Angélica segura a emoção e continua:
— Você é linda, inteligente, jovem… vai encontrar alguém que te faça feliz. Um homem livre, que possa te dar o mundo que você merece. Talvez até esqueça o Thor. Mas agora… agora eu preciso pensar no meu neto. E eu não posso correr o risco de perdê-lo. Por isso estou te pedindo… deixa o Thor.
O silêncio pesa entre as duas.
Celina permanece imóvel, lágrimas escorrendo pelo rosto sem esforço para contê-las. Depois de alguns segundos, ela enxuga os olhos com as costas da mão, se recompõe com dignidade.
— Fica tranquila, senhora Angélica. Eu não vou ser a responsável pela morte do seu neto.
Ela respira fundo, engole o choro que ainda insiste em sair.
— O que a senhora me pediu… eu vou fazer. E pode ficar tranquila: o Thor nunca vai saber dessa conversa.
Celina se levanta.
— Com licença.
Ela sai do restaurante sem olhar para trás, sentindo o coração em pedaços. Lembra da ligação que fez no dia anterior, da mulher que atendeu o telefone dele… Lembra do olhar dele naquela manhã, do carinho que ela recusou.
Sai andando sem rumo. As lágrimas agora não têm mais controle. Seus pés a levam até o restaurante onde Gabriel trabalha. Ele a vê assim, devastada, corre até ela.
— Celina? O que aconteceu?
Ela não consegue falar. Apenas chora.
Gabriel a leva até uma mesa, faz ela se sentar. Vai até o balcão, traz um copo de água.
— Bebe isso. Meu expediente tá quase acabando. Me espera aqui, tá?
Celina apenas balança a cabeça, sem forças para responder.
Na empresa, Thor, concentrado no trabalho, estranha o fato de Celina não ter ido almoçar com ele. Vai até a sala dela. Vazia. O horário já tinha passado.
Inquieto, pega o carro e sai.
Uma hora depois, Gabriel aparece no restaurante já trocado, com roupas casuais. Vê Celina no mesmo lugar, devastada.
— Vamos sair daqui, Celina.
Ele a ajuda a se levantar, passa o braço por cima dos ombros dela, guiando-a até o carro.
Thor, estacionado do outro lado da rua, vê a cena. Vê Celina chorando, sendo levada por outro homem. Vê o carro partir.
O sangue ferveu . Ele apertou o volante com força.
E partiu em disparada.
Thor, inquieto e desconfiado, segue o carro de Gabriel discretamente pelas ruas da cidade. O trânsito está fluindo bem, mas o coração dele está acelerado, batendo forte no peito como um tambor prestes a explodir.
O carro de Gabriel para em frente a um prédio residencial simples, mas bem cuidado. Thor observa de longe. Ele vê Gabriel descer do carro, dar a volta e abrir a porta para Celina. Ela está abatida, os olhos vermelhos, ainda chorando. Thor aperta os punhos no volante.
Os dois entram juntos no prédio. Gabriel coloca a mão nas costas dela com delicadeza, conduzindo-a para dentro como alguém que quer proteger.
Thor vê tudo. O sangue ferve nas veias. A raiva o domina como uma onda de lava incandescente. A respiração fica pesada. Ele murmura entre os dentes:
— Maldita… me enganou esse tempo todo…
Liga o carro com brutalidade e sai cantando pneu, deixando o som de fúria ecoar pelas ruas.
Enquanto isso, no apartamento de Gabriel, Celina entra e se deixa cair no sofá, ainda chorando. Gabriel fecha a porta com cuidado, se agacha na frente dela com o olhar gentil de sempre.
— Calma, Celina. Respira. Pensa nos bebês… Eles precisam de você bem.
Sentam-se à mesa. Gabriel faz algumas brincadeiras leves, com o jeito encantador que só ele tem. Aos poucos, ele consegue arrancar alguns sorrisos discretos de Celina.
Após a refeição, ela se levanta.
— Posso usar o banheiro?
— Claro. Fica à vontade.
Ela vai escovar os dentes. Gabriel aproveita e vai ao banheiro do quarto dele fazer o mesmo. Quando os dois voltam para a sala, ele se senta de frente para ela, com olhar sério, mas acolhedor.
— Agora que você tá mais calma… vai me contar o que tá acontecendo?
Celina respira fundo, e então desaba.
Conta tudo. A conversa com Angélica. O pedido para se afastar. O medo. A dor. A frustração. Conta da casa de campo. Da ida no hospital. Que se sente sozinha. Que está tentando seguir em frente do jeito que pode.
Gabriel ouve tudo em silêncio, atento, paciente. Quando ela termina, ele pergunta com cuidado:
— Thor já sabe da gravidez?
— Não… eu tentei. Mas sempre tinha alguma coisa. E agora… depois do que aconteceu ontem e hoje… não sei se ele precisa saber.
— Celina… ele tem o direito de saber. São filhos dele também.
— Não… são meus. Esses bebês são só meus.
Gabriel inclina um pouco a cabeça, olhando bem nos olhos dela.
— E você tá preparada pra ser uma mãe solo? Pra carregar essa responsabilidade sozinha?
— Esse sempre foi o plano… e vai continuar sendo de agora em diante.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR
depois que começou a cobrar ficou ruim seguir com a leitura...
Desde quando esse site cobra? Já li inúmeros livros e é a primeira vez que vejo cobrar....
Pq não abre os capítulos? Mesmo pagando?...
Eu comprei os capítulos, mas eles não abrem. Continuam bloqueados, mesmo depois de pago...
Comprei os capítulos, mas não consigo ler. Só abrem depois de 23:00 horas. Não entendi...