O mar se estendia no horizonte escuro, salpicado de luzes distantes.
E pela primeira vez em muito tempo, Celina se sentiu como o próprio mar:
imenso por fora, mas em tempestade silenciosa por dentro.
O carro, agora, se aproximava do luxuoso hotel onde seria o jantar.
As luzes douradas refletiam na lataria, as pessoas elegantes já chegavam em trajes de gala.
Celina respirou fundo e soltou a pedra da gargantilha.
Forçou-se a lembrar: Ela era forte.
Independente.
Não seria mais derrubada sem lutar.
Quando Thor estacionou e se virou para ela sorrindo, Celina colocou o sorriso mais perfeito que tinha.
Era hora de vestir a máscara.
Era hora de encenar, mais uma vez, a mulher perfeita ao lado do homem perfeito.
Mas, lá dentro...
lá dentro, sua alma já começava a sangrar.
Thor desceu do carro primeiro. Ajustou o paletó impecavelmente alinhado ao corpo atlético e contornou o veículo para abrir a porta para Celina.
Ela deslizou para fora do carro como uma deusa caída do céu — o vestido verde esmeralda abraçava suas curvas com elegância, o coque solto deixava fios rebeldes emoldurando seu rosto etéreo.
A safira da gargantilha brilhava no colo como uma estrela solitária.
Assim que pisaram no tapete vermelho, o mundo explodiu ao redor deles.
Flashes.
Gritos.
Paparazzi atropelando uns aos outros para conseguir a melhor imagem.
— Thor! Thor! Quem é a mulher deslumbrante ao seu lado?!
— Está namorando, Thor?!
— Quem é ela?! Dá um sorriso pra gente!
Celina respirou fundo, a mão involuntariamente buscando a pedra da gargantilha outra vez.
Cada estalo das câmeras era como uma faca contra sua pele já tão sensível.
Thor, por sua vez, permaneceu impassível.
A mandíbula cerrada, o olhar firme e gélido, ignorando todas as perguntas.
Ele passou o braço pela cintura de Celina, puxando-a para perto, como quem protege um tesouro — ou marca seu território.
A tensão era palpável.
Eles pararam exatamente diante do painel luxuoso com o nome do evento.
Thor virou levemente o corpo, posicionando Celina ao seu lado para a foto oficial.
Ela sorriu com delicadeza, mas seus olhos, se alguém olhasse de perto, denunciavam o turbilhão que a consumia.
Mais perguntas vieram:
— Thor, ela é sua noiva?!
— Podemos saber o nome dela?!
Thor manteve o rosto fechado como uma fortaleza.
Seu silêncio era tão poderoso quanto suas palavras poderiam ser.
E aquilo, paradoxalmente, só aumentava ainda mais a curiosidade dos fotógrafos e dos jornalistas.
Celina sentia a mão dele firme em sua cintura.
Sentia o calor dele contra a sua pele.
E ao mesmo tempo... sentia uma distância infinita entre eles.
Porque uma rainha — mesmo ferida, mesmo sangrando — não entrega sua coroa facilmente.
Thor transitava entre os magnatas como quem caminhava entre iguais.
Alto, imponente, dono de uma presença que fazia até os mais experientes desviarem o olhar, ele conversava sobre negócios, sobre investimentos, sobre o futuro da nova indústria naval e de tecnologia.
Cálices de champanhe tilintavam entre eles, risos contidos ressoavam no ar pesado de status e arrogância.
Porém...
Mesmo em meio àquela atmosfera de poder, Thor parecia inquieto.
Ele mantinha a postura, a conversa fluía em seu tom firme e calculado, mas seus olhos...
Seus olhos não saíam dela.
Celina.
Sentada em um dos sofás luxuosos reservados às mulheres dos magnatas, ela era uma visão que feria e curava ao mesmo tempo.
O vestido verde abraçando seu corpo como uma segunda pele, a safira brilhando em sua garganta, o sorriso delicado que ela forçava para manter a aparência de tranquilidade.
Thor a observava de longe.
Cada vez que uma gargalhada feminina soava ao redor dela, seus dedos se fechavam com força em torno do copo.
Ele ouvia, mas não escutava o que seus interlocutores diziam.
Tudo que importava para ele naquela noite... estava ali, a poucos metros de distância.
Celina, tentando se manter forte no meio de mulheres que não a conheciam, mas que falavam dela como se pudessem decifrá-la em um olhar.
— É inacreditável — sussurrava uma delas, uma mulher loira de olhar aguçado. — Thor sempre foi o homem mais cobiçado. Muito tempo não se prendia a ninguém... até agora.
— Ela é linda — comentou outra, com uma taça de champanhe nas mãos. — Mas tem algo... diferente. Não é só beleza. Ela tem alma. Você vê nos olhos.
Celina fingia bebericar seu champanhe, os dedos deslizando inconscientemente pela pedra da gargantilha.
Cada comentário era como uma flecha envenenada, não porque eram maldosos — mas porque revelavam o quanto ela estava exposta.
E então, de repente, uma sombra caiu sobre a roda de mulheres.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR
depois que começou a cobrar ficou ruim seguir com a leitura...
Desde quando esse site cobra? Já li inúmeros livros e é a primeira vez que vejo cobrar....
Pq não abre os capítulos? Mesmo pagando?...
Eu comprei os capítulos, mas eles não abrem. Continuam bloqueados, mesmo depois de pago...
Comprei os capítulos, mas não consigo ler. Só abrem depois de 23:00 horas. Não entendi...