Scarlett ficou paralisada por um momento, olhando para ele de forma distraída. O olhar dela vacilou, e, com a cabeça baixa, respondeu em voz baixa:
— Eu não estou bem agora?
— E se não estivesse? Não te falei que qualquer coisa, qualquer problema, você devia me ligar? Qualquer coisa que aconteça, eu resolvo por você! — Henry falou com a voz cada vez mais carregada de irritação.
Ele não conseguia tirar da cabeça o som que ouviu na transmissão ao vivo, quando Scarlett implorava e gritava de dor. Naquele momento, ele realmente quis matar alguém. Mas, no fim, tudo não passava de um plano dela, uma encenação.
Scarlett olhou para os arranhões no joelho e respondeu em um tom baixo:
— Mesmo que sejamos amigos, eu não posso te incomodar o tempo todo.
Ela se lembrou de como, da última vez, o patrocínio para o time da UFSA veio diretamente da Bordô Maple, por intermédio de Henry. Ela não podia depender dele para tudo. Precisava resolver por conta própria os problemas com a família Miller. Não queria envolver as pessoas ao seu redor.
Ainda mais com Alexander, que tinha aquele temperamento explosivo. Provocá-lo era o mesmo que atiçar um cachorro louco.
O carro de Henry parou em um semáforo. Ele virou a cabeça, o olhar pesado e sombrio.
— Na sua cabeça, somos só amigos?
Scarlett apertou as mãos contra o tecido da calça, sentindo-se nervosa. Sua voz saiu trêmula:
— E-então... O que mais poderíamos ser?
Henry segurou o volante com firmeza, os olhos fixos nela.
— Se você não sabe se proteger, então, a partir de agora, eu faço isso por você. Fique ao meu lado, e ninguém vai ousar te machucar.
O coração de Scarlett disparou, e ela sentiu o rosto esquentar.
Quando estava prestes a responder, ouviu o som de uma buzina vindo de trás. Ela rapidamente disse:
— O sinal ficou verde.
Henry voltou a dirigir, mas o silêncio tomou conta do carro.
Scarlett olhava para a estrada à frente, mas seus pensamentos estavam completamente confusos. O que ele quis dizer com aquilo? Ou será que ela estava interpretando demais?
Logo, o carro estacionou em frente a um hospital.
Scarlett olhou para o prédio e comentou:
— Esse não é o hospital particular que você veio quando se machucou? Dizem que só gente rica se trata aqui.
Henry manteve a expressão séria.
— Desça do carro.
Scarlett não teve escolha. Assim que desceu, uma equipe médica já estava esperando ao lado. Antes que pudesse reagir, foi colocada em uma cadeira de rodas e levada para dentro do hospital.
Ela pegou o celular e viu várias mensagens de Lara e Isla. Quando estava prestes a responder, a porta do quarto foi aberta. Três pessoas entraram, todas bem vestidas, com ternos impecáveis.
Uma mulher, com roupas de grife da cabeça aos pés, se aproximou de Scarlett e entregou um cartão de visitas.
— Olá, Srta. Scarlett. Sou gerente da TG, uma empresa de relações públicas.
Scarlett não aceitou o cartão.
— Uma empresa de relações públicas? O que vocês querem comigo?
A mulher sorriu, mas sua voz carregava um tom frio.
— Srta. Scarlett, você já ouviu falar da TG? Somos o time de elite da família Smith. Não há escândalo que não possamos resolver. Diga logo o que você quer para aceitar colaborar e fazer uma declaração dizendo que a transmissão ao vivo foi apenas um ensaio.
Scarlett deu uma risada cínica.
— Não quero nada. Só quero que Alexander seja destruído.
A mulher franziu a testa e manteve o tom firme:
— Estamos aqui para te dar uma oportunidade. Pense bem, porque no final quem vai sair perdendo será você.
Antes que pudesse dizer mais alguma coisa, a porta foi escancarada com um chute. Henry apareceu segurando uma bandeja de comida, o rosto tomado por um olhar gelado.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Renascida para Romper Laços com os Irmãos
Que livro maravilhoso amo heroínas durona que não se deixam ser pisadas, espero que tenha continuação...