O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR romance Capítulo 108

Gabriel respira fundo, e então fala com a voz baixa e sábia:

— Eu entendo sua dor. E sua raiva. Mas guardar isso pra você pode te machucar mais do que imagina. Você não precisa decidir tudo agora. Mas não tome decisões movida pela mágoa. Pensa com calma. Pelo bem deles… e pelo seu também.

Enquanto isso, em outro ponto da cidade, Thor entra em um bar. Pede um uísque, depois outro, depois mais um. O ódio ainda o domina. A imagem de Celina entrando no prédio com Gabriel queimava sua mente como fogo. Os olhos estavam vermelhos, não só pela raiva, mas também pela dor. Era como se alguém tivesse arrancado seu coração com as próprias mãos. Queria apagar aquilo. Queria não sentir.

— Maldita… me enganou… — repete em voz alta.

Ele b**e o copo na mesa com força.

De volta ao apartamento de Gabriel, a conversa chega ao fim.

— Preciso ir… — diz Celina. — Aluguei um apartamento. Quero começar a arrumar tudo ainda hoje.

— Agora? Não quer deixar pra amanhã?

— Não. Eu preciso tocar minha vida.

Gabriel se levanta.

— Então eu vou com você. Vou te ajudar. E só vou embora quando tudo estiver resolvido.

Celina abre um meio sorriso, cansado, mas grato.

Eles passam em um supermercado, compram produtos de limpeza, alguns alimentos básicos. Por volta das 17h, chegam ao novo apartamento. O lugar está limpo, bem cuidado. Mesmo assim, começam a limpar, arrumar, organizar.

Quando dá 20h, o apartamento está limpo, cheiroso e pronto para a nova fase.

— Vou colocar uma lasanha no microondas. A gente janta. — diz Celina.

Eles comem com leveza. Gabriel continua fazendo piadas e mantendo o clima tranquilo.

Às 22h, Celina suspira, olhando para ele com sinceridade.

— Obrigada. Por tudo hoje.

— Sempre que precisar.

— Vou chamar um Uber… preciso ir na casa da Tatiana pegar minhas coisas.

— De jeito nenhum. Eu vou com você. E vou ajudar. Só vou embora quando tudo estiver resolvido.

Celina olha para ele com os olhos marejados.

— Você é um anjo, Gabriel.

Ele sorri, pegando as chaves.

— Não sou. Mas hoje… sou seu porto seguro.

Dentro do bar escuro, Thor afundou no balcão. Ele bebeu até perder a noção do tempo, até sua cabeça pesar e seus movimentos se tornarem lentos. Com a língua pastosa, murmurava coisas incompreensíveis, por vezes xingando em voz baixa.

— Maldita… — sussurrou, encarando o fundo do copo. — Me enganou… tudo uma mentira…

O barman, acostumado com esse tipo de situação, observava com atenção. Quando percebeu que Thor mal conseguia manter-se sentado, decidiu agir. Com cuidado, pegou o celular e a carteira do bolso dele. Tentou o desbloqueio com o dedo de Thor — funcionou.

Abriu o registro de chamadas e viu o nome Arthur Irmão no topo. Ligou.

— Alô? — Arthur atendeu.

— Boa noite, o senhor conhece algum Thor Miller?

— Sim, sou amigo dele. Por quê? O que aconteceu? — a voz de Arthur soou tensa.

— Ele está aqui no bar, completamente bêbado. Não consegue nem ficar de pé. Pra você não achar que é trote, vou mandar uma foto. Só um instante.

Celina chegou à casa de Tatiana por volta das dez e meia da noite. O cansaço era visível em seu rosto, os olhos inchados denunciavam que chorara muito naquele dia. Tocou a campainha com suavidade, e Tatiana logo apareceu na porta.

— Amiga… — disse com um sorriso acolhedor, abrindo os braços para um abraço apertado. — Que bom que chegou.

— Vim buscar minhas coisas — respondeu Celina em tom calmo, mas firme.

— Claro. Oi, Gabriel. Tudo bem? — cumprimentou, olhando o homem atrás dela.

— Tudo sim, Tatiana. E com você?

— Bem. Mas, Celina… já está tão tarde. Por que não deixa pra amanhã?

— Eu preciso ir hoje, Tati. Preciso ir pra minha casa. Começar meu novo ciclo.

Tatiana não insistiu. Respeitava a amiga.

— Tudo bem. Vamos pegar suas coisas.

As duas seguiram para o quarto enquanto Gabriel ficou na sala conversando com Roberto. O clima entre eles era cordial, e Roberto logo simpatizou com Gabriel.

No quarto, Tatiana ajudava Celina a dobrar roupas, organizar os itens pessoais e separar o que era necessário.

— Amiga… você tá tão abatida. O que aconteceu?

Celina hesitou, mas respondeu com um olhar distante:

— Eu acho que o Thor tá com outra mulher. E ainda tem a Isabela no meio disso tudo… Mas eu não quero falar sobre isso agora.

Tatiana assentiu, respeitando o tempo da amiga.

— Tudo bem, não precisa falar agora. Quando você quiser, estarei aqui.

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