele me abraçou de volta, apertado, como se me protegesse do mundo inteiro. Seus braços me envolveram de uma forma que me fez perder o chão e foi ali, naquele abraço... que eu soube.

Eu ainda amava ele. Com todas as minhas feridas, toda a minha mágoa. Eu ainda o amava.

— Por que você fez isso comigo...? — murmurei, a voz embargada contra o peito dele — Por que você me machucou tanto? Eu te amava, Alessandro... eu te amava tanto. E você... você destruiu tudo. Você destruiu a minha família. Me destruiu.

Ele se afastou só o suficiente para erguer meu rosto entre as mãos, seus polegares limpando as lágrimas que não paravam de cair.

— Porque eu fui um idiota, Larissa. Um idiota cego, mimado, orgulhoso. Eu me odeio por tudo o que te fiz passar e você tem razão. Eu não mereço o seu perdão, não mereço você. Mas... mesmo assim, eu quero lutar. Porque eu te amo. Eu amo você, amo o nosso filho e não consigo imaginar minha vida sem vocês dois.

Ele me puxou de novo pro peito dele e eu fechei os olhos, tentando acalmar a respiração. O coração ainda pulsando alto.

A gente nunca tinha se abraçado daquele jeito. Tão... verdadeiro e inteiro.

Talvez... fosse hora de deixar ele tentar reconstruir o que quebrou, de dar uma chance à nossa história.

Um leve toque na divisória fez com que a gente se afastasse, meio sem jeito, como dois adolescentes pegos no flagra. Era o garçom, com nosso jantar.

Alessandro me puxou com delicadeza para o lado, passando o braço em volta da minha cintura como se fosse a coisa mais natural do mundo. Eu sentia o calor da mão dele repousando ali, firme. E por mais que quisesse me manter racional… meu corpo parecia ter vida própria perto dele.

O garçom arrumou os pratos com cuidado, nos desejou uma boa refeição e se retirou. Assim que a porta se fechou, Alessandro se virou de frente pra mim, os olhos brilhando daquele jeito que sempre me desmontava. Antes que eu dissesse qualquer coisa, ele me beijou de novo.

Um beijo cheio de desejo e saudade.

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