Segunda Chance, Não Pense em Fugir! romance Capítulo 622

Adriana desceu as escadas atordoada e, ao sentar-se no jardim, percebeu que a fonte, antes seca, estava novamente cheia de água.

A grama ao redor estava mais verde.

Parecia que tudo estava ganhando vida.

Somente ela se sentia deslocada, pálida, presa em um inverno rigoroso.

Ela queria desabafar, mas não sabia a quem culpar.

Ela havia sofrido, passado por dificuldades, e no final, o mundo todo parecia ter se tornado pessoas boas por pura falta de escolha.

Somente ela havia se tornado a vilã.

Em um ato de desespero, ela começou a apertar os dedos.

Era como se apenas a dor pudesse trazê-la de volta à razão.

De repente, uma sombra alta caiu sobre ela, e alguém segurou sua mão.

"Adriana."

A voz de Bernardo estava um pouco ofegante, indicando que ele havia chegado com pressa.

Adriana voltou a si e forçou um sorriso: "O que aconteceu?"

Bernardo sentou-se, gentilmente abriu os dedos dela e tirou uma bebida quente do bolso, colocando-a em suas mãos.

"Não sorria assim, dessa vez não está bonito."

"Desculpe, eu não sabia que chegaria a isso." Adriana disse, desorientada.

Bernardo não fez mais perguntas, levantou a mão dela e perguntou: "O que Antônio disse?"

"Não é nada."

Adriana não queria preocupar Bernardo, muito menos criar conflitos entre a Família Alves e a Família Torres, por isso tentou disfarçar o desconforto e moveu a mão.

Bernardo percebeu algo e impediu que ela se mexesse, dizendo baixinho: "Você não precisa se forçar."

Suas palavras eram como uma brasa em pleno inverno, mesmo que pequena, aquecia o coração de Adriana.

Ela mordeu o lábio inferior, tentando conter as emoções ruins, mas a tristeza ainda escorreu pelos olhos.

Bernardo enxugou as lágrimas dos cantos de seus olhos e a puxou para um abraço.

"Chore, não tem problema." Ele disse, dando tapinhas suaves em suas costas.

Adriana não conseguiu mais se segurar e o abraçou, enterrando o rosto em seu ombro.

"Eu realmente não queria machucar a Clarice..."

"Eu sei."

"Será que tudo que eu faço está errado?"

"Não está."

"Desculpe..."

"Você não fez nada de errado."

"Sim. Ele não se opôs, acho que aceitou."

Adriana lembrou do olhar de Jaques, sempre difícil de decifrar.

Bernardo hesitou por um momento, mas vendo a seriedade de Adriana, assentiu: "Que bom."

Após falar, ele a abraçou mais forte.

Adriana não resistiu, olhou para o homem ao seu lado e sorriu.

Os dois sentaram-se sob o sol de início de primavera, e até os dedos, que antes doíam, não doíam mais.

Era como se tudo fosse melhorar, como Bernardo havia dito.

E não muito longe dali, Jaques procurava ansiosamente pela figura de Adriana.

Mas o que encontrou foi aquela cena.

Seus olhos fixaram-se no rosto de Adriana, e mesmo com o sol brilhando, o olhar dele refletia fragmentos frios e dispersos.

Ele deu dois passos à frente, mas então parou, cerrando os punhos.

Evaldo, com compaixão, disse: "Sr. Jaques, você não está preocupado com a mão da Sra. Guerreiro? Por que não sobe e pergunta?"

"Não precisa."

Jaques tinha uma expressão cansada e sua voz estava ainda mais fria.

Dizendo isso, ele virou-se para ir embora, sua figura solitária contrastando com o dia ensolarado e agradável.

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