Chegamos à arena com as luzes explodindo por todos os lados. O som das conversas, risadas e gritos já me deixou com aquela adrenalina boa no corpo. Era gente por todo canto, o clima vibrante, leve… e eu ali, me permitindo estar fora da bolha por uma noite.
Cathe puxou meu braço.
— Vamos pegar uma bebida, né? Quero você solta hoje!
Rimos e caminhamos até um dos balcões. Pegamos dois copos de gin tônica e seguimos procurando por um lugar. Encontramos um ponto ótimo, meio lateral, mas com uma vista privilegiada do palco.
— Tá perfeita aqui! — ela disse empolgada. — Olha isso, Larissa… que vibe!
Assenti com a cabeça. Ela tava certa. Eu não fazia isso há… nossa, nem sabia dizer quanto tempo. A última vez que saí assim, só por mim, sem pensar em Gabriel, trabalho ou passado, talvez tenha sido… nunca? Não do jeito que eu estava me sentindo agora. Solta e viva.
As luzes começaram a piscar mais forte e os gritos aumentaram. O locutor anunciou:
— Com vocês… Breno & Maurício!
A galera explodiu. Cathe me puxou pelos ombros, gritando junto, toda emocionada.
Os dois entraram no palco com aquele jeitão carismático. Breno, o mais sério e sensual; Maurício, sempre sorridente e cheio de energia. A batida começou, eles mandando aqueles sucessos românticos que a gente canta com vontade de chorar e rir ao mesmo tempo.
Eu estava me sentindo bem. E então, como acontece em todos os shows…
— Agora, nós queremos duas corajosas aqui com a gente! — disse Maurício, animado, olhando pra plateia.
Pensei que ele ia escolher qualquer uma no meio daquela multidão, mas aí o bendito apontou… pra mim.
— Você, de vestido vinho aí! Vem cá!
Eu abri os olhos como se ele tivesse falado que eu ia pra lua.
— Eu?! Tá louco! — falei, recuando, mas Cathe já tava me empurrando pelas costas.
— Vai, Larissa! Vai, vai, vai! Aproveita isso, mulher!
Antes que eu percebesse, um segurança apareceu ao meu lado e estendeu a mão, sorrindo.
— Vem comigo, moça.
— Meu Deus… — sussurrei, mas fui.
Subi no palco com o coração disparado. Do outro lado, uma menina loira, nervosíssima, subia também.
A banda começou a tocar uma música lenta, apaixonada, chamada “Te Esperei em Silêncio” — uma das mais bonitas deles. O público cantava junto, celular em punho, e eu me senti… surreal. Parecia uma cena de filme.
Breno se aproximou de mim com um buquê de flores e um sorriso que dava calor.
— Isso aqui é pra você, gata. Agora me dá a honra de uma dança?
Sorri, tímida, e assenti. Ele me puxou devagar, com a mão na minha cintura enquanto a música tocava, e a gente dançava ali, cercados de gritos, luzes e aplausos.
— Você é linda — ele disse, olhando nos meus olhos. — Vai ficar aqui depois pra tirar uma foto comigo no camarim?
Eu engasguei na resposta. Olhei pra Cathe lá embaixo e ela fazia um sinal de “vai logo” e ria como uma doida.
— Posso levar minha amiga? — perguntei, meio nervosa.
— Claro. Eu quero fotos com as duas.
Assenti, ainda sorrindo. O coração batia diferente… de um jeito bom.
A música terminou e Breno segurou minha mão, levando aos lábios e a beijou, todo galante.
— Obrigado por essa dança.
Desci do palco meio flutuando. Quando pisei no chão, Cathe já me agarrou pelos ombros.
— CARALHOOO! Isso foi um CLIMA, Larissa! Você viu? Você VIU?!
Eu ri, meio sem saber como reagir.
— Ele me chamou pro camarim depois…
— AAAAH! — ela gritou. — A gente VAI. Tô falando sério. A gente vai tirar essas fotos, gravar tudo e você vai viver esse momento como se não tivesse amanhã!
— Ai, Cathe… tá bom, tá bom… a gente vai.
Pela primeira vez em muito tempo, eu só queria aproveitar. Sem pensar demais.
A gente mal tinha saído do meio da multidão e já fomos direto pra fila do camarim. Ainda estava com os olhos brilhando da dança no palco, e Cathe parecia uma criança no parque.
— Amiga, você tem noção do que tá acontecendo?! — ela falava enquanto segurava no meu braço, quase me balançando. — Você DANÇOU com o Breno, mulher! Ele te deu flores! Ele te chamou pro camarim!
— Tá, calma… respira. Foi só uma dança, Cathe.
— Só uma dança? Ele praticamente te pediu em casamento com os olhos! — ela respondeu rindo alto.
Antes que eu pudesse retrucar, os dois, Breno e Maurício, passaram pela gente, cercados de seguranças. Breno me olhou de novo, com aquele sorrisinho sacana, e piscou.
Cathe me cutucou com o cotovelo.
— Aii, olha isso! Ele piscou! Eu tô falando! Rolou alguma coisa aí!
Revirei os olhos, tentando não rir.
Não demorou muito, um rapaz com crachá da equipe apareceu.
— Vocês duas podem me acompanhar, por favor.
Na hora, o friozinho na barriga veio com tudo. Olhei pra Cathe e a gente se entreolhou como duas adolescentes indo encontrar a banda do coração.
Entramos no camarim e ali estava ele. Breno, já trocado de roupa com uma calça jeans escura e camiseta preta justa. O cabelo bagunçado no ponto certo e o sorriso... aquele sorriso.
— Oi, meninas — ele disse se aproximando.
Cumprimentou Cathe com um beijo na bochecha e depois veio até mim. O beijo foi o mesmo, mas o olhar… bem mais demorado.
Cathe, surtada como sempre, foi direto até Maurício e o abraçou como se fossem amigos de infância.
— Você não tá entendendo, eu sou fã de vocês desde a primeira música! — ela disse toda animada. — A Larissa é mais contida, mas ela AMA também, tá? — apontou pra mim e eu balancei a cabeça rindo, sem graça.
Breno então se virou pra mim.
— Posso te pedir uma coisa? — ele disse, em tom leve, como se já soubesse que eu ia negar.
— Depende do que é.
— Seu número — ele falou com um sorriso torto.
Abri a boca pra dizer que não, mas Cathe já cortou na frente.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Aliança Provisória - Casei com um Homem apaixonado por Outra
Esse tbm. Será que nunca vou ler grátis...