O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR romance Capítulo 61

Thor chamou por Celina, mas não a encontrou na sala de jantar, nem na cozinha.

— Celina? — chamou outra vez, estranhando o silêncio.

Quando estava prestes a subir as escadas para procurá-la, ela apareceu no topo da escada.

Thor parou. O fôlego, literalmente, lhe faltou.

Celina descia os degraus com uma graciosidade hipnotizante.

O vestido verde esmeralda realçava suas curvas de maneira elegante e sutil, o tecido fluindo como água a cada movimento.

O coque solto deixava fios dourados emoldurando seu rosto, e a maquiagem suave destacava ainda mais os seus olhos verdes, intensos como um campo iluminado pelo sol.

Ela era a visão mais linda que Thor já tinha visto.

Sem conseguir se conter, ele estendeu a mão para ela.

— Você está... maravilhosa — disse, a voz rouca de admiração.

Celina, com uma expressão serena e controlada, aceitou a mão dele e respondeu com um simples:

— Obrigada.

Sem emoção. Sem brilho.

Thor sentiu a frieza, mas ignorou, determinado a fazer daquela noite algo especial.

Com um sorriso terno, ele a conduziu até um enorme espelho na parede da sala.

— Falta um detalhe... — murmurou.

Ele foi até a mesa de jantar, onde havia deixado a caixa de veludo. Pegou-a, abriu com cuidado e mostrou o presente para Celina.

Dentro, repousava um conjunto de safira deslumbrante — uma gargantilha fina, elegante, com uma pedra verde intensa no centro.

Celina passou suavemente a ponta dos dedos pela joia, sentindo a frieza da pedra. Seus olhos, sem querer, brilharam.

— É lindo... — murmurou.

Thor sorriu e caminhou até ela, posicionando-se atrás de seu corpo delicado refletido no espelho.

Com delicadeza, ele prendeu a gargantilha ao redor de seu pescoço. Enquanto fazia isso, inclinou-se e sussurrou:

— A safira representa a sabedoria, a lealdade e a proteção... — disse com voz baixa. — É uma pedra ligada ao amor sincero, ao amor eterno... Escolhi para você Celina, porque o meu compromisso com você será verdadeiro. Não tenho mais idade para estar de brincadeira, quando sei que encontrei alguém que será o meu amor eterno.

Celina permaneceu olhando para o espelho, os olhos fixos no reflexo.

Quando Thor terminou de falar, ela levou uma mão à pedra verde que repousava em seu colo.

Os olhos dela, brilhando sob a luz suave do ambiente, se encheram d'água — mas ela se recusou a deixar as lágrimas caírem.

Thor, sem perceber o turbilhão dentro dela, se inclinou e beijou seu pescoço com carinho.

Depois, pegou os brincos de safira e, um a um, colocou-os em suas orelhas com a mesma ternura.

Por fim, ainda junto dela, sussurrou no ouvido:

— Você está deslumbrante.

Tenho muita sorte de ter você na minha vida.

Celina fechou os olhos por um breve instante, tentando, desesperadamente, segurar a dor que se abria em seu peito.

Naquele momento, ela parecia uma boneca de porcelana perfeita por fora — mas completamente trincada por dentro.

Thor abriu a porta do carro para Celina, e ela, com um sorriso educado — quase mecânico —, entrou. Ele deu a volta e assumiu o volante, ainda admirando como ela estava linda naquela noite.

O motor ronronou suave quando Thor deu partida, conduzindo-os pelas ruas iluminadas até o jantar de gala.

Ele lançou um olhar discreto para Celina.

Ela estava tão linda... e tão distante.

O vestido verde abraçava seu corpo com delicadeza, o coque deixava seu pescoço exposto, a gargantilha cintilava sob a luz do carro.

Mas seus olhos... aqueles olhos que sempre brilhavam para ele... agora estavam vazios.

Perdidos em um lugar onde ele não conseguia mais alcançá-la.

O carro seguia pela estrada costeira, a música suave tocando no rádio, mas para Celina tudo parecia mudo.

O barulho da respiração dela era a única coisa que ouvia dentro de si.

O medo, o amor, a desconfiança, a dor... tudo misturado, formando uma massa sufocante dentro do peito.

"Eu quero acreditar nele...", pensou, apertando um pouco mais forte a pedra do colar. "Quero tanto acreditar..."

Mas a lembrança da traição passada, da decepção que quase a destruiu, era uma sombra impossível de ignorar.

Thor esticou a mão, pousando-a com carinho sobre o joelho dela.

— Está tudo bem, meu amor? — perguntou, a voz baixa, preocupada.

Celina demorou alguns segundos para reagir.

Virou-se para ele, forçando um pequeno sorriso que não chegou aos olhos.

— Estou bem... só um pouco cansada.

Thor apertou levemente o joelho dela em resposta, tentando transmitir segurança.

Mas Celina voltou a olhar para a janela.

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