Na suíte, Celina, ainda adormecida pelo choro, foi despertada pelo toque insistente do celular. Meio tonta, olhou para o visor: Thor. Atendeu rapidamente.
— Amor, estou em uma reunião que acabou se estendendo um pouco. Vou chegar quase na hora de sairmos para o jantar — explicou ele apressado.
Ao fundo, uma voz feminina chamava por ele.
— Thor, venha aqui, querido!
Antes que Celina pudesse dizer qualquer coisa, Thor disse:
— Preciso desligar, amor.
A linha ficou muda.
Celina ficou ali, olhando para a tela do celular, ouvindo em sua memória, o tom íntimo com que aquela mulher o chamava.
O estômago revirou, a cabeça girou.
A angústia tomou conta.
Sem pensar, ela correu para o banheiro do quarto e vomitou violentamente. O corpo todo tremia, o suor frio escorria por todo seu corpo.
Sentada no chão, abraçando as próprias pernas, Celina tentava, em vão, recuperar o controle sobre si mesma.
Mas o coração parecia ter sido arrancado do peito.
Depois de um longo tempo, ela levantou do chão do banheiro com dificuldade, o corpo ainda fraco e suado. Caminhou até a pia, escovou os dentes e, ao se olhar no espelho, viu um semblante abatido que a fez estremecer. O rosto pálido, os olhos inchados, a expressão de alguém tentando se manter de pé enquanto tudo desmoronava dentro de si.
Sem pensar duas vezes, entrou no chuveiro e deixou a água morna escorrer por seu corpo. As lágrimas misturaram-se com a água, e finalmente ela permitiu que toda a angústia saísse. Chorou baixinho, depois mais forte, como se estivesse lavando a alma junto com a pele. Chorou por tudo: pela insegurança, pela dúvida, pelo medo, pela dor de já ter sido enganada uma vez — e agora temer viver tudo novamente.
Quando saiu do banho, envolveu-se em um robe macio, secou os cabelos com a toalha rapidamente e sentou-se na beirada da cama. Pegou o celular da mesinha de cabeceira, abriu o I*******m e começou a mexer sem rumo, tentando distrair a cabeça.
Mas, ao der seu perfil, as lembranças saltaram como facas. Lá estavam as fotos com César — os sorrisos, os beijos, as declarações apaixonadas que agora soavam como piada.
Com o peito apertado, ela começou a apagar uma a uma. Cada foto deletada era como arrancar uma ferida que ainda não cicatrizou.
— Como eu fui idiota... — murmurou com amargura, encarando a tela. — E pelo visto, Celina, você não aprendeu a lição... está sendo idiota de novo. Mas agora... agora tem dois bebês na jogada.
As lágrimas voltaram a ameaçar, mas ela respirou fundo e continuou a varredura, até limpar tudo relacionado a César. Terminou bloqueando o perfil dele, como se quisesse, de uma vez por todas, trancar aquele capítulo da vida.
O tempo passou e a fome finalmente deu sinais. Celina foi até a pequena cozinha da suíte, preparou um sanduíche leve, um copo de suco de laranja e pegou uma maçã. Comeu devagar, agradecendo em pensamento por não sentir enjoo.
De volta ao quarto, prendeu o cabelo com uma presilha e começou a ajeitar os fios com calma diante da penteadeira.
Enquanto isso, na emissora, a reunião finalmente chegava ao fim. Verônica aproximou-se de Thor, com um sorriso exagerado no rosto.
Ele tirou a camisa, a calça, deixando as roupas amontoadas na cama, ficando apenas de cueca box. Entrou no banheiro e logo o barulho do chuveiro invadiu o ambiente.
Celina finalizou a maquiagem, levantou-se da cadeira e vestiu o vestido verde que escolhera para a noite. Colocou a sandália de salto delicado e, com movimentos mecânicos, ajeitou a barra do vestido, sem saber ao certo como segurar a tempestade que se formava dentro dela.
Com um suspiro cansado, foi guardar as coisas que estavam na cama. Ela pegou a camisa dele para dobrá-la — e foi nesse momento que tudo ao redor pareceu desmoronar.
Ali, bem na gola da blusa clara, havia uma mancha de batom vermelho.
Seus dedos tremularam. O mundo pareceu parar.
Celina arregalou os olhos, sentindo o coração despencar no peito.
— Não pode ser... — sussurrou com a voz embargada. — Não pode ser... de novo, não, meu Deus...
O barulho do chuveiro cessou dentro do banheiro, trazendo Celina de volta à realidade. Assustada, ela largou a camisa na cama como se queimasse em suas mãos. Sem pensar, caminhou até a varanda do segundo andar da suíte.
Lá fora, a brisa salgada do mar a envolveu. As estrelas brilhavam intensamente no céu escuro. Celina fechou os olhos, tentando conter o desespero que ameaçava rompê-la por dentro. Ela queria desabar, chorar, gritar — mas se segurou. Não podia borrar a maquiagem, não agora.
Então, apenas ficou ali, sentindo o vento acariciar seu rosto, ouvindo o som das ondas quebrando na praia distante, tentando, desesperadamente, acalmar a sua alma.
Enquanto isso, Thor saiu do banheiro enxugando os cabelos com a toalha. Vestiu-se rapidamente para o jantar de gala: camisa branca impecável, smoking preto alinhado. Por último, passou seu perfume favorito e deu uma última olhada no espelho. Satisfeito com o que viu, saiu do quarto.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR
depois que começou a cobrar ficou ruim seguir com a leitura...
Desde quando esse site cobra? Já li inúmeros livros e é a primeira vez que vejo cobrar....
Pq não abre os capítulos? Mesmo pagando?...
Eu comprei os capítulos, mas eles não abrem. Continuam bloqueados, mesmo depois de pago...
Comprei os capítulos, mas não consigo ler. Só abrem depois de 23:00 horas. Não entendi...