Angélica chegou ao hospital com o semblante carregado de preocupação. Pediu informações na recepção e seguiu pelos corredores até o quarto de Isabela. Ao entrar, encontrou a jovem deitada, com os olhos inchados, o rosto pálido e o olhar perdido. O quarto estava em silêncio, apenas o som contínuo dos aparelhos médicos preenchia o ambiente.
— Bom dia, Isa… — disse Angélica suavemente, tentando trazer algum conforto.
Isabela ergueu os olhos devagar, forçando um sorriso frágil.
— Achei que não viria… — murmurou com voz trêmula.
— Claro que viria. Você é importante pra mim.
Isabela soltou um suspiro, teatral, deixando escorrer uma lágrima. Com uma das mãos sobre a barriga, falou com dor propositalmente visível:
— Eu não sei como vou viver sem o Thor, Angélica. Eu… eu não aguento mais. Não como, não durmo. Meu coração dói o tempo todo… E se meu bebê sentir tudo isso?
Antes que Angélica pudesse responder, a porta do quarto se abriu devagar e Lívia entrou. A moça carregava um semblante de angústia e preocupação reais.
— Oi, tia Angélica. Que bom que veio… — disse, lançando um olhar triste para Isabela. Depois, aproximou-se dela e falou em voz baixa, mas firme. — Eu tô muito preocupada com a Isa. Ela tá se deixando definhar. Só chora. Não come nada desde ontem. Eu tenho medo que esse bebê não aguente…
Angélica ficou em silêncio por alguns segundos. As palavras de Lívia ecoaram como um alerta. Seu olhar se voltou para Isabela, que soluçava com mais intensidade agora, abraçando a barriga com os olhos cheios de desespero. Um aperto tomou conta do peito de Angélica. Sentiu-se arrasada.
— Eu vou ficar com vocês a manhã toda, tá? — disse Angélica, pegando a mão de Isabela com delicadeza. — Vamos passar por isso juntas. Você vai se acalmar, e o bebê vai ficar bem.
Ela passou toda a manhã ao lado de Isabela, tentando acalmá-la, convencê-la a comer pelo menos uma fruta, chamando uma enfermeira para verificar os batimentos do bebê. Mas Isabela insistia em se mostrar fraca, sofrida, no limite da dor. Angélica sentia-se cada vez mais dividida entre o carinho por ela e a frustração diante da situação.
Na hora do almoço, Angélica se despediu com um beijo na testa de Isabela, prometendo voltar mais tarde. Seguiu direto para a empresa. Já era quase meio-dia quando chegou. O ambiente era movimentado, os funcionários indo e vindo, alguns já a caminho do intervalo. Celina pegou o celular e ligou para Zoe.
— Zoe, tô descendo agora. Me espera na recepção pra almoçarmos juntas?
— Claro, já tô aqui!
Minutos depois, Zoe apareceu sorridente. Celina vinha logo atrás, saindo pelo saguão do prédio. Assim que Angélica a viu, chamou por ela:
— Celina!
Zoe olhou surpresa e sussurrou discretamente:
— Quem é?
— Mãe do Thor — respondeu Celina, respirando fundo e se aproximando de Angélica com cautela.
Angélica sorriu educadamente para Zoe e Celina.
— Oi, Celina… precisamos conversar.
Zoe sentiu o clima tenso no ar e se despediu com um beijo no rosto da amiga:
— Amiga, tô indo, tá? Depois você me chama.
— Tá bom, Zoe. Vai lá — respondeu Celina com gentileza.
Celina assente com a cabeça, séria.
— Tudo bem.
Angélica segura o copo com as duas mãos, como se precisasse de apoio para continuar.
— Eu sou mãe, Celina. Antes de qualquer coisa, sou mãe. E como mãe… eu quero ver o meu filho feliz. E eu nunca vi o Thor como ele ficou depois que te conheceu. Nem com a Karina, que foi o grande amor da vida dele. Nem com ela ele sorria daquele jeito.
Celina desvia os olhos, engolindo em seco.
— Ele passou por tanta dor… perdeu a mulher, o filho. Eu achei que ele não voltaria. Que eu ia perder o meu menino para a tristeza. Ele se fechou, virou um homem frio, vazio… um mulherengo, pra ser sincera. Nunca mais se interessou de verdade por ninguém. Até você aparecer.
Angélica faz uma pausa. Celina permanece calada, os olhos marejados.
— E aí… quando você apareceu, eu vi esperança. Eu vi meu filho voltar a sorrir de verdade. Você tem algo especial, Celina. Encantou o meu filho de um jeito que ninguém conseguiu. E por isso… por isso mesmo essa conversa está sendo tão difícil pra mim.
Ela respira fundo, a voz começa a embargar.
— Se não houvesse Isabela, se ela não estivesse grávida, eu juro pra você… eu estaria torcendo por vocês dois. Faria de tudo pra esse relacionamento dar certo. Mas a verdade é que… a Isabela está muito mal. Ela não aceitou o fim do noivado, tentou tirar a própria vida. E agora… ela não está se alimentando, entrou em colapso emocional. O bebê… o bebê está em risco.
Celina abaixa o olhar. Uma lágrima escorre.
— Eu estou te pedindo, de mãe pra mulher… se afasta do meu filho. Pelo menos até esse bebê nascer. Não faz isso por mim. Faz isso por essa criança que nem nasceu ainda. Eu sei que é injusto. Mas… um dia, quando você for mãe, vai entender.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR
depois que começou a cobrar ficou ruim seguir com a leitura...
Desde quando esse site cobra? Já li inúmeros livros e é a primeira vez que vejo cobrar....
Pq não abre os capítulos? Mesmo pagando?...
Eu comprei os capítulos, mas eles não abrem. Continuam bloqueados, mesmo depois de pago...
Comprei os capítulos, mas não consigo ler. Só abrem depois de 23:00 horas. Não entendi...